4º tri dos bancos deve vir forte; BTG e Inter são melhores apostas para 2025, analisa Itaú BBA
Relatório destaca BTG Pactual e Inter como principais apostas para os próximos meses, alerta para Nubank e horizonte menos animador para Bradesco
A temporada de balanços do quarto trimestre de 2024 dos bancos brasileiros deve ser positiva, com indicadores econômicos ainda aquecidos.
Contudo, com a piora do cenário, inflação pressionada e juros em elevação, os dados trimestrais devem importar muito menos do que os indicadores de tendência para este ano, afirmou o Itaú BBA em relatório divulgado nesta segunda-feira (13).
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Ainda assim, Pedro Leduc e equipe, que assinam o documento, enxergam cenário positivo para BTG Pactual e Banco Inter.
Temporada de balanços do 4T/24 e previsões para 2025
Segundo o BBA, os lucros dos grandes bancos devem mostrar crescimentos positivos, apoiados em crescimento do crédito e baixo custo de risco.
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“O forte mercado de trabalho e os menores índices de inadimplência geram confiança na oferta e demanda de crédito de varejo”, afirmaram Leduc e equipe.
Se os dados passados são positivos, o mesmo não se pode dizer em relação ao que se deve esperar dos próximos meses, alertaram os especialistas.
No conjunto, o BBA prevê desaceleração do crédito e aumento dos custos operacionais acima da inflação.
Ainda assim, eles apostam em crescimento ao redor de 10% dos lucros do setor em 2025, desacelerando no segundo semestre.
Nesse sentido, uma pista importante do que os próprios bancos esperam do novo ano virá nas previsões de 2025, que acompanharão o balanço do quarto trimestre.
Mais do que isso, os investidores e analistas farão um escrutínio nos comentários que executivos das instituições financeiras farão em suas teleconferências de resultados.
Será uma tarefa desafiadora, dado que o cenário volátil tende a deteriorar as condições de crédito, pontuaram os analistas.
Bradesco perde fôlego e Itaú BBA reduz recomendação
A previsão do Itaú BBA para a temporada de balanços do Bradesco é de lucro recorrente de R$ 5,5 bilhões (13% de rentabilidade sobre o patrimônio) no quarto trimestre de 2024, graças às despesas de provisão contidas e fortes resultados de seguros.
Para 2025, porém, os analistas preveem piora em linhas do banco como margem com clientes, custos operacionais e captação de recursos mais caros.
“Porém, a recuperação mais lenta dos lucros e o cenário ruim provavelmente manterão os múltiplos deprimidos por mais tempo”, diz o relatório.
Por isso, os analistas cortaram a recomendação de BBDC4, de compra para neutra.
BTG Pactual: aposta segura para 2025, segundo Itaú BBA
Para o BTG Pactual, entretanto, o Itaú BBA prevê não apenas forte lucro no quarto trimestre, mas também sinalizações positivas para 2025.
A previsão de Leduc e quipe é de que o BTG terá lucro de R$ 14,2 bilhões em 2025, representando crescimento anual de 14% e rentabilidade (ROE) de 23%.
“Além das tendências orgânicas, o BTG também está bem posicionado para usar seu capital e capacidade de execução para fazer movimentos estratégicos”, disse o BBA.
Nubank: cenário é difícil
O Nubank deve ter tido um quarto trimestre forte, com carteira de crédito em alta (+49% ano a ano) e lucro (R$ 3,4 bilhões, +10%, com 31% de ROE), diz o relatório.
Segundo os analistas, o trimestre sazonalmente melhor para cartão de crédito, e a maior penetração de empréstimos pessoais devem compensar o ritmo menor de financiamento via Pix.
Mais do que isso, diz o BBA, os mercados estarão ansiosos para colher as impressões do Nubank sobre o cenário de crédito.
Os analistas preveem que os executivos do banco devem dar sinalizações positivas para os meses seguintes, podendo levar as ações a subirem.
“Mas não muda nossa visão. Ampliar empréstimos pessoais agora é um caminho extremamente arriscado que provavelmente terá repercussões negativas em termos de crescimento e provisões em 2025”, acrescentam os autores do documento.
Banco Inter: outro destaque positivo da temporada de balanços
Então, o banco Inter deve ser outro destaque positivo do setor na temporada de balanços que se aproxima. Dessa forma, o relatório prevê R$ 300 milhões de lucro (13% ROE), alta de 9% na comparação sequencial.
Enquanto isso, os empréstimos devem ter crescido a um ritmo de 37% ano a ano. Além disso, a eficiência também deve melhorar. Neste caso, a previsão dos analistas é de manutenção de boa qualidade dos indicadores qualitativos ao longo de 2025.
“Esta é nossa aposta favorita entre empresas financeiras menores no país”, conclui o relatório.