Simón Borrero: cofundador da Rappi atrai US$ 2,2 bilhões em investimentos e foca em IPO
Empresa trabalha para finalizar os preparativos para realizar uma oferta pública de ações
Criada em agosto de 2015, em Bogotá, na Colômbia, a Rappi se prepara para dar um grande passo. Agora, a empresa – que nasceu como uma solução para conectar pequenos negócios ou “lojas de bairro” com usuários ao redor – deve finalizar os preparativos para realizar uma oferta pública de ações, IPO na sigla em inglês, nos próximos 12 meses. A seguir, saiba mais sobre os planos de expansão da empresa comandada pelo confudador e atual CEO, Simón Borrero.
Quem é Simón Borrero?
Simón Borrero estudou administração de empresas na Universidade de Los Andes, em Bogotá, e é cofundador e CEO da Rappi. Nasceu em Cali, Valle del Cauca, e possui ampla experiência no setor de tecnologia. Além da Gravity e da Rappi, também criou a empresa Imaginamos, que se dedica ao desenvolvimento de software em nível corporativo.
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Borreroestudou em Massachusetts Institute of Technology e na EADA Business School.
A Rappi
A Rappi foi fundada por Simón Borrero, Sebastián Mejía e Felipe Villamarín em 2015. Opera em 400 cidades de nove países latino-americanos, com mais de 100 milhões de downloads, mais de 350 mil entregadores e 500 mil negócios vinculados. Nos últimos anos, o crescimento da Rappi tem sido impulsionado pelo Turbo, seu serviço de entrega rápida em supermercados, que agora se estende também aos restaurantes.
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“A Rappi passou por diversas fases como empresa. Da descoberta do que na linguagem das startups se chama ‘product-market fit’, passamos para uma fase de ‘hiper crescimento’, que consistiu em levar a Rappi para toda a América Latina. Naquela época, permitia-se alguma ineficiência porque o importante era expandir para muitos mercados. O próximo passo é nos tornarmos operadores de classe mundial. E toda a equipe está entusiasmada com essa transformação”, disse Borrero.
Em 2023, a Rappi, presente em Colômbia, Brasil, México, Costa Rica, Peru, Equador, Chile, Argentina e Uruguai, gerou receitas líquidas anuais próximas de US$ 800 milhões. Sua disciplina financeira e operacional foi aprimorada com a contratação de executivos de empresas como Doordash, Amazon, Stripe e Mercado Libre. Inclui o seu CFO, Thiago Azevedo, que anteriormente foi CFO do Mercado Livre no Brasil.
Desde a sua criação, a Rappi obteve mais de US$ 2,2 bilhões em investimentos de empresas como Sequoia Capital, T. Rowe Price, Andreessen Horowitz e SoftBank Group Corp.
“O ideal é que nosso crescimento venha dos nossos próprios lucros, o que nos permitirá continuar investindo cada vez mais”, disse Borrero.
A Rappi afirma estar integrando Inteligência Artificial em suas operações, algo que busca fortalecer após a aquisição da Fountain9 na Índia.
Novos mercados
Diante da expansão para novos mercados, Borrero antecipou que o próximo passo da empresa será a América Central, onde já possui operações na Costa Rica.
No México, os objetivos da Rappi são ambiciosos. “Estamos crescendo muito na área de restaurantes, crescendo muito no Turbo”, disse Borrero, ao mesmo tempo em que expressou sua expectativa de maior clareza na legislação e revelou que a RappiPay, sua vertical de serviços financeiros, já é rentável naquele país.
Borrero afirmou que na América Latina a empresa paga aos entregadores “o equivalente a dois salários mínimos por hora”, em contraste com os modelos europeus.
O CEO da Rappi atribui os resultados financeiros e operacionais ao trabalho em equipe e à implementação de mais de 25 pilares de rentabilidade nos últimos dois anos.
De acordo com a Forbes Colômbia, a visão de futuro da Rappi está focada no seu serviço Turbo, que nasceu originalmente como uma solução para entregas rápidas de produtos de conveniência.
“Começamos entregando cenoura e alface, hoje oferecemos diversos produtos e serviços no competitivo mundo da tecnologia de consumo da região”, acrescentou Borrero.
Rappi no Brasil
No Brasil, entretanto, a Rappi encontrou um grande obstáculo no iFood, que “conseguiu bloquear a maioria dos parceiros no Brasil”, o que afeta a concorrência.
Porém, a Rappi segue firme e, de acordo com Borrero, agora que tais contratos de exclusividade foram proibidos, eles acreditam que dentro de um ano poderão “ter o mesmo conteúdo do iFood”. Entretanto, por aqui, o seu ponto forte continua sendo o supermercado e o serviço Turbo.
IPO da Rappi
A Rappi espera estar pronta para lançar uma oferta pública inicial em 12 meses, disse Borrero em meados de setembro.
A empresa colombiana agora atingiu níveis de lucro que permitem que a liderança considere uma oferta pública inicial de ações, com a Bolsa de Nova York (NYSE) como destino mais provável, disse Borrero, acrescentando que nos últimos três anos sua receita dobrou. “Estaremos prontos em um ano, mas não temos pressa”, disse o CEO. “Agora que somos lucrativos, estamos gerando dinheiro para investir, completou ele.
Apoiada pelo SoftBank, a Rappi expandiu-se desde sua fundação em 2015 e atingiu o breakeven (“ponto de equilíbrio”, ou seja, parou de dar prejuízo líquido) pela primeira vez no final de 2023.
A empresa vem se preparando para listagem pública há meses, com a contratação de seu primeiro diretor financeiro (CFO), Tiago Azevedo, em abril. Quando perguntado sobre futuras rodadas de financiamento, Borrero disse que “idealmente” eles agora financiam o crescimento por meio da receita, em vez de vender dívida ou patrimônio.