Quem é a bilionária Anne Werninghaus, maior acionista individual da WEG (WEGE3)?
Empresária catarinense é herdeira da WEG, mas passa longe dos motores elétricos; formada em Moda, ela é dona de uma loja em Santa Catarina
A disparada das ações da WEG (WEGE3) fez da empresa uma produtora não só de motores elétricos, mas de bilionários. Segundo a Forbes, foi a companhia que lançou o maior número de bilionários na lista da publicação. Com um destaque para Anne Werninghaus, de 37 anos, uma das herdeiras da companhia e a quinta mulher mais rica no Brasil hoje.
Anne Marie Werninghaus Tavares apareceu pela primeira vez na lista da Forbes neste ano. De acordo com a publicação, Anne é a maior acionista individual da WEG hoje, o que fez dela detentora de uma fortuna estimada em US$ 1,1 bilhão. Portanto, cerca de R$ 5,55 bilhões na cotação atual da moeda americana.
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No entanto, a WEG não discrimina qual a porcentagem cada membro das famílias fundadoras possui qual participação na empresa.
Sobre os acionistas da WEG, companhia se limita a dizer que 14,5% estão na mão dos herdeiros diretamente e que outros 50,1% estão na holding WPA Participações. A holding é dividida em três partes iguais entre as famílias Werninghaus, Voigt e Silva.
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Somadas as duas parcelas, são 64,6% do capital da WEG na mão dos fundadores. Os outros 35,3% estão em circulação no mercado e 0,1% em tesouraria. De acordo com o Yahoo Finance, a empresa tem um valor de mercado estimado em cerca de R$ 138 bilhões.
Anne é neta de Geraldo Werninghaus, um dos três fundadores da WEG. A empresa foi criada por Geraldo em sociedade com Werner Ricardo Voigt e Eggon João da Silva. Das famílias dos três fundadores, saíram hoje 29 bilionários, que juntos somam cerca de R$ 60 bilhões em patrimônio.
Quem é Anne Werninghaus?
Anne Marie Werninghaus, no entanto, nunca trabalhou na WEG. Longe disso. A herdeira é formada em Moda pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) e atua na sua área de estudo. Ela é dona de uma loja de roupas em Jaraguá do Sul (SC), onde vive.
Trata-se da A.Marie Complementos, lque se propõe a “contar a história de outras mulheres, com elegância e sofistifcação, acompanhando diferentes estilos e personalidades, isso através de joiás e acessórios”.
Em 2011, entrevista ao NSC Total, jornal do grupo afiliado à TV Globo em Santa Catarina, ela contou um pouco sobre a sua trajetória. Anne Marie falou sobre seu relacionamento com o jogador de vôlei João Paulo Tavares, então na seleção brasileira e hoje aposentado.
Na época, ela estava falando sobre o início do seu trabalho como diretora de moda da VestesBr, que pretendia ser um portal voltado a atacadistas de moda. A iniciativa tinha como investidor o pai de Anne, Diether Werninghaus, e foi encerrada em 2016.
Paixão pela moda
A herdeira da WEG é mãe de três filhos, de acordo com entrevista que concedeu à Nossa, revista local de Jaraguá do Sul.
Na conversa com a publicação, Anne Marie afirma que começou a trabalhar com moda por buscar uma atividade criativa.
“Eu sentia que precisava de um escape, de uma atividade que desse vazão a toda a minha criatividade”, afirmou. Ela conta que deu seus primeiros passos com o CNPJ emprestado pela mãe, Beatriz Eicke Werninghaus.
Anne Marie também rebateu quem diz que o gasto com roupas e acessórios é supérfluo. “Se nos faz bem, não pode ser chamado dessa forma. A moda sempre teve e terá muito valor e importância”, disse. Dessa maneira, ela também defendeu a vestimenta livre, independentemente de regras fechadas.
“Respeito muito o trabalho de profissionais e tenho curso de personal stylist, mas não deixo de usar determinada cor de roupa, por exemplo, porque ela não faz parte da minha cartela de cores. Nos colocar em ‘caixinhas’ é muito limitante”, argumentou, ainda à revista Nossa.
Anne Werninghaus e as mulheres mais ricas do Brasil
De acordo com o ranking da Forbes, atualizado diariamente, Anne Werninghaus é a quinta mulher mais rica do Brasil. A primeira colocada é Vicky Safra, viúva do fundador do banco Safra, Joseph Safra. Junto com sua família, Vicky tem um patrimônio estimado em US$ 17,1 bilhões (cerca de R$ 86,2 bilhões).
Ana Lúcia de Mattos Barreto Vilela, uma das principais acionistas da Itaúsa, vem no segundo posto, com US$ 1,7 bilhão (R$ 8,57 bilhões).
Em seguida, aparece Lúcia Maggi, do grupo Amaggi, junto com sua família com US$ 1,4 bilhão (R$ 7 bilhões) e Neide Helena Moraes, herdeira do grupo Votorantim, com US$ 1,2 bilhão (R$ 6 bilhões). Por fim, fechando o top 5, Anne Werninghaus.
Vale a pena investir na WEG?
Reportagem da Inteligência Financeira analisou o momento da empresa e ouviu analistas para falar sobre se vale a pena investir na WEG. Depois de uma alta na casa dos 400%, as ações da companhia viveram uma queda de 14% entre janeiro e o final de outubro de 2023.
A queda no preço das ações se deu por conta de um otimismo exacerbado, disse Alberto Valerio, analista de equity research do UBS BB. “Talvez o mercado estivesse muito otimista e não visualizou esse topo de ciclo em 2023”, avaliou à reportagem.
O Itaú BBA diz manter-se “fiel” à classificação anterior que o banco fez da empresa, indicando neutralidade para os papéis. Ou seja, nem compra nem venda.
O banco afirma que aguarda “resultados catalisadores” e um “melhor ponto de entrada”. “Não somos compradores ainda, mas continuamos fãs da história”, diz a instituição em relatório.
Por outro lado, há quem acredite que o desempenho ruim da empresa na bolsa possa ter aberto uma boa oportunidade para comprar. “Mesmo com valuation um pouco mais caro, nossa posição é de compra”, diz Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research.