Falta dinheiro para empresas adotarem inteligência artificial, diz CEO do Google Cloud
Em entrevista ao Visão de Líder, Eduardo Lopez, CEO do Google Cloud para a América Latina, fala do atual estágio das novas tecnologias, mas também como gerencia o dia a dia de até 14 reuniões e como faz para ler até 7 livros por viagem de trabalho
Eduardo Lopez é CEO para a América Latina de uma das maiores empresas do mundo, o Google Cloud. A companhia, aliás, tem 60% das 1.000 maiores empresas do mundo como cliente. Só para se ter uma ideia, no terceiro trimestre de 2024, o Google Cloud teve uma receita global de US$ 11,4 bilhões.
E Eduardo está envolvido nesses números. Ele é um argentino que vive no Brasil há 20 anos. Trabalhou em duas empresas com uma carreira bastante longeva: na Oracle onde ficou por 20 anos, e chegou à vice-presidente sênior de soluções de engenharia, arquitetura e inovação da indústria. O Eduardo é formado em engenharia eletrônica, tem especialização em estratégia de negócios pela Universidade de Buenos Aires. Tem três filhos na Argentina e uma no Brasil.
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Durante a pandemia, ele perdeu 19 quilos – mais tarde recuperou 4. Mesmo assim, isso diz muito sobre ele. Enquanto a maioria das pessoas engordou, ele estava lá, firme e forte, de boca fechada.
Dono de uma vida agitada, Eduardo impõem limites em sua rotina. Ele termina o expediente impreterivelmente às 19h. Coisa rara no mundo dos C-Level.
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“É muito importante o executivo mostrar o lado humano. Faço cerca de 14 reuniões por dia, mas tenho hora certa para parar”, nos contou Eduardo neste Visão de Líder, que você assiste no vídeo acima ou lê os principais trechos logo abaixo.
Como o Google Cloud vê a Inteligência Artificial?
De dois anos para cá, portanto, o mundo acordou e viu a importância da inteligência artificial, que ela pode ser aplicada nos negócios e na vida pessoal. Mas no Google Cloud a gente já faz isso há dez anos. A gente sempre olha a inteligência artificial para melhorar o produto aos clientes, como Casas Bahia, Natura, O Boticário. A grande restrição de implementação nas empresas estava no orçamento. Precisou de uma virada de chave para conseguir captar o benefício financeiro e de negócio da IA para os clientes.
O grande concorrente do Google Cloud é o data center?
A América Latina tem uma característica de ter muitos sistemas ligados, muitos sistema que ainda estão rodando em datacenter. Temos a informação de que há data centers que não têm um arquitetura de segurança. Cloud é uma ferramenta para as empresas não somente reduzir custo e flexibilizar. É um projeto que aplicando a tecnologia você tem um aumento de receita. Se você tem um datacenter com máquina, muita vezes você não tem flexibilidade.
Qual é o futuro dos dados nas nuvens?
Uma coisa interessante que está acontecendo nos últimos dois ou três anos é que os dados nas nuvens estão deixando de ser um pedaço do datacenter via infraestrutura, para virar um valor agregado.
Quando você fala de inteligência artificial, você fala de um processamento muito mais econômico. Então, isso faz parte da reputação de uma empresa. Os dados em nuvem evoluíram e vão agregar mais valor aos negócios.
Quem é o hacker hoje?
Um hacker busca uma porta de entrada nos sistemas, para fins diversos que não posso catalogar. Hoje os hackers são máquinas, não são pessoas. Então, eles fazem milhares de combinações, por isso que temos que estar preparados, tem ter uma conduta para evitar. Um hacker é sempre algo negativo, pois ele quer invadir dados pessoais ou de empresas.
Quais são os mercados prioritários para o Google Cloud na América Latina?
O Brasil é um deles, com certeza. Aqui é um mercado onde nós temos feito enormes investimentos. E são investimentos contínuos. E hoje o Brasil está conectado com outros países importantes, com os Estados Unidos na Argentina, Chile, Uruguai. O Brasil é importante para o Google Cloud não só na região. Mas em todo o mundo.
O que é ter inteligência financeira?
Bom, eu sou filho de galegos espanhóis. Qual é a coisa mais importante por um espanhol? Tijolo. Eu sempre trabalhei muito, então sempre preferi investimentos de baixo risco e diversificados. E, à medida que você fica mais velho, tem menos tempo de recuperar dinheiro perdido. Cada passo que eu dou construo um pedaço do meu patrimônio, que tem que ser sempre positivo.