Medo de ter o celular roubado? Veja 9 dicas para proteger suas contas bancárias

Simples ações podem reduzir seu prejuízo, caso você seja vítima de criminosos

Ilustração: Renata Miwa
Ilustração: Renata Miwa

No Brasil, ter o celular roubado infelizmente é algo comum. Em São Paulo, o número de boletins de ocorrência de roubos de celulares aumentou 26% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2020, antes da pandemia de Covid-19. O levantamento é do Departamento de Pesquisas em Economia do Crime (Depec), da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), com dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP).

Nesta semana, um usuário do Twitter relatou que teve o celular roubado e que os autores do crime foram capazes de pedir empréstimos, fazer transferências e compras no cartão de crédito que somaram, segundo ele, mais de R$ 143.000. A história viralizou e várias pessoas começaram a compartilhar dicas de como proteger as contas bancárias caso tenham o celular roubado.  “Este caso está muito fora da curva, nunca vi nada parecido”, comenta Rodrigo Jonas Fragola, segurança da informação e CEO da Ogasec, de cibersegurança.

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Ainda que este seja um caso isolado, é importante aprender a proteger suas contas bancárias e reduzir as perdas caso a próxima vítima de roubo de celular seja você. Por isto, separamos com a ajuda do especialista algumas dicas para evitar grandes perdas caso seu celular seja roubado.

1. Ative o bloqueio do chip SIM

O chip SIM é o equipamento que a operadora de telefonia dá a seus clientes para que eles possam fazer chamadas, receber e enviar SMSs. É possível colocar uma senha numérica de quatro a oito dígitos que bloqueia o chip. No momento de ligar seu aparelho, ele vai solicitar essa senha. Isso também vai dificultar o acesso de terceiros às informações gravadas no chip e golpes envolvendo as pessoas na sua lista de contatos. 

É importante destacar, porém, que a opção de bloqueio do chip SIM é, por padrão, desabilitada e quem queira ativar precisa de um código que a operadora geralmente fornece no momento da compra do chip. Caso você não saiba qual é esse código, entre em contato com a empresa. Não tente adivinhar para não correr o risco de ter seu chip bloqueado. 

2. Se possível, compre aparelhos com criptografia de fábrica

Os celulares mais modernos já têm uma tecnologia de criptografia como item de fábrica e funcionando por padrão. Em outros, é preciso ativar a função. Com a criptografia, é possível armazenar os dados do telefone em um formulário ilegível, que só é organizado quando o usuário insere uma senha. Pesquise se o celular que você quer comprar conta com essa tecnologia. 

3. Evite usar sua digital para desbloquear o aparelho

Uma coisa é a biometria que o sistema eleitoral do Brasil utiliza, por exemplo. Temos equipamentos dedicados à leitura e armazenamento dos padrões da digital dos cidadãos. Nos celulares, Fragola explica que os hardwares não são tão avançados e podem ser fraudados por golpistas. 

Para desbloquear o celular, o especialistas recomenda o uso de uma senha de pelo menos oito caracteres que misture letras, números e caracteres especiais. Lembrando que os telefones desbloqueado por biometria também contam com outro tipo de autenticação, caso a digital falhe. Então, se alguém roubar seu celular, muitas vezes nem precisa ter um equipamento capaz de desbloquear via digital, mas um outro que testa milhares de combinações de números para desbloquear o celular pelo PIN.

Vale a pena procurar na internet sites geradores de senha. Você consegue configurar a dificuldade da senha que quer e usá-la onde bem entender. A parte difícil é decorar a senha, mas nada que alguns exercícios de repetição não resolvam. 

4. Use um antivírus

Além de evitar que um software malicioso faça estragos no seu celular, alguns aplicativos antivírus dão ao usuário a capacidade de executar o comando de apagar todos os dados do celular à distância. Uma vítima de roubo pode pedir o celular de outra pessoa emprestado, baixar o aplicativo, fazer o login e executar o comando de reset rapidamente. 

Depois de um roubo de celular, é preciso correr contra o tempo. Existem quadrilhas especializadas nesse tipo de ação e que têm um modus operandi bem definido, mudando rapidamente a senha do dispositivo e acessando apps sensíveis em questão de minutos. Portanto, tempo é, literalmente, dinheiro. 

5. Reduza o tempo do bloqueio automático da tela 

Em qualquer celular, que usa o sistema iOS ou Android, é possível ajustar em quanto tempo a tela é bloqueada automaticamente após inatividade. Aqui, a dica é reduzir esse tempo ao mínimo de forma que ainda fique confortável. Isto pode ser determinante para redução de risco em caso de roubo de celular. Caso o ladrão pegue o aparelho com a tela desbloqueada, a facilidade de acessar o que há no telefone é muito maior. 

6. Revise seus hábitos enquanto está fora de casa

Atender uma ligação enquanto anda na calçada e usar o celular ainda que dentro de um carro com a janela aberta são atitudes que podem aumentar o risco de um furto. Tudo o que fizermos para minimizar esses riscos é bem-vindo. 

7. Deixe aplicativos de bancos em pastas seguras

Dispositivos iOS e Android têm aplicativos que criam pastas que protegem dados e aplicativos. A dica é procurar esses apps nativos no celular ou instalar um de confiança caso o seu aparelho não venha com um desses. 

Colocando os aplicativos de bancos (ou qualquer outro que você queira) nessas pastas seguras, o sistema vai pedir uma senha para acesso. Garanta que a senha seja forte, pois esta é mais uma camada de segurança para impedir que outras pessoas acessem esses aplicativos. 

8. Reduza os limites de transferência nos bancos

Se você precisa fazer uma transferência de valor compatível com o seu salário, provavelmente teve tempo para se programar para isto. A comodidade sai perdendo, mas dá para fazer transferências menores por alguns dias até o dia limite para acertar as contas. Lembre-se: se você consegue transferir todo o seu salário de uma vez para outra conta, alguém que roubou seu celular também pode conseguir. 

Ainda dentro desse tema, dá para indicar o bloqueio de opções de empréstimo bancário nos apps de instituições financeiras nas quais você tem conta. Se tiver dúvidas de como ou se é possível fazer isto, entre em contato com a empresa.

9. Evite cadastrar cartões de débito em aplicativos

As compras no cartão de crédito são protegidas por um seguro e as operadoras são obrigadas a garantir a segurança das operações e até ressarcimento em caso de golpes, mas as regras não valem para cartões de débito. Se possível, não cadastre esses cartões em aplicativos de serviço como caronas e entrega de refeições.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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