Banco Central registra quase 90 milhões de consultas a dinheiro ‘esquecido’ em bancos
De acordo com a instituição, 20,4% resultaram em saldo a resgatar
Quase 90 milhões de pessoas físicas e empresas já fizeram consultas ao sistema que busca valores esquecidos em instituições financeiras, informou o Banco Central (BC). De domingo (13) até o fim do dia de ontem (16), 86.997.576 consultas foram registradas. Nas últimas 24 horas, cerca de 21 milhões acessaram a página. Desse total, 85.312.803 consultas foram feitas por pessoas físicas e 1.684.773, por pessoas jurídicas. De acordo com o BC, 17.773.019 (20,4%) resultaram em saldos a resgatar, dos quais 17.531.498 se referem a pessoas físicas e 241.521 a empresas.
15,5 milhões têm dinheiro, mas não fizeram a consulta
15,5 milhões de brasileiros e empresas com dinheiro ‘esquecido’ em bancos ainda não realizaram a consulta no novo site do Banco Central (BC). Na primeira fase do SVR (Sistemas de Valores a Receber), foram liberadas as consultas a R$ 4 bilhões. O montante inclui valores a serem devolvidos para 28 milhões, sendo 26 milhões de pessoas físicas e 2 milhões de pessoas jurídicas, segundo o BC.
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Até as 18h de terça-feira (15), 66.150.837 clientes, pessoas físicas e empresas, tinham feito consultas no sistema para saber se têm algum dinheiro esquecido. Desse total, segundo o BC, 12 milhões de contas de pessoas físicas e 235 mil contas de pessoas jurídicas tinham algum alguma quantia a receber. Outros 53 milhões não tinham saldo. Ou seja, 8 em cada 10 consultas não encontraram valores a receber. A consulta e resgate são feitos exclusivamente pelo site valoresareceber.bcb.gov.br, do Banco Central.
Qual é o valor?
O primeiro acesso ao site do BC permite ver se há dinheiro a receber, mas não mostra o valor a ser devolvido. Ao fazer a consulta, o cliente do banco recebe uma data e período para consultar o saldo e solicitar o resgate. O Banco Central não divulgou o valor médio esquecido nos bancos ou detalhes sobre a quantia que a maioria dos beneficiários irá receber. Informou apenas que os saldos “variam muito entre os beneficiados”.
Considerando o montante de R$ 4 bilhões desta fase 1 informado pelo Banco Central e o total de 28 milhões de beneficiários, incluindo CPFs e CNPJs, o valor médio a ser devolvido é de apenas R$ 142,85 por pessoa ou empresa.
Como fazer a consulta e pedir o resgate
Segundo o Banco Central, os clientes precisam do CPF, no caso das pessoas físicas, e do CNPJ, no caso das empresas, para consultar a existência de recursos para saque. A página vai informar uma data para consultar os valores e solicitar o saque – anote esta data. Na data informada, retorne à página valoresareceber.bcb.gov.br. Use seu login gov.br para acessar o sistema. Após o acesso, consulte o valor e solicite a transferência Ao fazer esta primeira consulta, o cliente do banco recebe uma data e período para consultar os valores e solicitar o resgate do saldo existente. As datas são agendadas de acordo com o ano de nascimento da pessoa ou da criação da empresa.
Como consultar valores de familiares que já morreram?
Tendo em mãos o número de CPF ou CNPJ e a data de nascimento ou de abertura da empresa, já é possível saber se há ou não recursos esquecidos vinculados a uma pessoa ou empresa – mesmo que o titular já tenha falecido, ou a empresa sido fechada. Os procedimentos para a consulta dos valores e solicitação da devolução nesses casos, porém, ainda não foram detalhados pelo BC. O Banco Central promete informar ‘em breve’ quais serão os procedimentos para que a consulta de valores e o resgate possam ser feitos por terceiros.
Novo lote em maio
Quem não encontrar valores a receber nesta etapa poderá ter recursos nas próximas fases. Em 2 de maio, as consultas a uma nova fase serão abertas. É a essa segunda etapa que se refere a mensagem que aparece para muitos clientes que acessam o sistema (veja na imagem mais abaixo). O BC estima em R$ 8 bilhões o valor total a ser devolvido aos clientes em 2022.
As fases da devolução
Na primeira fase do serviço, R$ 4 bilhões serão devolvidos para físicas e jurídicas, que decorrem de:
- contas-correntes ou poupança encerradas com saldo disponível;
- tarifas e parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, desde que a devolução esteja prevista em Termo de Compromisso assinado pelo banco com o Banco Central;
- cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários e participantes de cooperativas de crédito;
- recursos não procurados relativos a grupos de consórcio encerrados.
O restante dos valores será disponibilizado a partir de maio e no decorrer deste ano, fruto de:
- tarifas e parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, previstas ou não em Termo de Compromisso com o BC;
- contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
- contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários encerradas com saldo disponível;
- e outras situações que impliquem em valores a devolver reconhecidas pelas instituições.
Segundo o Banco Central, os valores esquecidos nos bancos referentes a esta primeira fase serão devolvidos a partir de 7 de março. Para os demais valores, ainda não foram informadas as datas.
Com reportagem do g1 e da Agência Brasil