Saúde financeira do brasileiro piora entre 2020 e 2022, aponta pesquisa da Febraban
E mais: 34,2% dos entrevistados disseram que o orçamento está mais curto e que gastam mais do que ganham
Publicada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a pesquisa que mede o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB) mostrou que a maioria dos brasileiros caiu nas faixas que medem a saúde financeira. Isto principalmente por conta de um orçamento menor e aumento de despesas.
De acordo com a pesquisa, a média geral da saúde financeira do brasileiro, de 57,2 no final de 2020, caiu 1,2 ponto percentual, passando para 56,0 no início de 2022. O que sugere uma piora na saúde financeira da população.
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O I-SFB é medido a partir de um questionário que permite calcular uma pontuação que vai de 0 a 100, em uma classificação que vai de “ruim” a “ótima”.
Já a segunda análise da Febraban, feita entre janeiro e março de 2022, levou em consideração uma amostra de 4.796 pessoas, das 5 regiões do país, com idade superior a 18 anos e bancarizados.
Diante disso, a Febraban explicou que mais de 70 especialistas das áreas bancária, acadêmica, membros do Sistema Financeiro Nacional, como o setor cartão de crédito, birôs de crédito, empresas de leasing, especialistas em educação financeira e planejadores financeiros participaram da elaboração desta segunda edição.
“O indicador criado permite um abrangente retrato da saúde financeira da população, alcançando as dimensões de habilidade, comportamento, segurança e liberdade financeira, além de ser totalmente ajustado à nossa realidade socioeconômica”, apontou a entidade.
Saúde financeira em queda
Dessa forma, a pesquisa identificou ainda que as faixas que vivenciam maior bem-estar financeiro (ótima e muito) caíram em relação à sondagem anterior.
Por outro lado, as faixas inferiores (baixo, muito baixo e ruim), que vivenciam maior estresse financeiro, aumentaram nesta segunda edição.
A análise também apontou que quando questionados sobre a frase que melhor descreve a comparação entre a renda total e os gastos na sua casa, 34,2% disseram que o orçamento está mais curto e gastam mais do que ganham. O que representa um aumento 5,1 pontos percentuais em relação a 2020.
Além disso, para 31% dos entrevistados sobra dinheiro no fim do mês com alguma regularidade (3,9 pontos percentuais menos em relação a 2020).
Para a maioria dos brasileiros que responderam à pesquisa (48,6%) existe algum nível de aperto financeiro (aumento de 1,8 pontos percentuais em relação a 2020).
Somente 19,8% dos respondentes dariam conta de uma despesa grande e inesperada. O que corresponde a uma queda de 2 pontos percentuais menos em relação a 2020.
Maior uso de créditos
A pesquisa conduzida pela Febraban também observou aumento do uso de serviços de crédito. Em 2020, de acordo com os dados, cerca de 60% das pessoas usavam produtos de crédito sem finalidade específica.
Em 2022, esse patamar subiu para 62,5%. “Os resultados dos questionários aplicados também revelam que o brasileiro continua inseguro com relação ao futuro”, apontou a Federação.
Em relação às preocupações com as despesas e compromissos financeiros, para 56,4% dos respondentes as finanças são motivo de estresse na família. Uma redução de 1.9 pontos percentuais em relação a 2020.
Já para 66,6%, a maneira como cuidam das finanças não os permite aproveitar a vida. Por sua vez, 39,4% disseram não ter segurança sobre o seu futuro financeiro (aumento de 3,3 pontos percentuais em relação a 2020).