Mês da Mulher: já ouviu falar no imposto rosa (ou pink tax)?
Produtos femininos têm, em média, carga tributária 40% maior do que a dos produtos masculinos
Você conhece o imposto rosa? Não, não é mais um imposto que você tem que pagar. Calma, que eu explico! O imposto rosa, na verdade, não é um imposto propriamente dito. É uma expressão, um termo. Ou seja, não é uma obrigação a ser paga como ocorre com IPTU, IPVA e outros impostos.
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O termo imposto rosa vem do inglês pink tax e é uma expressão usada para se referir ao fato de que os produtos ditos femininos são bem mais caros que as versões neutras, ditas masculinas e ainda possuem carga tributária elevada por serem considerados bens supérfluos.
No Mês da Mulher, este artigo é um presente em forma de conhecimento para as leitoras da Inteligência Financeira e, para os homens também, pois é uma forma de entender como ainda temos muito a caminhar em termos de igualdade.
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Homens pagam mais barato do que as mulheres
Infelizmente, ainda há pouco conhecimento sobre o imposto rosa, ou pink tax. Os produtos considerados femininos variam desde maquiagens, roupas, acessórios, calçados até aqueles que são considerados masculinos e que ganham versões cor de rosa ou lilás para seduzir o público feminino.
Um exemplo são as lâminas de barbear. O mesmo produto, da mesma marca, nas cores rosa ou lilás e com o nome de aparelho de depilar, custa de 25% a 30% a mais que as versões tradicionais azul ou preto. E, este é apenas um exemplo. Entretanto, em outros produtos a variação de preço é tão grande que pode custar até o dobro do valor.
As mulheres recebem salário 22% menor em comparação com homens no Brasil, de acordo com os dados do IBGE
E, o pior é que esta diferença já vem desde a infância. As roupas e os brinquedos de meninas são sempre mais caros do que os de meninos, em torno de 30% a mais, em média. Quem tem filhos certamente já percebeu esta diferença, pois a comparação é instantânea. E, conforme as crianças crescem, as diferenças vão aumentando na mesma proporção das necessidades.
Mulheres pagam mais impostos
Quando falamos de impostos, os produtos femininos têm, em média, carga tributária 40% maior que a dos produtos masculinos.
A tributação sobre o absorvente, por exemplo, que é um bem de primeira necessidade para as mulheres é, em média 34,48%. Os produtos de higiene pessoal, como xampus e condicionadores, têm custo até 48% maior do que os oferecidos aos homens.
Se formos falar de cosméticos, o Brasil é o terceiro maior consumidor de cosméticos do mundo, a carga tributária para cosméticos nacionais fica em torno de 51,41% e dos importados 69,50%. Isto é, quase 70%.
No fim, nós mulheres, acabamos pagando mais caro por um único motivo: Por sermos mulheres, o que não é justo. Concorda?
Por que mulheres pagam mais caro?
Os argumentos das empresas é que os produtos diferenciados para o público feminino trazem a ideia de inclusão. Mas, será verdade? Será que o esforço para produzir um produto azul ou rosa é diferente?
Sempre é válido lembrar que os direitos das mulheres podem ainda ser considerados recentes para fins históricos.
Faz somente 145 anos que as mulheres podem frequentar o ensino superior. Apenas em 1962 fomos autorizadas a ter CPF e somente em 1974 passamos a ter direito de possuir cartão de crédito.
Foram muitas e grandes conquistas, contudo, apesar de todos os avanços dos últimos tempos, ainda vivemos em uma sociedade primordialmente patriarcal, construída por homens e os para homens.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no ritmo atual a igualdade de fato entre homens e mulheres deve ser atingida somente em 300 anos.
Além de ser um direito humano básico, a igualdade de gênero é um dos pilares para a construção de uma sociedade justa e livre, sendo crucial para acelerar o progresso, o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável.
O que é o consumo consciente?
Assim, o objetivo deste artigo de trazer conhecimento sobre o imposto rosa, ou pink tax, proponho também reflexões sobre a temática feminina.
Nós, mulheres já avançamos muito em relação a direitos e espaços no ambiente corporativo e na sociedade em geral.
Mas ainda há muito a avançar, principalmente em relação aos estereótipos em relação a finanças, como: mulher não sabe lidar com o dinheiro, gasta demais com supérfluos, não sabe investir.
Por isto, defendo e trago dicas sobre consumo consciente que é a prática de repensar hábitos de consumo, promovendo um estilo de vida mais sustentável e equilibrado.
Então, deixo três dicas para oconsumo mais consciente:
- Reflita se a cor rosa ou lilás vai alterar a funcionalidade do produto e se a cor realmente faz diferença para você;
- Utilize a regra dos 3 P’s (leia artigo “Há diferença entre educação financeira e inteligência financeira?” e, se questione por que está comprando, qual é a necessidade; e se pode pagar sem sacrifícios (pagar sem utilizar limite da conta, rotativo do cartão de crédito ou adiar algum sonho ou projeto).
- Questione seus hábitos financeiros, analisando como as regras da sociedade impactam em sua vida financeira. Exemplo: por que comprar um batom importado quando há um similar nacional que também é de ótima qualidade, custando 75% menos?
Vamos juntas?
Finalizo esta coluna ratificando que acredito demais no poder da sororidade e, que eu tenho certeza de que o caminho para o crescimento feminino é traçado em conjunto. Os saberes complementam. Eu não tenho todas as respostas, mas posso te dar a mão. Vamos juntas?
Me siga nas redes sociais e me conte o que você pensa a respeito.
Até a próxima coluna que também será dedicada a nós mulheres…