Triple A: como essa classificação te ajuda a investir melhor?
Entenda o que significa a classificação e de que forma ela impacta a sua carteira
A classificação Triple A é um selo de excelência no mundo dos negócios e das finanças. As empresas que recebem essa nota estão no topo quando o assunto é solidez financeira e confiabilidade, tornando-se referência tanto para investidores quanto para o mercado como um todo. Mas, afinal, o que significa essa classificação e como usá-la para montar uma boa carteira?
O que é a classificação Triple A?
Nayra Sombra, planejadora financeira CFP pela Planejar e sócia da HCI Invest, explica que uma empresa ou instituição Triple A (ou AAA) recebe essa classificação pela qualidade em termos de crédito e capacidade de pagamento.
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“Essa classificação é dada por agências de risco, como Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch, que avaliam a saúde financeira de empresas, governos e instituições financeiras. A classificação Triple A indica que a empresa tem a menor probabilidade de inadimplência, ou seja, as chances de ela não cumprir com suas obrigações financeiras são extremamente baixas”, diz a planejadora.
Como funciona a análise?
Agências de risco analisam diversos fatores financeiros e econômicos para determinar o grau de risco de uma empresa. “Isso inclui a análise do histórico de pagamentos, o nível de endividamento, a capacidade de gerar receita, a estabilidade do mercado em que a empresa atua, entre outros. O Triple A é a nota máxima que uma instituição pode receber, indicando que ela é extremamente confiável do ponto de vista financeiro”, explica Nayra.
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Hoje em dia, poucas empresas mantêm a classificação Triple A. De acordo com Nayra, entre as grandes economias mundiais, apenas alguns países, como a Alemanha e a Suíça, ainda possuem essa nota máxima. “Isso acontece porque, para alcançar e manter essa nota, a empresa ou governo precisa demonstrar uma solidez financeira e estabilidade econômica excepcionais, o que é difícil em um ambiente global marcado por crises econômicas, geopolíticas e mudanças nos mercados financeiros.”
A especialista dá alguns exemplos de empresas que têm o selo. “Grandes corporações globais, como Microsoft e Johnson & Johnson, mantêm a classificação AAA, sendo exemplos de empresas que conseguiram equilibrar crescimento com uma gestão sólida de risco e dívida. Mesmo assim, o número de empresas com essa classificação diminuiu ao longo dos anos devido à crescente complexidade dos mercados e dos riscos globais.”
E no Brasil?
Por aqui, a situação é ainda mais restrita. “Pouquíssimas empresas possuem a classificação AAA, pois o ambiente econômico do país apresenta mais volatilidade e desafios, como alta inflação, taxa de juros elevada e instabilidade política. Empresas de setores essenciais, como algumas instituições financeiras sólidas e grandes corporações, podem atingir a classificação AAA no contexto brasileiro, mas, ainda assim, é uma classificação rara”, explica Nayra.
Debêntures de empresas Triple A
Trazendo a classificação para um contexto prático, a análise de uma empresa pode ser útil para o investimento em debêntures. Portanto, uma debênture de uma empresa AAA é um título de dívida emitido por uma empresa de alta classificação de crédito, utilizado para captar recursos no mercado. Por ter essa classificação, a debênture é considerada um investimento de baixo risco, pois a empresa emissora possui alta capacidade de honrar suas obrigações financeiras.
Qual a importância da Triple A para os investidores?
Kátia Margareth, sócia da One Investimentos, ressalta que analisar a classificação de uma empresa se torna ainda mais importante em momentos de incerteza. Além disso, pode servir como um norte para os investidores, principalmente os mais conservadores.
“Investir em ativos de uma empresa ou banco Triple A reduz significativamente o risco de perdas. É o indicativo de que a instituição tem alta capacidade de honrar seus compromissos e oferece mais segurança ao investimento”, explica.
Por outro lado, é também importante entender que os investimentos em instituições e empresas com essa classificação tendem a trazer retornos menores. “É a relação risco-retorno. Quanto menor o risco, menor será o retorno, e vice-versa. Nesse caso, o investidor sabe que está priorizando a preservação de capital.”