Conheça os FIPs, fundos de renda variável que investem em empresas de telecom, rodovias e energia elétrica
Entenda como funcionam os Fundos de Investimento em Participações e para quem eles podem interessar
Fundos de Investimento em Participações (FIP) são uma alternativa para quem quer diversificar a carteira, investindo em renda variável. Se você ainda não conhece esse produto, aproveite para entender como funcionam esses papéis e saiba para qual tipo de investidor eles podem ser interessantes. Vamos lá?
O que são fundos FIP?
Fundos de Investimento em Participações é uma aplicação de renda variável. Como o nome já indica, esses fundos investem em empresas que podem tanto ter capital aberto, quanto fechado ou serem ainda sociedades limitadas em fase de desenvolvimento. Startups, por exemplo, que ainda não fizeram IPO, mas têm bom potencial de crescimento.
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O FIP é constituído como condomínio fechado, por isso suas cotas só podem ser resgatadas no vencimento ou se sua liquidação for deliberada em assembleia de cotistas.
“FIPs geralmente são fundos que investem em empresas de telecom, rodovias e energia elétrica”, explica Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
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Em que os FIPs investem
De acordo com a B3, os FIPs devem ter 90% do patrimônio investido em ações, debêntures simples, bônus de subscrição ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de companhias abertas ou fechadas, ou outros títulos ou valores mobiliários representativos de participação em sociedades limitadas.
Os FIPs ainda podem investir até 20% de seu capital subscrito em ativos no exterior, desde que estejam nas categorias citadas acima. Podem também investir em cotas de outros FIPs ou em cotas de fundos de ações.
Para completar, se o fundo tiver apoio financeiro direto de organismos de fomento pode contrair empréstimos, diretamente desses organismos de fomento, limitados a 30% dos seus ativos.
Quais são as categorias de fundos de investimentos em participações?
De acordo com a composição da sua carteira, os FIPs podem ser classificados em 4 categorias, segundo informações da B3.
FIP – Capital Semente
Esta primeira categoria é focada em aquisição de participações em companhias ou sociedades limitadas com receita bruta anual de até R$ 16 milhões.
FIP – Empresas Emergentes
Nesta categoria o foco é a aquisição de participações em companhias ou sociedades limitadas que tenham receita bruta anual de até R$ 300 milhões.
FIP – Infraestrutura (FIP-IE) e FIP – Produção Econômica intensiva em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (FIP-PD&I)
Neste grupo estão os fundos que mantêm seu patrimônio investido em empresas que desenvolvem projetos de infraestrutura ou produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação nas áreas de energia, transporte, água e saneamento básico e irrigação, entre outras áreas prioritárias.
Cada FIP-IE e FIP-PD&I precisa ter cinco cotistas, pelo menos, e cada cotista não pode deter mais de 40% das cotas emitidas ou auferir rendimento superior a 40% do rendimento do fundo.
FIP – Multiestratégia
Na categoria multiestratégia estão os fundos que não se encaixam nas outras por admitir o investimento em empresas de diferentes tipos e portes. Estes fundos têm a possibilidade de investir até 100% de seu capital subscrito em ativos no exterior. Se for o caso, no entanto, eles são destinados exclusivamente a investidores profissionais.
Quais são as vantagens dos FIPs?
Ainda segundo a B3, as vantagens dos Fundos de Investimento em Participações são:
- sua gestão é feita por um profissional especializado e com condições técnicas de identificar investimentos com maior perspectiva de retorno;
- o investidor participa do crescimento dos negócios das companhias em carteira, independentemente de elas terem capital aberto ou fechado;
- procuram investimentos com alto potencial de retorno, o que pode significar oportunidades de ganhos relevantes;
- permitem a participação em diferentes investimentos com redução do risco global da carteira.
Qual o risco de investir em FIP?
Os FIPs são investimentos de renda variável e, portanto, têm seus riscos. De acordo com o Portal do Investidor, do Governo Federal, um dos principais é o risco de mercado, por exemplo, considerando que esses fundos investem em empresas menores, que são geralmente mais suscetíveis a dificuldades econômicas.
Ou seja, em épocas de crise, os riscos para quem investe em FIP aumentam porque se a empresa não tiver lucro ou for à falência, os cotistas terão prejuízo.
Há também o risco de liquidez, porque não é fácil transformar o investimento em dinheiro antes do vencimento. Por isso, geralmente, ele é uma alternativa mais adequada para o longo prazo.
Quem pode inve stir no FIP?
Bresciani acredita que os fundos FIPs possam ser interessantes para quem não quer o risco de uma ação, mas procura ganho maior do que o oferecido por um título básico do governo. “Em geral, FIPs têm tido um bom desempenho e entregado bons resultados” diz ele.
Mas qualquer pessoa pode investir no FIP? Não é bem assim. De acordo com a instrução da CVM, as quotas do FIP devem ser ofertadas apenas a investidores profissionais ou qualificados.
Apenas para lembrar, investidores profissionais são instituições financeiras, fundos de investimentos ou pessoas físicas ou jurídicas que possam comprovar que têm investimentos financeiros em valor superior a R$ 10 milhões.
Investidores qualificados, por sua vez, são pessoas físicas ou jurídicas que possam comprovar que têm investimentos financeiros em valor superior a R$ 1 milhão ou que tenham qualificação técnica ou certificações aprovadas pela CVM.