Fundo Verde, de Luis Stuhlberger: ‘medidas eleitoreiras colocam pressão nos prêmios de risco’

Na avaliação do fundo, Brasil pode se beneficiar de alta de commodities, mas fiscal é dúvida

Luis Stuhlberger é gestor do fundo Verde (Foto: Silvia Costanti/Valor)
Luis Stuhlberger é gestor do fundo Verde (Foto: Silvia Costanti/Valor)

O fundo Verde encerrou maio com mais um resultado positivo, de 1,31%, e no ano acumula valorização de 9,63%, ante 4,34% do CDI. Posições tomadas (apostando na alta) de juros na Europa, com inflação implícita no Brasil e opções de petróleo e bolsa global contribuíram para o desempenho, enquanto as perdas vieram de ações no mercado local.

Para a equipe da Verde, liderada por Luis Stuhlberger, o Brasil se beneficia no curto prazo com o aumento dos preços das commodities e pelo ciclo mais adiantado de aumento de juros. “Por outro lado, as reiteradas ameaças ao combalido arcabouço fiscal do país por medidas eleitoreiras colocam pressão nos prêmios de risco”, alerta em sua carta mensal. Esse é um pano de fundo que torna o cenário mais complexo para ações, apesar dos “valuations” atrativos. O real segue se beneficiando do grande diferencial de taxas de juros locais e externas.

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O fundo reduziu posições tomadas em juros nos EUA e também na Europa, e segue comprado em inflação implícita no Brasil, e em petróleo via opções.

As alocações de bolsa estão concentradas em ações brasileiras. A gestão informa ainda ter iniciado uma posição comprada em real via opções, aproveitando a volatilidade implícita no mercado.

No seu texto, a equipe de gestão escreve que, em meio ao processo de ajuste das taxas de juros globais, o debate no mercado, antes dominado pela inflação, passou a ganhar peso da desaceleração das economias. “O processo de transição de um mundo com muito crescimento para outro em que o equilíbrio se estabelece em níveis mais baixos de atividade e taxas de juros mais altas está só no início”, diz o texto. “Tal dinâmica fica ainda mais complicada quando adicionados o choque nos preços de energia e também a quebra da sincronia de um dos grandes motores globais — a economia chinesa — por conta da política de zero covid.”

Para o time de gestão, a busca por novos equilíbrios levará algum tempo ainda, e demandará uma postura dinâmica na gestão do portfólio.

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