Ações recomendadas para dezembro: por que investir nestas 10 gigantes do Ibovespa?

Confira os papéis indicados pelos especialistas do mercado financeiro para ter na carteira agora

Veja ações entre as maiores empresas do Ibovespa recomendadas pelos especialistas para investir em dezembro. Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Veja ações entre as maiores empresas do Ibovespa recomendadas pelos especialistas para investir em dezembro. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

A bolsa de valores brasileira entra na reta final de 2024 com tendência negativa. No embalo da frustração com o pacote fiscal do governo, o Ibovespa abre dezembro com perdas de 6,35% no acumulado do ano. Ainda que o cenário seja de pessimismo para dezembro, as carteiras de ações recomendadas do mercado financeiro trazem dicas sobre como o investidor pode se posicionar neste momento.

“Simplesmente estar exposto ao Ibovespa não parece um bom negócio. É necessário fazer um trabalho diligente nos investimentos em ações. Separar o joio do trigo e investir somente no que interessa. Dá mais trabalho, mas também dá mais retorno”, afirma Victor Natal, estrategista de ações para pessoa física do Itaú BBA, em carta mensal.

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Estratégias para dezembro

“A situação fiscal do Brasil vem se deteriorando rapidamente (…) e o cenário externo também não está ajudando. Decidimos tornar nosso portfólio muito mais defensivo. Estamos acrescentando ações com um fluxo de caixa de curta duração. Assim como pagadoras de altos dividendos e empresas que ganham com um dólar mais forte. Ao mesmo tempo em que reduzimos nossa exposição a varejistas e ações de fluxo de caixa de longa duração”, explica o BTG sobre a estratégia para dezembro.

“O quadro de maior aversão a risco pode ser contrabalanceado, em nossa visão, pela parcela de companhias que conseguem explorar o mercado externo. (Portanto) Se beneficiando de um quadro de câmbio depreciado e diversificação geográfica que compensam o risco do negócio. Nesse contexto, acreditamos que as teses mais cíclicas permanecerão sob pressão e que a tese de qualidade ainda prevalece. Por meio da qual companhias com geração de caixa mais robusta, alto retorno ao acionista e baixo endividamento se sobressaem”, avalia o BB Investimentos sobre o momento.

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Então, com base nas carteiras das instituições financeiras, separamos dez ações recomendadas para dezembro. Sobretudo, a seleção foca nas maiores empresas da composição do Ibovespa que figuram nos portfólios das casas de investimentos.

Onde investir? Veja 10 ações recomendadas

Vale (VALE3)

“Ressaltamos que a Vale é a nossa Top Pick do setor de Siderurgia & Mineração. Diante da nossa preferência por minério de ferro vs. aço (já que agora esperamos preços médios de minério de ferro de US$ 120/t vs. US$ 105/t anteriormente).

Assim, vemos a Vale negociando a um valuation atraente (EV/EBITDA 2025E de 3,3x, rendimento de FCL de 13% e dividend yield de 11,5%). Um desconto de 33% em relação aos pares globais.

Entre os direcionadores estão: retomada mais forte da atividade industrial na China e recuperação dos preços do minério de ferro em níveis mais elevados.

Também a distribuição de dividendos e programas de recompra de ações; e o destravamento de valor com venda minoritária da divisão de Metais Básicos.

Já pelo lado dos riscos temos: redução significativa na produção de aço chinesa, levando a uma queda da demanda por minério de ferro. Considerando que a China representa aproximadamente metade da demanda global por esse produto.

A rápida valorização do real pode aumentar os custos caixa do minério de ferro medidos em dólares.

Por fim, queda nos preços do níquel e cobre. E adições inesperadas de capacidade pelos concorrentes.” (Santander)

Petrobras (PETR4)

“Após a divulgação do Plano de Negócios de 5 anos da Petrobras, nossa impressão é de que o sentimento geral é de alívio.

O desempenho das ações reflete o efeito da redução da percepção de risco de uma curva de investimentos que não compromete a capacidade de sustentar pagamentos robustos de dividendos no futuro.

Nesse sentido, a empresa está crescendo (4% CAGR nos próximos 5 anos). E este crescimento proporciona um ROIC marginal maior. Uma vez que os custos de exploração/produção do seu principal motor de crescimento – o pré-sal – estão entre os menores globalmente.

Além disso, a exposição da tese ao dólar acaba sendo um ponto de proteção ao portfólio nesse momento de um real desvalorizado.

Com as ações sendo negociadas com um valuation descontado e oferecendo uma forte geração de caixa (FCFE) e custos mais baixos, a Petrobras é a opção mais segura em nossa cobertura de Petróleo & Gás.” (BTG Pactual)

Itaú Unibanco (ITUB4)

“Os dados de crédito mais recentes do Banco Central e o clima capturado na temporada de resultados encerrada no mês de novembro denotam crescente probabilidade de dinâmicas mais desafiadoras para o setor bancário para os próximos meses. Ainda tendo como pano de fundo no Brasil um ciclo de aperto monetário mais duradouro.

Diante deste contexto, seguimos tendo o Itaú como nossa única indicação no setor bancário. Já que, em nossa análise, o banco vem mostrando a resiliência desejada para a navegação de um ambiente possivelmente mais turbulento.

Isso com uma carteira de crédito que deve manter bom ritmo de crescimento. Mix de crédito equilibrado, transacionalidade satisfatória, custos controlados e qualidade do crédito confortável.” (BB Investimentos)

Bradesco (BBDC4)

“O Bradesco é um dos maiores conglomerados financeiros do Brasil, que oferece uma ampla gama de serviços para clientes individuais, pequenas e médias empresas, e grandes corporações.

Fundado em 1943, o banco opera por meio de uma extensa rede de mais de 2.500 agências e aproximadamente 82 mil pontos de atendimento em todo o país.

Além da fortaleza em crédito e serviços financeiros, possui sólida posição no mercado de seguros, previdência e capitalização. Sendo líder nesse segmento por meio de sua subsidiária Bradesco Seguros, que contribui significativamente para os resultados do grupo.

Dessa forma, o banco registrou lucro líquido ajustado de R$ 16,3 bilhões em 2023, mantendo-se como uma das principais instituições financeiras do Brasil, com uma carteira de crédito que ultrapassa R$ 900 bilhões.

Então, acreditamos que o Bradesco deve seguir apresentando melhorias sequenciais no retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) à medida que avança no crescimento de carteira, com spreads adequados, e menor pressão de despesas de provisões.” (Itaú BBA)

Suzano (SUZB3)

“Estamos elevando Suzano em nossa carteira Top 10 ações recomendadas. Temos uma visão positiva para a empresa, pois acreditamos que ela está bem-posicionada para se beneficiar de uma inflexão nos preços da celulose, movimento que poderia acontecer em breve.

O projeto Cerrado deve beneficiar a SUZB3 com aumento de volumes, redução dos custos operacionais por tonelada. Além de impulsionar a geração de caixa da empresa, que poderia atingir um retorno de 17,5% na média anual para o período de 2025–28.

Adicionalmente, esperamos que a gestão continue executando programas de recompra de ações.” (Safra)

JBS (JBSS3)

A JBS vem desfrutando de um momento operacional positivo diante da combinação de diversos fatores favoráveis às suas diversas unidades de negócios, tais como custos de commodities reduzidos, maior equilíbrio de oferta de proteína suína e de aves, e forte demanda mundial por carne bovina.

Além disso, a manutenção do real desvalorizado frente ao dólar favorece as exportações da companhia e consequentemente sua receita.

Todos esses fatores combinados, cujos benefícios são passíveis de captura pela companhia graças à sua diversificação geográfica e de proteína, têm permitido o incremento da rentabilidade das operações e redução da alavancagem financeira.

Portanto, o que é positivo em um cenário de ciclo de juros contracionista.” (BB Investimentos)

Ambev (ABEV3)

“Estamos adicionando a Ambev à nossa carteira de dividendos. Com as ações sendo negociadas a múltiplos próximos aos mais baixos de todos os tempos.

Mesmo depois de contabilizar os lucros ajustados após as mudanças tributárias do ano passado no Brasil, o perfil de risco-retorno parece mais atraente do que nos últimos anos.

Negociada a 13,5x P/L (25% de desconto em relação à ABI) e com um yield de 8% de geração de caixa para 2025, acreditamos que a Ambev oferece uma sólida defesa ao nosso portfólio.

Com o piso de múltiplos para as ações parecendo muito próximo dos níveis atuais. (BTG Pactual)

WEG (WEGE3)

“A WEG é uma fabricante de equipamentos eletroeletrônicos e de componentes para o setor de energia com presença global.

A empresa está exposta a diversas tendências de crescimento, como investimentos da indústria em geral em motores mais eficientes, transição energética para energias renováveis, eletrificação automotiva.

Aproximadamente 50% da receita da companhia é doméstica e o restante é composto por uma combinação de exportação e venda de produtos fabricados fora do país.

Enxergamos a WEG como uma combinação de crescimento e rentabilidade, ao mesmo tempo em que o modelo de negócio da companhia possui um perfil defensivo, considerando sua exposição a moedas fortes e segmentos resilientes (petróleo e gás, saneamento, mineração, energias renováveis, entre outros).

Olhando para frente, esperamos que a companhia mantenha a forte performance operacional em termos de rentabilidade. O que é explicado por um mix de produtos favoráveis, tendência positiva para preços dos produtos vendidos e cenário positivo em relação aos custos.

Por sua vez, o crescimento deve continuar forte, mantendo-se em dois dígitos ano a ano.” (Itaú BBA)

Sabesp (SBSP3)

“A tese de investimento da Sabesp é uma das mais sólidas entre as concessionárias, com regulamentações robustas para dar suporte ao crescimento orgânico acentuado (implantação de investimentos + cortes de despesas).

Ao preço atual, em nosso cenário base, vemos a SBSP3 negociando a uma atraente TIR implícita real superior a 10% e negociando a um múltiplo EV/RAB 2025 descontado.

Logo, com espaço para melhorias, dado que o CAGR (taxa média de crescimento anual ponderada) do EBITDA do período 2025-30 da Sabesp será de cerca de 15%/ano impulsionado por, entre outras coisas: crescimento da receita/RAB conforme a Sabesp implementa capex (investimentos) de aproximadamente R$ 80 bilhões até 2029.

E cortes de opex (despesas) de -30% até 2028 (cenário base do Bradesco BBI) vs. níveis pré-privatização.” (Ágora)

BB Seguridade (BBSE3)

“Estamos elevando levemente BB Seguridade em nossa carteira Top 10 ações recomendadas. Vemos uma boa oportunidade de exposição a um nome defensivo com crescimento que é negociado a um valuation atrativo.

Uma perspectiva mais favorável para as condições climáticas e o seu reflexo no plantio, especialmente na Região Centro-Oeste do Brasil, levará à recuperação dos níveis de plantio e à aceleração no ritmo de empréstimos de capital de giro relacionados à safra.

Ou seja, trazendo uma melhora considerável para a perspectiva dos prêmios de seguros rurais emitidos no 4T24 e, portanto, beneficiando os resultados consolidados da BBSE3.” (Safra)

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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