Por dentro do Tesouro Direto: conheça todos os tipos, impostos e taxas, antes de virar credor do governo

Há papéis para todo tipo de investidor, prazo e objetivos

Conheça os tipos de Tesouro Direto e veja em qual investir (Foto: Freepik)

O patamar elevado dos juros no Brasil tem permitido que todo o tipo de investidor alcance níveis elevados de rentabilidade sem sair da segurança da renda fixa. Assim, é crescente o interesse pelos diversos tipos de Tesouro Direto disponíveis no mercado. Ainda mais porque, a partir de 18 novembro, não haverá mais valor mínimo exigido para investir na classe. 

Pois bem, Rodrigo Salvador, planejador financeiro CFP pela Planejar e sócio da HCI Invest, nos ajuda abaixo a entender o que são esses ativos, como funcionam, quanto rendem e como fazer para investir na clase. 

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O que são títulos públicos?

Em linhas gerais, os títulos públicos são emitidos por um governo para financiar suas atividades. Ou seja, é um empréstimo com juros da população para o Estado. E com pagamento garantido pelo Tesouro Nacional, o que faz com que o risco de crédito da classe seja o mais baixo do mercado.

Inicialmente, esse investimento só podia ser feito de forma indireta, através de fundos. Mas, em 2002, o Tesouro Nacional lançou o Tesouro Direto, um programa que permitiu a pessoas físicas comprar e vender títulos públicos federais online.

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Então, para eleger entre os tipos de Tesouro Direto e investir, basta ter cadastro no Tesouro Nacional (é possível fazer diretamente nos apps de corretoras e bancos) e acessar o site da modalidade. Ali, conseguirá analisar os diferentes títulos e escolher o mais adequado para o seu objetivo.

Quais são os tipos de Tesouro Direto?

Vamos, então, conhecer os tipos de Tesouro Direto.

Primeiramente, vale notar que há três tipos de títulos em termos de remuneração. Os prefixados, com rentabilidade bruta fixa e determinada já na compra do papel. Os pós-fixados, que acompanham o comportamento de algum indicador e rentabilidade só é definida no momento da venda ou no vencimento do ativo. E os híbridos, que combinam os dois modelos citados acima. Na prática, é assim:

Tesouro Selic

O Tesouro Selic é um título pós-fixado atrelado à taxa Selic (taxa básica de juros brasileira). “Sua rentabilidade cresce conforme a Selic aumenta, sendo o mais seguro e conservador, ideal para quem quer liquidez e baixo risco”, diz Salvador.

Segundo o executivo, o papel é indicado para reservas de emergência, já que não tem marcação a mercado, possui baixa volatilidade e alta liquidez. É menos instável em tempos de incertezas, diz, sendo mais vantajoso quando a taxa Selic está em alta.

Quanto rende: Atualmente, o Tesouro Selic rende 10,75% (patamar da Selic) mais uma pequena taxa fixa ao ano. 

Tesouro Prefixado

O Tesouro Prefixado oferece uma taxa fixa, determinada no momento da compra. O investidor sabe exatamente o valor que vai receber no vencimento, independentemente das mudanças na taxa de juros.

“Indicado para quem acredita que a taxa de juros irá cair e deseja garantir uma rentabilidade acima da média. Ideal para objetivos de médio prazo (como os próprios vencimentos do papel já estabelecem) com retorno previsível”, diz Salvador. 

Vale lembrar, ainda, que há duas modalidades de Tesouro Prefixado: com ou sem o pagamento de juros semestrais, que adiantam parte da rentabilidade do título ao investidor.

Quanto rende: O Tesouro Prefixado rende hoje cerca de 13% ao ano.

Tesouro IPCA+

O Tesouro IPCA+, por sua vez, é um tipo de Tesouro Direto híbrido, que paga uma taxa fixa (que estava em cerca de 6,7% no fim de outubro) mais o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, que estava em 4,42% em setembro). Com isso, afirma Salvador, o investidor tem um retorno real, acima da inflação. 

Segundo ele, a modalidade é ideal para investimentos de longo prazo, como aposentadoria ou compra de imóveis, pois protege o poder de compra do investidor ao longo do tempo. Faz sentido em momentos de inflação alta ou quando se quer estabilidade à frente.

Vale lembrar, ainda, que há duas modalidades de Tesouro IPCA+: com ou sem o pagamento de juros semestrais, que adiantam parte da rentabilidade do título ao investidor.

Quanto rende

Se o título oferece IPCA+ 6% ao ano e a inflação for de 5%, o rendimento total bruto seria de 11%.

Tesouro Educa+ e Rende+

Tesouro Educa+ e Rende+ são tipos de Tesouro Direto focados em objetivos específicos. O Tesouro Educa+ é voltado para investimentos em educação e o Tesouro Rende+ para complementar a aposentadoria. 

Para Salvador, o primeiro é ideal para quem quer garantir um fundo educacional de longo prazo, enquanto o segundo oferece um complemento à aposentadoria do investidor. 

Quanto rende: Esses títulos rendem conforme as taxas dos títulos específicos que fazem parte do plano (Selic, IPCA+ ou Prefixado), adaptando-se às metas de tempo e rendimento do investidor.

Custos e tributos de todos os tipos de Tesouro Direto

Agora que conhece os tipos de Tesouro Direto, está a um passo de investir. Antes disso, no entanto, veja quais são os custos e tributos associados à modalidade:

  • Taxa de custódia de 0,20% ao ano, cobrada em janeiro e julho (isenta para investimentos de até R$ 10 mil no Tesouro Selic);
  • Possíveis taxas de administração cobradas pela instituição financeira utilizada para comprar os ativos;
  • Imposto de Renda regressivo sobre o lucro com o investimento: de 22,5%, se o papel for mantido ou vencer em até 180 dias; a 15%, em caso de manutenção por mais de 720 dias.
A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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