Tesouro Prefixado 2026 e 2027 têm alta com novo ciclo da Selic; entenda o porquê

Títulos do Tesouro Prefixado 2026 e 2027 voltam a pagar cerca de 1% ao ano e valores aumentam antes de decisão da Selic; vale a pena?

Tesouro prefixado 2026 e 2027 voltam a pagar 1% ao ano, mas têm riscos. Foto: Getty Images
Tesouro prefixado 2026 e 2027 voltam a pagar 1% ao ano, mas têm riscos. Foto: Getty Images

Os títulos do Tesouro Prefixado 2026 e 2027 entraram na carteira do mercado como queridinhos da renda fixa considerando a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de elevar a Selic pata 10,75% ao ano.

Na visão de estrategistas e bancos como BTG, Itaú Unibanco, XP e Banco do Brasil, a taxa dos títulos LTF e NTN-F disponíveis no Tesouro Direto ou mercado secundário entregam retornos próximos a 12% ao ano em um cenário de ciclo curto de alta de juros, portanto, menor que apertos anteriores.

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Os melhores prazos do Tesouro Prefixado, segundo especialistas, são 2026 e 2027 porque oferecem proteção contra inflação e ganho parecido com o Tesouro Selic. Para que o retorno dos prefixados sofra uma desvalorização, seria necessário que os juros continuassem mais altos por mais tempo. O que é um risco para alguns especialistas.

Por que o mercado aposta no Tesouro Prefixado 2026 e 2027

O Tesouro Prefixado manteve-se como recomendação nas principais carteiras de renda fixa de bancos de investimento. Itaú, BTG e XP apontam preferências para o ativo com prazos de curta duração, entre dois a três anos.

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Isso porque o prefixado seguiu em agosto e até meados de setembro a abertura da curva de juros no Brasil. Hoje, o título, portanto, paga prêmio de 12% ao ano até o prazo de investimento, próximo ou igual a 1% ao ano.

No site do Tesouro Direto, o prêmio que o Tesouro Prefixado de 2027 paga ao investidor é de 11,72%. Enquanto isso, o Tesouro Prefixado com cupons semestrais com vencimento em 2035 paga 11,99%.

O Itaú BBA justifica a preferência pelo Tesouro Prefixado 2027 por “aumento de liquidez” na carteira do investidor. Além disso, a escolha do ativo “amortece a volatilidade”, de acordo com Lucas Queiroz, estrategista em renda fixa do Itaú BBA.

O estrategista explica que, em um cenário de estabilidade dos juros a 12% ao ano, títulos prefixados de prazo intermediário “ganham atratividade”.

O BTG Pactual, por sua vez, tem recomendação de investimento para o Tesouro Prefixado 2027. Já a XP Investimentos recomenda a alocação no Tesouro Prefixado 2026.

Momento para investir no prefixado é incomum diz BB Asset

O momento de alta rentabilidade no Tesouro Prefixado é incomum porque, na maior parte das ocasiões que esse ativo se valoriza, o BC está prestes a cortar o juro, e não aumentá-lo. É o que aponta Flávio Mattos, head de gestão de fundos de renda fixa da BB Asset.

“Quando você tem início de alta de juros, não é tão boa ideia seguir investindo em Tesouro Prefixado, porque você nunca sabe qual será o aumento ou duração do ciclo”, afirma.

“Esse ciclo de aumento, contudo, é diferente. O mercado vê um início e fim do ciclo porque é como se fosse um reforço do remédio de juros. O que achamos é que esta dose será mais curta, até porque teremos um aliado”, diz Mattos.

O “aliado” seria à queda de juros nos Estados Unidos. O Federal Reserve (banco central dos EUA) cortou a 0,50 pp, sob taxa de 5,00% a 4,75% ao ano.

“O prefixado é muito beneficiado com isso”, inclusive o Tesouro Prefixado 2026 e 2027, explica Mattos. Na visão da BB Asset, a Selic deve acelerar até 11,50% em 2025, manter-se estável até o segundo semestre, quando o BC deve iniciar um ciclo de cortes de juros.

Os riscos do Tesouro Prefixado 2026 e 2027

Apesar do ganho no rendimento dos títulos prefixados, a estratégia ainda é arriscada na visão de alguns gestores e analistas.

Para o investidor pessoa física, afinal, o Tesouro Prefixado é intuitivo ao sinalizar a taxa de rendimento antes do aporte, mas é o papel que mais sofre com o efeito de marcação a mercado.

A XP, apesar de recomendar entrada no Tesouro Prefixado 2026, alerta que uma possível deterioração do cenário fiscal pode levar os juros a uma nova alta em 2025. Ou seja, para além dos 12% previstos pela Faria Lima.

Nesse caso, investidores correm o risco de perder dinheiro, afirma Camila Dolle, head de crédito e renda fixa da XP.

“Quando vemos títulos pagando quase 12%, isso atrai os investidores. O rendimento de 12%, sem IPCA ou CDI, parece fazer sentido e ser preferível. Mas não estamos vendo tanto prêmio nos prefixados, e eles são mais arriscados na volatilidade do mercado.”

Por enquanto, a preferência de Dolle é no Tesouro IPCA+ 2028.

De acordo com Lucas Pereira, analista de renda fixa da AWM, da Warren Investimentos, o Tesouro Prefixado tem maior risco para pessoas físicas.

Na visão dele, é mais recomendável investir no Tesouro Selic de curto prazo, de 2026 a 2027, livre de risco.

“No caso do Tesouro Prefixado 2026 e 2027, quanto menor o prazo, menor a variação. Mas acredito que não vale a pena.

Mattos, da BB Asset, comenta que cabe ao investidor alinhar a compra do título com seus objetivos de investimento.

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A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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