Tesouro Direto ou ETFs de Tesouro: qual é a melhor opção?
Analisamos as principais diferenças entre ambos os ativos e qual é o mais vantajoso
Quando se trata de investimentos em renda fixa, o Tesouro Direto e os ETFs de Tesouro são escolhas populares no mercado financeiro. Os dois ativos têm vantagens específicas, mas como decidir qual é a melhor opção para o longo prazo e para seu bolso? Para isso, é preciso analisar os aspectos tributários, os custos envolvidos e outros fatores.
Tributação: Tesouro Direto x ETFs de Tesouro
Os títulos do Tesouro Direto seguem uma tabela regressiva de Imposto de Renda, com alíquotas que diminuem conforme o tempo de investimento:
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- Até 180 dias: 22,5%
- De 181 a 360 dias: 20%
- De 361 a 720 dias: 17,5%
- Acima de 720 dias: 15%
Além disso, o imposto incide apenas sobre os rendimentos, e há cobrança de IOF para resgates realizados em até 30 dias. Há ainda a taxa de custódia da B3, de 0,20% ao ano, o que pode impactar os custos totais.
Já os ETFs de títulos públicos têm uma tributação mais simples: alíquota fixa de 15% sobre o ganho de capital, independentemente do prazo do investimento. Além disso, os ETFs não estão sujeitos ao IOF, mas podem envolver taxas de administração do fundo e custos de corretagem na compra e venda das cotas.
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Comparação no longo prazo
No longo prazo (investimentos acima de 720 dias), a tributação se equipara para os dois produtos, com a alíquota de IR fixa em 15%. No curto prazo, os ETFs levam vantagem pois mantém a alíquota de 15%.
“Os ETFs de títulos têm uma vantagem adicional: a tributação é mais simples, já que não é necessário acompanhar a tabela regressiva, como acontece no Tesouro Direto”, explica Wesley Santiago, diretor da Macro Contabilidade e Consultoria.
Já Jenni Almeida, CEO da Invest4U, aponta que a ausência de IOF nos ETFs pode ser um diferencial importante. “Isso vale especialmente para investidores que ainda estão construindo um portfólio.”
Por outro lado, os custos operacionais podem fazer a diferença. Enquanto o Tesouro Direto cobra a taxa de custódia da B3, os ETFs podem ter taxas de administração maiores dependendo do fundo escolhido. “Mesmo que a tributação seja igual no longo prazo, o investidor precisa avaliar os custos totais e a praticidade que cada produto oferece”, alerta Almeida.
Outros fatores além da tributação
Além do aspecto tributário, a escolha entre Tesouro Direto e ETFs deve considerar alguns outros fatores, tais como:
- Liquidez: o Tesouro Direto oferece liquidez diária, permitindo resgates em qualquer dia útil. Já os ETFs são negociados na bolsa, e a liquidez depende da demanda pelos papéis no mercado.
- Flexibilidade: o Tesouro Direto tem mais opções de títulos para diferentes objetivos (prefixados, indexados à inflação), enquanto os ETFs são compostos por uma cesta fixa de títulos.
- Custos: as taxas de corretagem e administração podem ser mais altas para ETFs dependendo da corretora, enquanto o Tesouro Direto tem um custo fixo conhecido.
Tesouro Direto ou ETFs de Tesouro: qual é o melhor no longo prazo?
Para investimentos superiores a dois anos, a diferença na tributação desaparece, mas a decisão final dependerá de outros fatores, como explica Jenni. “A escolha deve estar alinhada ao planejamento financeiro, considerando custos, flexibilidade e o perfil do investidor.”
Já Wesley destaca que os ETFs têm a vantagem de simplicidade tributária e ausência de IOF, enquanto o Tesouro Direto é ideal para quem busca maior previsibilidade. “Portanto, o investidor precisará calcular os seus ganhos líquidos de acordo com a sua previsão de investimento na linha do tempo.”