Renda fixa de curto prazo é neste momento bom negócio em cenário de emprego em alta; entenda
Mercado de trabalho aquecido coloca mais pressão no BC para próxima reunião do Copom
Com o mercado de trabalho quente no Brasil, reflexo de uma atividade econômica que também se mantém em alta temperatura, o investidor de renda fixa, principalmente de curto prazo, pode dormir tranquilo. Os juros devem continuar ditando o ritmo dos portfólios. E quanto menor a duração dos papéis, menor o risco neste momento.
A dúvida, portanto, é com relação a ponta em que estão fixados os prêmio, se no pós ou no prefixado. Aqui, os especialistas se dividem. Vai depender da expectativa de cada um com a inflação. E com a condução do novo Banco Central, sob a direção de Gabriel Galípolo a partir do ano que vem.
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Emprego em alta
Nesta sexta-feira (30), o IBGE divulgou os dados da PNAD Contínua. A taxa de população brasileira desocupada nos meses de maio, junho e julho recuou a 6,8%. Assim, a taxa se coloca muito próxima da mínima histórica, de 6,7%.
A taxa coloca um pouco mais de pressão na panela do Banco Central (BC), que segue pressionado pelo mercado a subir a Selic na próxima reunião do Copom, no dia 18 de setembro.
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Renda fixa de curto prazo
Para o investidor, a recomendação dos especialistas é manter boa parte do dinheiro em títulos de curto prazo, com vencimento entre 2026 e 2027.
“Aumentar a duração da carteira não é a melhor escolha”, diz Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura. “Estamos em um cenário inflacionário, tem a sinalização de que o BC pode subir juros. Os títulos mais longos sofrem com essa volatilidade”, afirma.
Para Borsoi, o aumento de juros vai impactar na queda da inflação, que hoje está no teto da meta, de 4,5%, em direção ao centro, que é de 3%.
“Os prêmios dos títulos prefixados estão com uma inflação implícita de 5,5% para os próximos dois, três anos. Não acredito que teremos uma inflação dessas em 2027”, afirma.
Renda fixa de curto prazo pré ou pós?
Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, concorda com seu colega da Nova Futura sobre a ponta curta. Mas discorda sobre prefixado.
“O call seria mais o pós (fixado), olhando para a ponta mais curta”, diz. “Acaba sendo negativo para investimento pré na ponta curta, até porque é o que mais tem sensibilidade à política monetária”, pontua.
NTN-Bs: longo prazo
Alexandre Despontin, CEO da Mérito Investimentos, aponta que os títulos atrelados à inflação, as NTN-Bs, tendem a perder força.
“Nesse cenário, provavelmente aqueles títulos que são atrelados à inflação tendem a desvalorizar um pouco, porque tem-se uma expectativa de que a gente vai ter um pouco mais inflação no mercado”, afirma.
Segundo Nicolas Borsoi, da Nova Futura, a NTN-B permanece um bom negócio para o investidor que está de olho no prazo. “Ele ganha com o carrego desses títulos, que pagam IPCA + 6%”, afirma.