Negociação de debêntures no mercado secundário cresce 39% em 2024 e bate recorde

Em 2024 o volume financeiro negociado bateu recorde. No total, foram R$ 712,19 bilhões negociados, quase 40% maior que o registrado em 2023

O aumento do interesse por títulos de dívida de empresas impulsionou o mercado secundário de debêntures — onde investidores compram e vendem papéis já emitidos.

Em 2024 o volume financeiro negociado bateu recorde. No total, foram R$ 712,19 bilhões negociados, quase 40% maior que o registrado em 2023.

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É o que mostra um levantamento feito pela Pop BR, precificadora de ativos de crédito da Luz Soluções Financeiras, obtido pelo Valor.

“O ano foi muito positivo para as debêntures, que superaram o recorde registrado em 2017, quando movimentaram R$ 568 bilhões”.

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“Do total negociado com ativos ilíquidos, quase 70% ficaram com as debêntures em 2024”, afirma Aruã Torigoe Kalmus, analista da Pop BR e responsável pelo levantamento.

Liquidez no mercado secundário ainda não é alta

Segundo especialistas a liquidez do mercado secundário brasileiro ainda não pode ser considerada alta, mas mostra uma melhora significativa ano após ano.

E essa melhora tem significados práticos tanto para quem compra as debêntures quanto para quem as emite.

Do lado dos compradores, um mercado secundário ativo aumenta a facilidade de trocar os ativos.

Do lado dos emissores, torna possível a emissão de papéis com prazos mais longos.

Já que os investidores não necessariamente precisarão ficar com os papéis até o vencimento.

Considerando outros ativos ilíquidos, como certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA), letras financeiras, letras imobiliárias e notas comerciais, a negociação no secundário superou pela primeira vez a marca de R$ 1 trilhão no ano passado, diz Kalmus.

O montante é quase 26% maior que o apurado em 2023.

Quais foram as debêntures mais negociadas no mercado secundário?

Ao longo de 2024, a debênture mais negociada foi a da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) emitida em junho do ano passado (CHSF13).

O volume financeiro do título, que tem remuneração equivalente a IPCA + 6,7670%, superou os R$ 9,74 bilhões.

Em segundo lugar na lista, aparece um papel da Eletrobras emitido em setembro de 2023 (ELET14).

Dessa maneira, a negociação somou R$ 8,46 bilhões no período.

A terceira posição ficou com uma debênture da Tim emitida em julho de 2023 (TBSP11), cujo volume negociado em 2024 ficou em R$ 6,04 bilhões.

CRIs e CRAs mais negociados no mercado secundário

A negociação de CRIs e CRAs também avançou em 2024, mas em uma velocidade menor.

O total de negócios envolvendo CRIs cresceu 2,23%, passando de R$ 134 bilhões para R$ 137 bilhões, conforme o levantamento.

Dessa maneira, com CRA, o aumento foi de 10,3%, para R$ 98 bilhões.

Entre os CRI, a maior negociação foi do papel 21F0097589, que tem devedores pulverizados, de R$ 4,7 bilhões.

O segundo no ranking foi o papel 24B1669805, emitido pela BWP Diase Empreendimento Imobiliário Extrema. O ativo movimentou R$ 3,16 bilhões.

Um papel emitido pela REC 2017 Empreendimentos e Participações (21F0097247) ficou na terceira posição dos mais negociados, com o total de R$ 2,05 bilhões.

No grupo dos CRA, um título da São Martinho (CRA024004H7) concentrou o maior volume de negociações, de R$ 3,71 bilhões.

Em seguida aparece um título da BRPEC Agropecuária (CRA01400012), com R$ 3,68 bilhões negociados, e um da Engelhart (CRA023007VD), com R$ 2,71 bilhões.

Com informações do Valor Econômico

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