Efeito Trump também mexe com a renda fixa nos EUA; qual é a oportunidade para o investidor brasileiro?

Títulos americanos, disponíveis no país, sofrem forte reprecificação desde a última quarta-feira

Afinal, quem ganha e quem perde na renda fixa americana com a vitória de Donald Trump? Foto: Getty Images
Afinal, quem ganha e quem perde na renda fixa americana com a vitória de Donald Trump? Foto: Getty Images

As ações americanas e as principais criptomoedas registraram fortes altas nos últimos dois dias, desde que Donald Trump venceu e convenceu nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Mas não foram apenas os ativos de risco que se movimentaram na esteira do pleito histórico. A renda fixa americana também trouxe emoção para o investidor.

Os títulos do tesouro de dez anos (T-Notes ou Treasury) com vencimento de dez anos, o mais líquido do mundo em sua categoria, fechou esta quinta-feira negociado com prêmio de 4,30% ao ano.

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É quase 0,60 ponto percentual acima da taxa negociada há um mês, como se vê nesta matéria.

De acordo com especialista americanos, a tendência é de alta nos prêmios, mesmo com o corte de juros desta quinta-feira pelo Federal Reserve.

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Sinal de que a alegria imediata com o futuro novo presidente pode ser a senha para problemas de médio a longo prazo para a economia.

Quem ganha e quem perde na renda fixa

Na renda fixa, todas as vezes que o mercado eleva os prêmios de um título, o investidor que detém um ativo com prêmio menor perde quando precisa vendê-lo antes do vencimento.

Quando os prêmios caem, ele ganha. Já o investidor que abre uma nova posição se beneficia de um título com retorno superior.

E segundo o economista Jared Franz, da Capital Group, o rendimento do T-Note de 10 anos pode continuar a subir para a faixa de 4,5% a 5% ao ano.

“As taxas de juros dos EUA rapidamente precificaram o potencial de volta da inflação”, escreveu Franz, em relatório para os investidores.

A Capital Group é uma das maiores gestoras do mundo, com US$ 2,6 trilhões sob administração.

Mercado americano

Para a Julius Baer, family office suíço que também opera no Brasil, Donald Trump não deve encontrar dificuldades para implementar suas propostas de campanha.

Assim, sua política tenderá a aquecer a economia, gerar inflação e impactar na renda fixa.

Segundo a casa, com Trump, o PIB dos Estados Unidos deve crescer 2,5% em 2025 e 2026.

O resultado estaria bem acima do que David Kohl, economista chefe da instituição, considera como o crescimento de equilíbrio, em 2,1%.

Segundo a casa, a trajetória da economia desembocará em pressões inflacionárias e uma desaceleração na queda dos juros.

“A inflação poderá subir para até 4% em 2026. E revisamos nossa previsão de 2025, para 3,4%”, destaca Kohl.

Assim, os rendimentos dos títulos de Tesouro dos EUA aumentarão para compensar a inflação e o crescimento mais altos.

“Esperamos que os rendimentos (dos títulos de renda fixa) atinjam um nível de 4,75% até o final de 2025, pelo menos”, destaca o especialista.

A Treasury é acessível ao investidor brasileiro por meio de bancos e plataformas que operam no exterior. O investidor paga a operação de câmbio, já que a negociação acontece nos Estados Unidos.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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