Crédito privado segue em ‘momento de ouro’, diz CEO da Blackstone
Segundo Stephen Schwarzman, da Blackstone, o crédito privado está se tornando um grande fornecedor de capital de dívida de alto risco, incluindo financiamento de fusões e aquisições
O crédito privado continua a desfrutar de um “momento de ouro”. Sobretudo após o recente corte de juros nos Estados Unidos, disse o executivo-chefe (CEO) da Blackstone, Stephen Schwarzman, ao “Nikkei Asia”. Como efeito, há uma forte demanda por empréstimos no setor corporativo.
Schwarzman espera que o corte de juros feito pelo banco central dos Estados Unidos (Fed) em setembro melhore o ciclo de fusões e aquisições. Assim, espera-se maior estimulo para maiores empréstimos por corporações. “Quanto mais baixas as taxas de juros se tornarem, mais atividade haverá”, disse ele.
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A Blackstone tinha US$ 1,08 trilhão em ativos sob gestão no fim de junho. Tradicionalmente, ela se concentra em private equity e investimento imobiliário.
Mas o negócio de crédito surgiu como um grande impulsionador de crescimento nos últimos anos. Então, os ativos sob gestão do segmento ultrapassaram os de private equity pela primeira vez em seis anos no fim de 2023.
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O crédito privado está se tornando um grande fornecedor de capital de dívida de alto risco, incluindo financiamento de fusões e aquisições.
Os bancos que participaram de um empréstimo sindicalizado para a aquisição do Twitter pelo bilionário Elon Musk ficaram presos a perdas não realizadas.
Com o colapso de vários bancos regionais na primavera de 2023, esfriando ainda mais o apetite dos bancos por financiamentos arriscados, os empréstimos sindicalizados dos bancos para aquisições alavancadas secaram temporariamente.
Momento de ouro, diz Blackstone
O crédito privado imediatamente entrou em cena para preencher o vazio, com o diretor de operações da Blackstone, Jonathan Gray, chamando-o de um “momento de ouro” para o negócio naquela época.
O fundo de guerra da Blackstone para crédito privado só continuou a crescer. O segmento levantou US$ 69,1 bilhões nos 12 meses encerrados em junho, grande parte por meio de contratos de gestão de ativos de seguradoras de vida e respondendo por quase metade dos ingressos totais da empresa.
A Blackstone diz que administra mais de US$ 200 bilhões em ativos para seguradoras de vida. Ela tem uma parceria estratégica com a Resolution Life, uma afiliada da Nippon Life Insurance do Japão.
Mark Glengarry, chefe de estratégias de crédito privado da Blackstone na Ásia-Pacífico, disse que a empresa adota uma abordagem mais aberta para parcerias do que rivais que têm unidades de seguros.
A Apollo Global Management e a KKR levantam fundos para crédito privado por meio de suas subsidiárias de resseguro.
Oportunidades promissoras
No futuro, a Blackstone vê oportunidades promissoras em data centers para inteligência artificial e outras infraestruturas digitais.
“A Blackstone é agora a maior desenvolvedora e proprietária de data centers” e tem “a maior terra com eletricidade” onde data centers podem ser construídos, disse Schwarzman.
Em uma teleconferência de resultados em meados de julho, ele disse que o portfólio da empresa consiste em US$ 55 bilhões em data centers. Havia outros US$ 70 bilhões em projetos em andamento.
A empresa também anunciou a aquisição da operadora australiana de data center AirTrunk com o Canada Pension Plan Investment Board, por 24 bilhões de dólares australianos (US$ 16,5 bilhões). Há ainda um investimento de 10 bilhões de libras (US$ 13,3 bilhões) para um data center no Reino Unido.
Parcerias com gigantes da tecnologia
Outras empresas de investimento estão fazendo parcerias com gigantes da tecnologia em data centers. BlackRock, Microsoft e seus parceiros anunciaram em setembro o lançamento de um fundo de US$ 30 bilhões para investir em data centers.
Schwarzman disse na entrevista que a Blackstone não está considerando se juntar a tais estruturas no momento.
“Temos dinheiro suficiente para fazer isso, então não vemos a necessidade de estar em consórcios de tamanho significativo em particular”, disse ele.
Com informações do Valor Econômico.