Quanto rendem R$ 5 mil, R$ 10 mil e R$ 100 mil em um título que pague IPCA+8% ao ano?

A crise provocada pela desconfiança do mercado com a situação fiscal brasileira provocou inéditas taxas para o Tesouro IPCA+, que chegou a momentaneamente pagar IPCA+8% de rentabilidade ao ano. A taxa caiu nos dias subsequentes, mas segue alta, com o título que vence em 2029 pagando acima de IPCA+7,60% ao ano. Os cupons do dia podem ser consultados no site do Tesouro Direto.

A perspectiva para 2025 é de que a inflação persista e a Selic suba sucessivamente. Portanto, o cenário segue imprevisível e as expectativas é de volatilidade no preço dos títulos públicos, especialmente naqueles com vencimentos mais longos.

Dessa maneira, o tesouro híbrido voltando a pagar IPCA+8% é uma possibilidade real. Para saber quanto rende um investimento em um título com esse patamar de rendimento, nós contamos com a ajuda de Nayra Sombra, planejadora financeira CFP pela Planejar.

Para a especialista, “a taxa é, sem dúvida, atrativa, pois combina proteção contra a inflação com juro real de 8%”. No entanto, a planejadora pondera que é preciso considerar a marcação a mercado.

Por essa regra, o resgate antecipado ocorre conforme o valor do título no mercado naquele dia. Com a volatilidade, o título pode ter ganhos ou até perdas no curto prazo, apesar de garantir a rentabilidade combinada se levado até o vencimento.

“Em resumo, atratividade de um Tesouro que seja IPCA+8% depende do alinhamento entre as características do título e os objetivos financeiros, considerando o cenário econômico atual e as expectativas futuras”, afirma Nayra Sombra.

Quanto rende o Tesouro IPCA+8%?

Para a simulação, a planejadora financeira considerou uma inflação estimada em 4,5% ao ano, teto da meta estipulada pelo governo federal. Ou seja, o título renderia esse percentual de inflação mais o rendimento real, de 8% ao ano.

Simulamos três valores: R$ 5 mil, R$ 10 mil e R$ 100 mil. Além disso, consideramos os prazos de 1, 2 e 5 anos.

Contudo, é preciso reforçar que se trata de uma estimativa e que de forma alguma representa uma garantia de rentabilidade. Também é preciso ressaltar que em razão da marcação a mercado a projeção considera quanto o dinheiro já teria rendido em um ano, não o valor estimado para resgate, que depende das condições econômicas.