Da gringa para sua carteira: quais as vantagens e desvantagens de investir no exterior?

Confira também quais são os principais produtos financeiros encontrados na hora de aplicar o dinheiro fora do país

As vantagens e desvantagens de investir no exterior vão desde a diversificação e exposição a moedas mais fortes até risco cambial e de tributação - (Foto: Unsplash)
As vantagens e desvantagens de investir no exterior vão desde a diversificação e exposição a moedas mais fortes até risco cambial e de tributação - (Foto: Unsplash)

Quem disse que para investir é preciso ficar concentrado apenas por aqui, no Brasil? Há quem pense que aplicar o dinheiro fora do país seja algo bastante complexo e cheio de obstáculos. De fato, até pouco mais de 5 anos atrá isso era difícil mesmo. Afinal de contas, os investidores enfrentavam burocracia, altos custos de transação, exigências regulatórias complexas e a necessidade de abrir uma conta bancária no exterior.

Mas hoje em dia isso mudou muito. “Com o avanço da tecnologia, os investidores individuais têm acesso a uma variedade de investimentos internacionais de forma simples e barata”, afirma Maria Theresa Montalvão Linhares, head de produtos de investimento internacionais do Inter. Então, para você perder totalmente o medo, hoje a gente te mostra as vantagens e desvantagens de investir no exterior.

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Como funciona aplicar dinheiro fora do país?

E claro que antes de abordar os prós e contras de deixar parte do seu patrimônio no exterior, a gente traz alguns detalhes a respeito desse assunto. Afinal de contas, a Inteligência Financeira tem um guia completo que mostra como, quando e quanto aplicar em ativos estrangeiros. Tudo isso para você aprender tim-tim por tim-tim sobre aplicação financeira fora do país.  

Então, para começarmos, sabia que existem duas formas de investir no exterior? Pois é, e tudo vai depender de suas preferências e objetivos.  

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E uma opção é investir indiretamente por meio de produtos nacionais lastreados em ativos estrangeiros, como os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), ETFs (Exchange-Traded Funds) e alguns fundos de investimentos com estratégias atreladas aos mercados internacionais. “Nesse caso, o cliente faria os investimentos por meio de uma corretora de valores brasileira, em moeda local (Reais)”, conta Felipe Bottino, diretor de investimentos do Inter.

Além disso, os produtos disponíveis para investidores no exterior dependem da plataforma usada. “Geralmente, envolvem ativos nos mercados dos Estados Unidos e da Europa. Mas algumas plataformas oferecem acesso a outras regiões, como a Ásia, por meio de fundos que investem em diferentes localidades”, diz Larissa Frias, planejadora financeira do C6 Bank.

Já outra opção é investir diretamente nos mercados internacionais. Para isso, o cliente precisará abrir uma conta em uma corretora estrangeira que tenha parceria com uma corretora brasileira.

“É importante ressaltar que essas transações são feitas em moeda estrangeira. Portanto, o cliente precisará realizar uma operação de câmbio para converter seus recursos para a moeda do país escolhido”, pontua Bottino.

De BDRs a Time Deposits: quais são os principais investimentos estrangeiros?

Desse modo, então, você pode acessar o mercado estrangeiro de duas formas: diretamente ou indiretamente. Por isso, claro, que existem vantagens e desvantagens de investir no exterior. Então, na forma indireta, ou seja, por meio de corretoras brasileiras, é possível investir em:

BDRs (Brazilian Depositary Receipts)

Negociados na B3, os BDRs representam ações de empresas estrangeiras. “Essa opção permite que os investidores brasileiros tenham exposição a empresas internacionais sem investir diretamente no exterior”, esclarece Maria Theresa.

ETFs (Exchange-Traded Funds)

Os ETFs são fundos de investimento negociados em bolsas de valores que buscam replicar o desempenho de um índice específico, como índices de ações ou de títulos internacionais. Aliás, esses produtos oferecem diversificação e facilidade de negociação, pois também estão listados na B3.

Fundos de investimento internacionais

Existem também diversos fundos de investimento disponíveis no mercado brasileiro que possuem estratégias voltadas para diferentes mercados e setores no exterior.

Por outro lado, na forma direta, ou seja, por meio de uma corretora internacional, as opções mais populares são:

Ações e ETFs

Investir diretamente em ações de empresas estrangeiras e ETFs é outra opção disponível para os investidores. “Isso pode ser feito por meio de corretoras internacionais que possuem parcerias com corretoras brasileiras, permitindo o investimento direto em bolsas internacionais, como a Nasdaq e NYSE”, conta a head de produtos de investimentos.

REIT (Real Estate Investment Trust)

Os REITs oferecem aos investidores a oportunidade de investir em imóveis sem precisar adquirir propriedades diretamente. Por isso, são muito comparados aos fundos imobiliários brasileiros.

Bonds

São os títulos emitidos por governos estrangeiros, empresas multinacionais ou governos locais (municipais). Algo parecido com o nosso Tesouro Direto, por exemplo.

Mutual funds

Os fundos mútuos internacionais são outra opção popular. Esses fundos são compostos por uma variedade de ativos, como ações e títulos.

Time Deposits

São produtos de renda fixa oferecidos por instituições financeiras no exterior. De acordo com Maria Theresa, eles permitem que o investidor deposite uma quantia por um prazo determinado, recebendo um rendimento fixo ao final do período.

“É fundamental compreender a natureza dos produtos, considerar seu perfil de investimento e objetivos financeiros. Sem esquecer, claro, de buscar orientação de profissionais financeiros qualificados para tomar decisões informadas e adequadas ao contexto de investimento no exterior”, alerta William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.

Vantagens e desvantagens de investir no exterior

Bem, agora que você ficou um pouco por dentro dos ativos estrangeiros disponíveis, é hora de partir para as vantagens e desvantagens de investir no exterior. Começamos, então, com os benefícios.

Quais as vantagens de investir no exterior?

  • Tamanho do mercado: “com uma capitalização de mais de US$ 30 trilhões, por exemplo, o mercado americano é cinco vezes maior que o segundo colocado, o mercado chinês, e 33 vezes maior que o mercado brasileiro. Isso proporciona uma ampla gama de oportunidades de investimento”, explica William Castro.
  • Diversificação: investir no exterior permite diversificar a carteira de investimentos. “Afinal de contas, ao alocar recursos em diferentes regiões, setores e moedas, os investidores podem reduzir o impacto de eventuais crises ou instabilidades em um único mercado”, pontua Felipe Bottino.
  • Exposição a moedas mais fortes: investir em diferentes moedas pode oferecer uma possível proteção contra a desvalorização da moeda nacional.” Se a moeda de um país perder valor, os ativos denominados em outras moedas podem se valorizar em relação à moeda local, ajudando a mitigar perdas cambiais e inflacionárias”, afirma Bottino. Então, além de aproveitar os rendimentos recordes da renda fixa americana, o investidor também pode ganhar com a valorização cambial. “Pela projeção do C6 Bank, o dólar chegará a R$ 6 ao final de 2024”, menciona Larissa Frias.
  • Acesso a novos produtos e oportunidades: e isso inclui fundos de investimento especializados, novas tecnologias, empresas disruptivas e produtos financeiros inovadores.
  • Estabilidade econômica e política: “enquanto muitos países enfrentam riscos soberanos, alguns países, como os EUA, oferecem um ambiente mais favorável para investidores estrangeiros, com instituições sólidas e uma história de estabilidade”, explica Castro.

E quais os riscos de investir no exterior?

Afinal de contas, assim como existem vantagens, investir no exterior também apresenta alguns pontos de atenção que devem ser considerados.

  • Riscos cambiais: “flutuações nas taxas de câmbio podem afetar o valor dos ativos e os retornos dos investimentos”, analisa William Castro.
  • Riscos políticos e regulatórios: cada país possui sua própria política e regulamentação, o que pode resultar em incertezas políticas e regulatórias. Portanto, mudanças nas políticas governamentais, instabilidade política, crises econômicas ou mudanças nas regras de investimento podem ter um impacto significativo nos investimentos no exterior.
  • Tributação: ao investir no exterior, a tributação se torna mais complexa, pois os investidores precisam lidar com as regras fiscais de dois países. Ou seja, o país de residência fiscal e o país onde o investimento foi realizado. “E isso envolve entender as obrigações fiscais em ambos os países, aplicar tratados de dupla tributação e buscar estratégias de planejamento tributário adequadas”, explica Felipe Bottino.
  • Barreiras linguísticas e culturais: que podem dificultar a tomada de decisões informadas. “Afinal de contas, riscos políticos e geopolíticos nos países estrangeiros podem impactar diretamente os investimentos”, fala Castro.
  • Dificuldade na compra e venda rápida de ativos: e isso pode acontecer em mercados internacionais com menos liquidez. Por isso, garantir a segurança de ativos no exterior exige a seleção criteriosa de instituições financeiras confiáveis e o cumprimento de regulamentações de custódia locais.

É melhor investir no exterior ou no Brasil?

Essa é mais uma das perguntas que a resposta é um grande e sonoro “depende”. E, nesse caso, vai depender do perfil e objetivos de você, investidor. “Geralmente, a diversificação é recomendada, equilibrando investimentos no Brasil e no exterior com base no planejamento financeiro. O investidor deve considerar a combinação mais adequada para seus objetivos, levando em conta fatores como prazos e níveis de risco”, afirma Larissa Frias.

Afinal de contas, não há uma resposta definitiva para onde investir. Mas sim a importância de realizar uma análise criteriosa e contar com a ajuda de especialistas para tomar decisões financeiras mais embasadas.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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