Quer diversificar com ativos no exterior em 2025? Entenda o cenário antes de começar a investir

Medidas do governo Trump devem mexer com o panorama internacional

Ao considerar alocar dinheiro no exterior, investidores devem estar atentos à medidas adotadas por Donald Trump (Foto: Arquivo/Alan Santos/PR)
Ao considerar alocar dinheiro no exterior, investidores devem estar atentos à medidas adotadas por Donald Trump (Foto: Arquivo/Alan Santos/PR)

Quer diversificar ainda mais a sua carteira neste ano? Pois saiba que investir no exterior pode ser um novo caminho para o deixar o seu portfólio mais interessante. Entretanto, antes de alocar os seus recursos fora do país, você precisa entender o cenário internacional. A seguir, confira o que dizem os especialistas consultados pela Inteligência Financeira sobre o panorama para investir no exterior em 2025.

Governo Trump

Quando pensamos em investir no exterior em 2025, o primeiro mercado para o qual olhamos é o americano. Assim, é necessário entender como um novo governo de Donald Trump pode mexer com os seus investimentos.

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De acordo com Harrison Gonçalves, analista CFA e sócio da CMS Invest, o governo Trump 2025 será orientado a cortar gastos de um lado, e reduzir incentivos fiscais para setores estratégicos de outro, tais como tecnologia, indústria e energia, o que deverá favorecer ganhos de produtividade.

“Ele promete uma agenda mais dura contra imigração, o que pode alterar a oferta de mão de obra. Os setores que podem se beneficiar incluem aqueles voltados ao mercado doméstico e empresas de tecnologia. O dólar também deve seguir se fortalecendo globalmente”, pontua o analista.

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Na avaliação de Victor Furtado, head de alocação da W1 Capital, “a julgar pelas pautas defendidas durante a campanha, a expectativa é que setores compatíveis com elas ganham destaque”. Nesse sentido, com a expectativa de redução de regulação, os setores financeiro, de seguros e de saúde devem ser beneficiados.

Além disso, com uma provável redução de impostos e o esperado aumento de barreiras para importação, a indústria, com destaque para as small caps, sai ganhando, segundo Furtado. Por fim, diz o especialista, o aumento em investimentos na produção de petróleo trará ganhos para as petroleiras.

Pontos de atenção

Diante de um segundo governo Trump, Harrison Gonçalves destaca que os pontos de atenção estão relacionados ao quão forte será a resposta da economia americana aos estímulos prometidos. Nesse sentido, segundo ele, o risco inflacionário é determinante para o sucesso do plano de crescimento contínuo nos EUA.

Conforme Gonçalves, outro ponto é o quão severa serão as questões e medidas relacionadas à geopolítica do governo. Ele cita ainda os riscos que pairam sobre a piora na cadeia de comércio internacional, além de possíveis conflitos mais severos com países ligados à Rússia e à China, por exemplo.

Já Furtado salienta que o viés protecionista do governo republicano, somado à redução de impostos, caso não venha acompanhada de uma redução de gastos, pode refletir em um aumento da inflação. Isso afetaria alguns setores cuja performance é impactada pela sua variação, como varejo e consumo.

Renda fixa americana em 2025

Em relação à renda fixa americana, descoberta por muitos investidores brasileiros no ano passado, por conta dos juros altos nos EUA, Gonçalves afirma que essa classe de ativos deve seguir com níveis de rentabilidade atrativos em 2025. “No entanto, existe um risco eminente de o nível de juros seguir elevado por mais tempo. E isso traria perdas nominais ou ganhos menores aos investidores de bonds”, ressalta ele.

Furtado pontua que o FED já se posicionou dizendo que deve fazer menos cortes no ano que vem, com uma taxa neutra em patamares bem mais altos que o histórico dos últimos anos. “A combinação de uma taxa de juros maior juntamente com um governo com um viés mais protecionista, tarifário e que deve gerar inflação fez com que as taxas de juros longas subissem, encontrando-se atualmente nos mesmos níveis de antes dos cortes pelo FED”, diz o head de alocação da W1 Capital.

Consequentemente, afirma o especialista, as taxas ainda estão bem atrativas. “O mercado americano oferece uma gama muito grande de possibilidades. Elas devem continuar sendo buscadas pelos investidores, principalmente em um período de desvalorização cambial”, destaca Furtado.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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