Setor sucroenergético tem melhor desempenho em 10 anos, aponta estudo do Itaú BBA
Preços e governança levaram as companhias a resultados positivos
Mesmo com os desafios climáticos, principalmente em relação às queimadas pelo Brasil, o setor sucroenergético apresenta uma melhora significativa em sua saúde financeira. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Itaú BBA com mais de 50 grupos que representam em torno de 60% da moagem do Centro-Sul.
Para se ter uma ideia, a safra 2013/2014 terminou com uma dívida média de R$ 104 por tonelada, atingiu seu pico de R$ 138 por tonelada na safra 2019/2020. Já para a safra 2024/2025, a estimativa é de R$ 103 por tonelada. E para 2025/2026, esse valor pode cair para R$ 86 por tonelada. Mas isso vai depender das condições climáticas e do nível de investimento do setor.
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O que está por trás do avanço sucroenergético
Então, de acordo com o levantamento, por trás desse avanço existem diversos projetos e iniciativas. Alguns exemplos são as usinas, com crescimento em políticas de gestão de risco. Além de ampliar a capacidade de produção para aproveitar o momento de alta nos preços.
E mais: nos últimos dois anos, houve um aumento bastante considerável no acesso ao mercado de capitais, assim como a procura por linhas mais estruturadas e de longo prazo. E isso contribui para aumentar o prazo médio das dívidas.
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Outro ponto importante que o levantamento do Itaú BBA trouxe sobre a melhora financeira do setor sucroenergético é o avanço na governança e na rentabilidade. O que possibilita maior disponibilidade de linhas de crédito de longo prazo, impulsionando a liquidez do setor.
Sucroenergético: de olho nas usinas
O estudo da instituição trouxe também que as usinas se encontram em uma posição financeira robusta. Ou seja, com boa liquidez e margem Ebitda. Os bons ventos se dão pelo mercado favorável dos últimos anos e pela produção agrícola.
A governança também é outro fator que ganha destaque. Isso porque, alguns grupos aprimoraram seus indicadores, como por exemplo, a relação entre caixa e dívida de curto prazo.
Aliás, vale saber que essa relação é um indicador de liquidez e que mostra que as companhias com caixa superior a 1,5 vezes a dívida de curto prazo obtiveram menores custos financeiros e geraram mais Ebitda. Atualmente, cerca de 40 grupos estão nesse patamar.
Embora com um menor percentual de fixação de preços em comparação ao ano anterior, as usinas demonstram evolução na criação de novas estruturas de gestão de risco, caixa mínimo e estratégias de alavancagem e liquidez.
No gráfico abaixo, é possível observar que no período de 6 safras as usinas estão migrando para grupos melhores. O que pode estar por trás são as boas práticas de gestão e governança e os preços favoráveis de açúcar e etanol. E somente 4 das 14 usinas do Grupo D se mantiveram nesse grupo. Acompanhe:
Investimento em renovação de canaviais
Por fim, vale reiterar que o levantamento do Itaú BBA mostra que os investimentos das usinas estão concentrados principalmente na renovação de canaviais. “A expectativa é que a robustez financeira acumulada nos últimos anos possa suportar uma nova onda de investimentos. Como, por exemplo, expansão de fábricas de açúcar, etanol de milho, projetos de biogás, expansão de área própria, fusões e aquisições, além de investimentos em eficiência e redução de emissões de carbono”, conclui Pedro Fernandes, diretor de agronegócio do Itaú BBA.