Da chuva em excesso às queimadas: como reduzir os impactos climáticos?
Uso da tecnologia, assim como o manejo correto do solo, contribuem para retomar a vida perdida com queimadas, secas e chuvas em excesso
Com as mudanças na temperatura do nosso Planeta, infelizmente cada vez mais será comum eventos climáticos extremos, como as queimadas pelo Brasil, mas também secas e chuvas em excesso. E isso afeta o agronegócio como um todo.
Diante disso, um questionamento que surge é: o que está sendo feito para diminuir os impactos desses eventos climáticos no agro? Pois sabia, então, que existem alguns projetos em andamento para mitigar o que as chuvas, secas e queimadas pelo Brasil têm causado pelos pastos e florestas.
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Tecnologia a favor do agronegócio
Até porque, para você ter uma ideia, existem estudos da Embrapa que estimam que, se a temperatura global for além dos 2ºC ou 2,5ºC acima do normal, em 30 ou 40 anos, todo o plantio de café das regiões tradicionais do Brasil, como Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, por exemplo, estaria condenado.
E aí que entra a ciência. Que aliás, já está sendo usada por parte dos produtores. Como é o caso da tecnologia de irrigação e a agricultura regenerativa.
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“A irrigação, quando é feita de maneira correta, como funciona: a água entra em um ciclo que, gradualmente, volta à natureza. Então, a água regenera, isso porque ela sai da natureza e volta. Desse modo, é possível enfrentar climas extremos como a falta de chuva”, explica Cesar Castro Alves, gerente da consultoria agro do Itaú BBA.
Queimadas pelo Brasil: investimento em agricultura regenerativa
Já quando o assunto são as queimadas pelo Brasil, como as dos últimos meses, vale saber que, mais uma vez, a tecnologia entra em cena.
E isso por meio de várias frentes. A começar pela agricultura regenerativa, ou cultura de cobertura. “Esse trabalho nada mais é do que cuidar do solo enquanto o clima está bom. Ou seja, construir a microbiologia dentro do solo para conseguir suportar esse calor e falta de chuva”, esclarece Alves.
Ainda de acordo como especialista, a terra, sem nenhuma cobertura vegetal (que pode ocorrer por conta das queimadas, por exemplo), chega a atingir 60ºC a 65ºC. “Mas, se tiver essa proteção, vamos dizer assim, a temperatura cai cerca de 20ºC. E isso ajuda os microrganismos a se desenvolverem melhor. O que deixa o solo mais forte para as próximas safras”, afirma.
Monitoramento das queimadas pelo Brasil
Além disso, o uso de câmeras de longo alcance também serve de instrumento contra as queimadas pelo Brasil. Assim, é possível monitorar grandes áreas distantes.
“Os equipamento, que são movidos a energia solar e instalados em torres com 50 a 65 metros de altura, também usam imagens de satélite para apoiar na detecção de focos de incêndio”, comenta Rodrigo Lima, sócio-diretor da Agroicone, especialista em meio ambiente e desenvolvimento sustentável no setor agropecuário e de energias renováveis.
O profissional afirma também que a adoção de estações meteorológicas que agregam diversas informações climáticas é essencial para permitir uma gestão de risco mais efetiva no longo prazo.
“Sem esquecer que as técnicas de gestão e manejo do fogo precisam incluir a construção de aceiros. Assim como o uso de herbicidas, manejo silvo pastoril, queima controlada, poda, desbaste, compactação, fragmentação e diversificação de vegetação”, conclui.
Claro que as iniciativas que mencionamos são apenas algumas dentre várias. Afinal de contas, grande parte dos agricultores vem trabalhando em diversos projetos para tentar dar um alívio nos resultados das chuvas extremas, secas e queimadas pelo Brasil.