Uma carteira, vários prazos

Ter mais ou menos pressa para resgatar seu investimento pode ser determinante para ter mais ou menos lucro

Se você quer montar uma carteira de investimentos sólida e confiável, precisa entender a relação dos ativos com a liquidez. Uma carteira com diferentes níveis de liquidez traz o equilíbrio entre segurança e rentabilidade. Um bom investidor sabe quando abrir mão da liquidez para conseguir rentabilidade e quando é o momento de abrir mão de ganhos para resgatar seu dinheiro.

Liquidez na prática 

A Inteligência Financeira ouviu especialistas no assunto que nos disseram que liquidez é um critério essencial para avaliar se vale a pena ou não investir em algum instrumento.

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“Não adianta ter lucro se você não pode acessar o dinheiro quando precisar. Planejar a liquidez é essencial.”

Natanael Fernandes, investor da Suno Wealth

Os outros dois pilares de um investimento são rentabilidade e risco. E esses três itens se relacionam intimamente. Quando queremos aumentar a rentabilidade, precisamos abrir mão da liquidez ou assumir um risco maior. Quando o objetivo é ter mais liquidez, rentabilidade e risco precisam ser sacrificados. Não dá para ter tudo de uma vez. 

Quer um exemplo prático? Vamos lá: você anuncia na internet um notebook que vale R$ 2 mil, mas, para vender no mesmo dia, negocia por R$ 1 mil. Aqui, a rentabilidade tinha que sair para dar espaço à liquidez. Isso pode acontecer com ações, fundos imobiliários ou qualquer investimento.

“A combinação dos três fatores é importante. O brasileiro começou a entender melhor essa dinâmica há alguns anos, quando a Selic deixou de ser tão elevada”, explica Martin Iglesias, professor e especialista líder em Investimentos e Alocação de Ativos do Itaú Unibanco. 

Os níveis de liquidez 

Com um mercado financeiro desenvolvido como o nosso, existem instrumentos para todos os gostos e todo nível de pressa, até com resgate imediato. Vamos listar as recomendações de especialistas para cada prazo de investimento. Antes, um lembrete: não dá para ganhar muito dinheiro em um dia. É por isto que ações e instrumentos de renda fixa são listados como ideias para prazos maiores. Eles têm liquidez, mas é difícil conseguir rentabilidade satisfatória em um curto período.

É importante que você saiba que o nível de liquidez da sua carteira vai depender do seu perfil. Quem quer arriscar mais coloca dinheiro em ativos menos líquidos; enquanto os conservadores escolhem alta liquidez para diminuir o risco.

Veja abaixo os diversos tipos de liquidez que uma carteira pode ter:

Fontes: Martin Iglesias, Itaú Unibanco; Rafael Panonko, Toro Investimentos; Natanael Fernandes, Suno Wealth

Como avaliar a liquidez na renda variável

Os ativos de renda fixa são claros quando o assunto é liquidez: se você resgatar o dinheiro no dia x, terá um retorno garantido. Os fundos de investimentos mostram uma parte de sua liquidez com prazos de liquidação financeira geralmente entre 30 e 32 dias. No mercado acionário, de fundos imobiliários e outros instrumentos de renda variável, não há certeza sobre a liquidez, mas há certo grau de previsibilidade. 

Rafael Panonko, analista-chefe da Toro Investimentos ensina que em instrumentos como ações, ETFs, BDRs e FIIs, é preciso observar o volume médio de negociação diária. Com esse dado, o investidor tem uma noção se aquele ativo é procurado por outros investidores. Se sim, sua liquidez deve ser considerada alta. Para ações que compõem o Ibovespa, Panonko conta sua receita: “se tem menos de R$ 5 milhões de negociação diária já considero um ativo sem liquidez”.

Para avaliar a liquidez, é preciso analisar a média de negociação dos ativos mais buscados e comparar com aquele que você pretende investir. Não há receita pronta e cada um pode montar a sua. 

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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