Nova alta da Selic: confira bons investimentos para formar renda passiva neste momento
Veja quais são as opções tanto da renda fixa quanto da renda variável
O objetivo de muitas pessoas ao investir é conseguir um retorno financeiro mensal com as aplicações. É a tão conhecida renda passiva. Mas quais ativos financeiros podem ser acessados neste momento? A Inteligência Financeira conversou com cinco especialistas. E eles trouxeram seus apontamentos sobre quais são os melhores investimentos se o foco for construir uma renda passiva.
Antes, vale lembrar que a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorre nos dias 18 e 19 de março. A expectativa gira em torno de novo aumento de um ponto percentual, elevando a Selic para 14,25% ao ano.
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3 bons ativos da renda fixa para ter renda passiva
Começando pela renda fixa. Os entrevistados apontam três ativos financeiros para incluir na carteira de renda passiva. São eles:
- Tesouro Selic;
- Tesouro Renda+;
- Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) de bancos sólidos (pagando acima de 100% do CDI).
“O Tesouro Selic é um ativo de baixo risco, excelente para quem busca liquidez e proteção contra oscilações do mercado. Com a taxa Selic a 14,25%, (que é a projeção para a próxima reunião do Copom, que acontece agora em março), ele se torna altamente rentável e pode ser resgatado sem perdas expressivas antes do vencimento. Por isso, é considerado atualmente como um bom ativo para ter renda passiva”, argumenta Marlon Glaciano, planejador financeiro e sócio da Invest Prime Planejamento Patrimonial.
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Aqui é importante saber que existe a cobrança de Imposto de Renda sobre o rendimento do título. Essa taxa é regressiva, ou seja, quanto mais tempo o título permanecer, menor será a alíquota.
Tabela de tributação do Imposto de Renda (IR) | |
Prazo | IR (%) |
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 dias até 360 dias | 20% |
De 361 dias até 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
Outra taxa recolhida é a de custódia. O valor é 0,2% ao ano para aplicações acima de R$ 10 mil. Portanto, investimentos abaixo desse montante estão isentos. Sem esquecer do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cobrado apenas se o dinheiro for retirado antes dos primeiros 30 dias da aplicação. Mas como a ideia é ter o ativo financeiro com foco na renda passiva, ou seja, por um longo período, o IOF basicamente não existe.
Tesouro Renda+ e CDB
No Tesouro Renda+, as cobranças de IR e de taxas são as mesmas.
Mas segundo os especialistas, é um ótimo investimento para renda passiva. “Esse ativo financeiro tem um período de acumulação. E no seu vencimento, passa a pagar mensalmente juros mais a inflação por um prazo determinado”, comenta André Alírio Barbosa Oliveira, especialista em renda fixa da ZIIN Investimentos. Nesse caso, então, a renda mensal (passiva) seria distribuída no vencimento do prazo desse título público.
Por fim, os CDBs com rendimento superior a 100% do CDI. De acordo com Glaciano, eles são boas opções dentro da renda fixa privada “porque oferecem rentabilidade direta atrelada a Selic e possuem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC)”, afirma.
Importante lembrar que o FGC garante a proteção de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, caso ocorra algum problema com o emissor do investimento. Por isso é importante analisar com cautela o banco emissor do CDB. Importante: aqui também existe a cobrança regressiva de IR.
E na renda variável?
Já do lado do grupo de investimentos da renda variável, os fundos de investimentos ganham destaque entre os especialistas quando o foco é a renda passiva. “Existem bons fundos imobiliários pagando mais de 1% ao mês. O que aparentemente pode parecer uma rentabilidade inferior aos 14,25% ao ano da Selic, contudo, essa remuneração mensal é isenta de Imposto de Renda, o que compensa muito”, argumenta Felipe Sant’Anna especialista em investimentos do grupo Axia Investing.
E ao pensar em um produto específico, Thiago Luiz Veronese, analista de investimentos em renda variável da ZIIN Investimentos considera o fundo imobiliário BTCI11 como uma boa opção para renda passiva. Esse ativo, aliás, teve um dividend yield de 12,83% nos últimos 12 meses.
“O BTCI11 é um FII de recebíveis com carteira mista em IPCA (72%), CDI (25%) e IGP-M (3%). Por não ficar preso a um único indexador, o gestor pode navegar melhor durante os ciclos econômicos, movendo a carteira para onde possa obter um melhor retorno ajustado ao risco”, explica.
3 ações para renda passiva
Já para quem gostaria de acrescentar alguns papéis na carteira de renda passiva, Ângelo Belitardo Neto, analista da Hike Capital traz algumas opções, como Caixa Seguridade (CXSE3), BB Seguridade (BBSE3) e Cemig (CMIG4).
“Esses ativos foram escolhidos por representarem empresas sólidas, atuantes em setores resilientes, com forte geração de caixa e bom fluxo de caixa livre ao acionista. O que garante um fluxo consistente de dividendos. Caixa Seguridade (CXSE3) e BB Seguridade (BBSE3), por exemplo, operam no setor de seguros, com alta previsibilidade de receitas e estrutura robusta de lucro, pouco sensíveis aos juros e com baixa alavancagem”, esclarece.
No caso da Cemig (CMIG4), o especialista conta que, como a empresa faz parte do setor de energia e gás, ela possui contratos de longo prazo. “O que garante previsibilidade na distribuição de proventos”, comenta.
Mudanças na Selic, o que fazer?
Um ponto interessante que merece atenção é a futura alteração da taxa de juros. Afinal de contas, especialistas acreditam que a Selic possa cair a partir do ano que vem, podendo chegar a 12,50% ou 12,25% no fim de 2026. Diante disso, o que fazer? Manter os ativos financeiros ou repensar a carteira de renda passiva?
“Se a Selic cair, os investimentos atrelados ao CDI perderão parte do rendimento, o que pode exigir uma reavaliação. O Tesouro Selic continuará sendo uma opção segura, mas sua atratividade será menor. CDBs e FIIs de papel atrelados ao CDI também terão uma redução na rentabilidade. Por isso, será importante avaliar opções que ofereçam retornos mais previsíveis no longo prazo, como FIIs de tijolo e ações de boas pagadoras de dividendos”, afirma Marlon Glaciano.
Tudo certo com as empresas
Já no caso da Caixa Seguridade (CXSE3), do BB Seguridade (BBSE3) e da Cemig (CMIG4), Ângelo Belitardo Neto comenta que mesmo com a expectativa de queda da Selic, “esses ativos seguem como boas opções para renda passiva. Isso porque eles atuam em setores resilientes e de forte geração de caixa, com baixa sensibilidade aos juros.”
Ainda segundo o especialista, no setor financeiro, a menor taxa pode reduzir margens em alguns produtos, mas tende a impulsionar a demanda por crédito e seguros, equilibrando os resultados. “Já empresas de energia e infraestrutura seguem com contratos de longo prazo e reajustes atrelados à inflação, garantindo previsibilidade nos dividendos”, analisa.