Ômicron: Por que a nova cepa é uma “variante de preocupação”?

Segundo a OMS, evidências preliminares sugerem “um risco aumentado de reinfecção” com a variante, na comparação com as demais classificadas como “de preocupação”

Foto: Pixabay
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou nesta sexta-feira como “variante de preocupação” a nova cepa do coronavírus detectada na África do Sul. Conhecida inicialmente como B.1.1.529, ela foi agora batizada como ômicron.

A decisão foi tomada após uma reunião emergencial entre especialistas que assessoram a OMS. A ômicron é a quinta variante a ser classificada como de “preocupação”, um sistema usado pela entidade para identificar as cepas que são comprovadamente mais transmissíveis, que provocam casos mais graves ou que diminuem a eficácia das medidas de combate à doença, como as vacinas.

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Em um comunicado, a OMS afirmou que a nova cepa possui “um grande número de mutações”, destacando que algumas delas são “preocupantes”. Segundo a entidade, evidências preliminares sugerem “um risco aumentado de reinfecção” com a variante, na comparação com as demais classificadas como “de preocupação”.

“Podemos ver que ela tem potencial para se espalhar muito rapidamente”, afirmou o virologista Túlio de Oliveira, em entrevista coletiva on-line supervisionada pelo Ministério da Saúde da África do Sul.

Além da potencial maior capacidade de disseminação, também há preocupação quanto a mutações ligadas a um possível escape imune, ou seja, possibilidade de redução de eficácia de vacinas. Os cientistas ainda não têm como fazer afirmações mais precisas sobre isso.

A OMS destaca que mais estudos serão necessários para entender quais os efeitos provocados por essas mutações, algumas das quais já conhecidas dos cientistas e presentes nas variantes mais transmissíveis que estão circulando pelo mundo.

Os especialistas da OMS disseram que o número de casos da variante parece estar aumentando em quase todas as províncias da África do Sul, mas destacaram que os testes de PCR que estão sendo realizados no país são capazes de detectá-la.

A OMS recomendou que os países ampliem a vigilância e o sequenciamento genômico dos casos para entender melhor a variante. Esses dados devem ser compartilhados em bancos de dados públicos, para melhorar a resposta global à ômicron. Surtos causados pela nova cepa também devem ser relatados à entidade.

Restrições pelo mundo

Alemanha – A partir da noite desta sexta-feira, as companhias aéreas só poderão transportar alemães para o país, e 14 dias de quarentena serão aplicáveis ​​a todos, inclusive aos que foram vacinados.

Índia – Não havia barrado voos até a manhã desta sexta-feira, mas viajantes vindos do sul da África são obrigados a fazer testes frequentes.

Israel – Proibiu a entrada de viajante estrangeiro que tenha estado na África do Sul, Lesoto, Botswana, Zimbábue, Moçambique, Namíbia ou Eswatin. Os israelenses que retornarem serão obrigados a entrar em quarentena.

Itália – Proibiu a entrada no país de qualquer pessoa que tenha estado na África do Sul, Lesoto, Botswana, Zimbábue, Moçambique, Namíbia ou Eswatini nos últimos 14 dias.

Japão – Restringiu voos vindos da África do Sul.

Reino Unido – Acrescentou à lista vermelha seis países africanos: África do Sul, Namibia, Zimbábue, Botswana, Lesoto e Eswatini, a partir das 12h (9h no Brasil) desta sexta-feira -passageiros que tenham estado nesses países nos últimos 14 dias poderão entrar apenas se forem residentes no Reino Unido e na Irlanda. Auto-isolamento para residentes que chegam desses países será obrigatório e, a partir de domingo (28), deve ser feito em hotéis, sob vigilância. Também são compulsórios testes no segundo e no oitavo dia após o desembarque. Viajantes que chegaram desses países nos últimos dez dias serão chamados a fazer testes. Voos serão temporariamente proibidos entre essas nações e o Reino Unido.

República Tcheca – Proibiu a entrada de não residentes que venham da África do Sul.

Com Valor Econômico.

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