O ESG em 2023 e um olhar para 2024
A ideia final é que o ESG se torne mainstream
Estamos rumando para o final de 2023 e assim nada mais natural do que olhar para os desenvolvimentos obtidos na agenda de investimento responsável nesse período. Também é hora de refletir sobre o que esperar dessa temática em 2024. Após a explosão do ESG em 2020/2021 no Brasil, é justo dizer que tivemos uma acomodação em 2022.
E vimos em 2023 uma retomada pelo seu interesse por parte de novos agentes. Importante destacar desse período o aprofundamento e a maturação de questões pertinentes, algo relevante em um tema dinâmico e que ainda não possui um manual.
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O que mudou no universo ESG
Quando se trata de ESG, o importante é trazer aspectos materiais e relevantes para a discussão, promovendo assim a transparência necessária para um desenvolvimento estruturado dessa agenda.
Não à toa, esse foi um ano no qual observamos uma série de novas rodadas dos reguladores introduzindo melhorias e ajustando suas regulações para determinar o que vale e o que não vale.
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São desenvolvimentos como esses que ajudam aos participantes desse ecossistema encontrarem uma linha mestra de atuação. Isso ajuda, e muito, nesse processo pois inibe o chamado greenwashing.
Ao mesmo tempo, ajuda ao investidor a entender de forma direta o que está sendo oferecido em termos de estratégia de investimento.
Padronização de dados
Para auxiliar nessa frente observamos também esforços na padronização de dados e informações pertinentes ao ESG.
Essa homogeneização como etapa de um processo de desenvolvimento nos ajuda a galgar os passos necessários de forma célere.
Assim, nada mais importante do que os esforços depreendidos para uniformização de padrões de publicação de dados.
Como ainda não temos essa padronização ou diretriz sobre as informações ESG, o trabalho de e engajamento com o tema é super relevante pois cria-se um diálogo com as empresas.
Então, podemos dizer que o chamado engajamento seguiu sendo um pilar relevante no campo do ESG. A tríade entre investidores, gestores de recursos e companhias permaneceu com um diálogo constante, promovendo a troca de desafios e oportunidades de melhorias.
Eventos climáticos
Vale a pena ressaltar, entre os engajamentos, o tema de eventos climáticos extremos em nosso dia a dia cuja frequência aumentou em 2023.
O tema tem chamado atenção dos investidores, até então incrédulos sobre a temática, e motiva o questionamento de como podemos nos posicionar frente a esses desafios.
Faço um paralelo com a consciência que temos enquanto consumidores: já temos a noção de nosso poder há muito tempo, conseguindo direcionar mudanças relevantes através de nossas escolhas e preferências, e assim impactar positivamente nossa sociedade e meio ambiente.
Está claro que conseguimos alinhar nosso consumo ao nosso propósito. Cada vez mais essa dinâmica se reverbera no mundo dos investimentos.
Importante notar que talvez não na velocidade esperada ou mesmo comparável a outras geografias, mas a direção está dada: investir nas empresas que estão alterando seus padrões de produção e/ou produtos em direção a uma economia sustentável.
Frente a isso, a chamada transição energética conseguiu avanços relevantes ao longo desse ano e sem dúvida seguirá atraindo a atenção.
Os investimentos necessários para esse movimento são volumosos e conectar as necessidades dentro desse tema ao capital seguirá sendo o desafio a ser superado.
A força da biodiversidade
Em outra frente, a biodiversidade vai seguir ganhando espaço de forma pragmática através do desenvolvimento de títulos ligados ao tema, créditos de biodiversidade bem como o refinamento dos indicadores. Nada mais relevante uma vez que pesquisas indicam que 85% das maiores empresas do mundo têm uma dependência significativa da natureza em suas operações diretas.
A ideia final é que o ESG se torne mainstream. Isso acontecerá no momento que o tema não será mais segregado dos demais no que se refere a políticas de investimento.
Mas tudo é um processo e acredito que estamos no caminho certo. Para 2024 eu destacaria os pontos a seguir como aqueles que tenderão a concentrar os esforços:
- Amadurecimento do que chamamos investir com propósito;
- Transição energética seguirá atraindo a atenção;
- Maior adoção de frameworks voltados à biodiversidade;
- Avanços nas regulações e frentes de padronização de informações;
- Desenvolvimento de produtos de investimentos ligados a temas específicos.
Que venha 2024!