É possível encontrar investimentos que paguem 3% ao mês? Confira opções e riscos

Especialistas apontam alternativas mais e menos arriscadas para fazer seu dinheiro render

Já pensou em aplicar em investimentos que paguem 3% ao mês? Será que eles existem? Para descobrir a resposta, fizemos essa pergunta a três especialistas: Daniel Teles, da Valor Investimentos, Fernando Bresciani, do Andbank, e Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos. Vamos às respostas.

Qual investimento paga 3% ao mês?

Primeiramente, é preciso perguntar: será que existe investimento que pague 3% ao mês? Gustavo e Daniel garantem que sim. “Existe investimento que paga até mais que isso”, afirma Gustavo. Na sua lista estão títulos prefixados de países como Turquia, que tem taxa de juros anual de 50%, e Argentina, com taxa atual de 35%.

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E como investir nesse tipo de aplicação? “Você pode fazer isso por meio de uma corretora internacional, por exemplo”, diz o especialista. “Também pode fazer uma compra de ETF de mercados emergentes ou aplicar em um fundo que seja focado em títulos desses mercados”, explica.

Mas claro que existe um porém aí. Esses países não pagam essas taxas à toa. “Eles tiveram problemas monetários recentemente, com inflação muito alta, e ainda carregam muita desconfiança sobre inadimplência”, diz ele. “Isso faz com que o mercado exija juros mais altos desses países”, justifica. Portanto, como ele mesmo diz, esses investimentos que rendem 3% (ou mais) são uma renda fixa mais arriscada do que um título do Tesouro americano, alemão ou canadense, por exemplo.

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E no Brasil existe investimento com essa rentabilidade?

Agora, falando especificamente de investimentos no Brasil, Daniel afirma que é sempre complicado fazer essa conta de 3% ao mês. Mas, sim, existe. “Uma ação pode valorizar até mais que isso ao mês”, diz ele.

Isso porque, como ele explica, ativos de renda variável não têm um limitador de ganho. Por outro lado, também não têm previsibilidade mensal. Ou seja… “Com consistência, é muito difícil uma aplicação que assegure essa rentabilidade considerando a taxa básica de juros do Brasil”, ressalta.

O especialista ainda destaca que esse tipo de investimento em renda variável é adequado ao investidor que tem perfil mais arrojado. “Ele envolve risco em busca de rentabilidade e pode dar retorno negativo”, destaca.

Qual o investimento que dá mais de 1% ao mês?

Se investimento 3% ao mês é arriscado, o que podemos dizer sobre investimentos que dão mais de 1% ao mês. Aí a coisa muda de figura. Nesse grupo, Bresciani destaca fundos imobiliários high yields (alto rendimento).

“Um exemplo é o CACR11, um fundo excelente, sólido, que paga mais de 1% ao mês”, diz ele. Também fazem parte da sua lista KNCR11, KNHY11, BTCI11.

“Há também ações que não pagam tudo isso, mas que chegam a pagar entre 8% e 11% ao ano, que são as ações boas pagadoras de dividendos, como BBSE3, CPFE3, PTR4”, acrescenta. “E a VALE3 também, embora um pouco menos, já que agora está na faixa de 10% ao ano”, diz ele.

Gustavo lembra que há títulos prefixados do Tesouro Direto pagando 13,26% ao ano até 2027. “Ou seja, esse título vai dar retorno de mais de 1% ao mês com toda certeza e segurança do governo brasileiro”, afirma.

Além disso, ele chama a atenção para o mercado secundário, em que é possível encontrar dívidas de empresas com rentabilidade de mais de 1% ao mês. “A debênture da Vero, por exemplo, hoje paga 14% prefixado com vencimento em 2031”, diz ele. “Tem também debênture da Origem para 2035, com juro prefixado a 14,40% ao ano”, acrescenta. “Ou seja, você consegue ter 1% ao mês garantido, com algum risco da empresa, claro”, destaca.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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