ETF estaciona em 1% do mercado: na visão de Itaú e Safra falta ‘fazer barulho’
ETF atingem apenas 1% de investimentos no Brasil após 20 anos; Gestores opinam sobre o que falta para categoria andar no Brasil
O investimento em fundos de índices, ou ETFs (Exchange Traded Funds), ainda não decolou no Brasil e é para poucos. No mercado financeiro, a categoria, que fez 20 anos nesta quinta-feira (7), atinge apenas 1% do total de investimentos fiduciários no Brasil, e o problema passa pela via de educação dos investidores e de “fazer barulho”.
Na avaliação de Renato Eid, superintendente da Itaú Asset e sócio do Itaú, ETFs devem conquistar mais espaço na carteira do investidor brasileiro.
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Mas falta à categoria se desvincular do estigma de “gestão passiva”. Bruno Stein, superintendente de Produtos do Banco Safra, diz que “ETFs respondem à demandas represadas” para quem quer operar ativos complexos, como o bitcoin, de forma mais simples.
O futuro dos ETF no Brasil segundo Safra e Itaú
Para executivos dos bancos, os ETFs cresceram pouco em 20 anos.
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Eid afirma que existe ainda um trabalho da categoria em educar investidores sobre fundos de índice. Thalita Rodrigues, superintendente da B3, afirma que ETFs são mais eficientes ao diversificar o patrimônio do investidor.
Em duas décadas, a B3 tornou-se plataforma para negociação de mais de 350 ETFs.
Desse total, 100 têm gestão local e outros 250 seguem índices internacionais, como o S&P 500, nos Estados Unidos. Os fundos que são indexados ao mercado global podem ser comprados ou vendidos por meio de BDR de ETF na bolsa de valores.
Mesmo com o aumento de produtos na prateleira, falta ao ETF “cumprir um papel educacional”, diz Renato Eid.
“Acho que tem uma série de elementos que precisamos trabalhar para ajudar o investidor a investir melhor”, diz o executivo da Itaú Asset.
“Não acho que todos deveriam investir só em ETF. Podem diversificar investindo em outros fundos, porque o ideal é beber do melhor das duas fontes: gestão passiva e ativa”, comentou ele no evento ETF Masterclass, feito pela B3 em parceria com a S&P Dow Jones.
Eid, contudo, diz que a gestão dos ETF “nada tem de passiva”. Ele ressalta que os fundos indexados ao Ibovespa, por exemplo, replicam ações e geram um retorno maior porque gestores tem um trabalho mais eficiente no mercado de opções.
“O que significa o educacional? Reverter a noção de gestão passiva e pensar no horizonte de médio a longo prazo”, completa.
‘Foi muito fácil ganhar dinheiro no Brasil’ em 20 anos, diz Bruno Stein
Para Bruno Stein, do Safra, os ETFs ainda não decolaram no Brasil porque têm “pouco tempo de mercado” e pelo retorno constante de produtos de investimento que existem há 20 anos.
“No contexto macroeconômico do Brasil nos últimos 20 anos, foi muito fácil ganhar dinheiro”, argumenta.
Ele lembra que ETFs de renda fixa tem menos tempo de vida. Fundos que replicam índices de títulos do Tesouro Direto e debêntures, por exemplo, foram criados há 5 anos. Mais recentemente, dentre fundos que procuram proteger investidores contra a inflação, a Investo inaugurou um ETF de Tesouro Direto Selic e IPCA+.
“É pouco tempo se você para para pensar que o Brasil é um país muito movido pela Selic”, aponta.
Nesse caso, o executivo de produtos do Safra vê os fundos de índice como um “facilitador” de investimentos mais arriscados e complexos.
“Os ETF de criptomoedas e tokenização, por exemplo, resolvem isso. Eram produtos com demanda represada de investidores que queriam operar os ativos, mas com spreads menores e sem tanto risco.”