Em quais ações Luiz Barsi Filho investe?

Em entrevista exclusiva, megainvestidor fala sobre as ações que ele tem - e quais ele evita

Considerado o Rei dos Dividendos, Luiz Barsi diz não se preocupar com a bolsa de valores - Foto: PK Filmes
Considerado o Rei dos Dividendos, Luiz Barsi diz não se preocupar com a bolsa de valores - Foto: PK Filmes

Para quem gosta e acompanha o mercado financeiro, uma curiosidade é saber como deve ser a carteira Luiz Barsi Filho. Ou seja, quais são os ativos financeiros que fazem parte das aplicações do maior investidor individual brasileiro.

Já em relação à sua estratégia, Barsi tem um mantra: “O investidor precisa ter um foco e perseguir este foco. Viu que a empresa está comprando outras companhias fora do seu escopo, caia fora”, disse o megainvestidor para a Inteligência Financeira.

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Assim, Barsi cumpre o que recomenda. Na conversa que tivemos com ele, esmiuçamos cada um dos papéis que ele tem em carteira. Desta forma, você vai ver que algumas respostas chegam a ser divertidas, como a que ele falou sobre Eternit (ETER3). Já outras são bem embasadas, como a que sustenta a tesa sobre a Taurus (TASA4).

De toa forma, Barsi não recomenda nenhumas das ações de sua carteira. Ele simplesmente elenca seus investimentos e argumenta o que o fez ampliar sua participação ou abrir mão de um papel. Você não precisa concordar. Mas é bom entender o racional deste homem que tem cerca de R$ 4 bilhões investidos em ações.

Carteira Luiz Barsi

Agora, veja abaixo as ações nas quais Barsi tem em carteira hoje – e os motivos que o levaram a investir. Logo em seguida, você acompanha a entrevista em vídeo que ele nos concedeu.

Eternit (ETER3)

“São dois ‘tenho’: Tenho e tenho vontade de cair fora. Não é mais o mesmo papel quando eu comprei há 10 ou 15 anos atrás.”

Grupo Ultra (UGPA3)

“Não tenho mais. Tenho Vibra, Raizen e Cosan. O Grupo Ultra eu tive por acidente. Eu tinha ações da Ipiranga Distribuidora, que comprou o Ultra. O Grupo ultra sofreu uma crise de miopia. Eles desviaram investimento no que eles mais sabiam fazer. Investiram na Oxiteno, numa rede de farmácia. Eu falei com eles, achei que não ia dar certo – e não deu certo. Então fui para outras empresas que tinham mais foco.”

IRB (IRBR3)

“Eu tenho IRB em carteira. Perdendo, mas tenho.”

Itaúsa (ITSA4)

“Vendi, porque ela deixou de ser um papel que distribui bons dividendos. Talvez eu seja muito preocupado com detalhes, mas a Itaúsa foi uma empresa que surgiu no mercado e é dona do banco Itaú. Só que o Itaú começou a investir em outros segmentos e foi aumentando a quantidade de ações. Então, hoje ela tem uma quantidade de ações que dificilmente consegue remunerar bem.”

“O lucro dela é mais originário do banco Itaú. No meu interpretar, a Itaúsa deixou de exercitar investimentos em outros segmentos que dessem o mesmo lucro que o Itaú. Ela investiu, por exemplo, em chinelinho, que é a Alpargatas.”

“E ela tem um poderosíssimo capital, mas não consegue performar. Então, ela vem regredindo porque aumenta a quantidade de ações.”

“Outro papel que está assim também é o Bradesco, que aumentou sistematicamente a quantidade de ações. Hoje, o banco tem 10,8 bilhões de ações. Para remunerar isso, precisa de um resultado que o banco não consegue alcançar. São detalhes técnicos que a gente vai avaliando e vão mostrando uma performance futura.”

Klabin (KLBN4) e Suzano (SUZB3)

“Klabin é uma das melhores empresas para o cidadão ter em carteira de renda mensal. Ela distribui dividendos trimestralmente. E tem estratégia que repasse parte da riqueza que ela gera. Custa R$ 4,30. Já a Suzano custa cerca de R$ 45, que é o valor de 10 Klabins. O mercado gera conhecimento que não está em livro nenhum. A Klabin me ensinou que dividendo você ganha em função de quantidade possuída, e não por valor aplicado.”

Taesa (TAEE11)

“A Taesa tem um controlador parceiro, porque quem controla Taesa é a Cemig (CMIG4) e a ISA Investimentos. São papeis de transmissão, que é um dos filés do setor de energia. Esse setor tem geração, transmissão e distribuição (esse está fora).”

Taurus (TASA4)

“Tenho esse papel há muito tempo, desde o antigo controlador, e quando a empresa ainda se chamava Forjas Taurus. Ela possuía algumas empresas em outros setores, que não de armas, como capacetes, containers de plásticos e equipamentos que vendia para a Petrobras.”

“Na ocasião, a Forja Taurus foi vendida para Daniel Birmann, que é dono da CBC, de cartuchos, que faz a bala. Então, é interessante ele ter a bala e o revólver. Então, ficaram só com a fábrica de capacetes, que sempre gerou resultado. Agora ela é Taurus Armas.”

“Eu visitei a fábrica em abril, porque é do meu DNA visitar fábricas. Eu vi uma das fábricas, que tem maior avanço tecnológico de produção. A maior fonte de exportação brasileiro é minério e agronegócios. A arma é o único produto industrializado que detém uma forte concorrência no exterior. Ela exporta para 70, 80 paíeses.”

AES Brasil (AESB3)

“Acabei de comprar 5% da empresa. Gostaria que fossem 50%, mas não dá.”

Confira a entrevista de Luiz Barsi para Inteligência Financeira

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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