Crise no varejo: o que está acontecendo com as redes Americanas, Lojas Marisa, Centauro?
Economista Ulisses Ruiz de Gamboa, da Associação Comercial de São Paulo, explica o atual cenário das varejistas
O varejo brasileiro já sofre com a taxa de juro alta há algum tempo. Mas agora tem um problema a mais: a falta de financiamentos disponíveis para consumidores. Todos os dias você tem acompanhado o noticiário que traz os difíceis caminhos trilhado pelas empresas do setor, com a chamada “crise no varejo“.
Mas o que isso significa? Por que está acontecendo?
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Extensa lista em recuperação
Americanas entrou em recuperação judicial. Enquanto isso, a Lojas Marisa está em processo de reestruturação de suas dívidas e revisão de seu modelo de negócio. Por outro lado, a Centauro fechou 10 lojas físicas em janeiro, com o objetivo de reduzir as despesas e elevar seu lucro no atual contexto econômico.
O rol é extenso. Tem ainda a rede de móveis Tok&Stok que, com dívida estimada em R$ 600 milhões, acionou o escritório Alvarez & Marsal, especializado em reestruturação de empresas e processos de Recuperação Judicial, para tentar voltar aos trilhos da saúde financeira.
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Nomes tradicionais do varejo brasileiro estão com dificuldades seríssimas para manter a operação, como a Livraria Cultura. Sua falência também soma à crise no varejo…
Combinação de fatores
Nesta entrevista para a Inteligência Financeira, Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da Associação Comercial de São Paulo, diz que há uma combinação de fatores conjunturais e estruturais que impactam o varejo brasileiro atualmente.
“Não é um único fator que impacta o setor. Há uma mudança de comportamento do consumidor que também leva a uma reorganização”, diz Gamboa.
Além disso, taxas de juro altas asfixiam a economia e muitas empresas já vinham lidando com os desafios de reorganizar sua saúde financeira.
O episódio Americanas, um tradicional nome do varejo brasileiro que surpreendeu o mercado com um rombo de R$ 20 bilhões e dívidas que dobram esta cifra, contudo, fez com que os bancos ficassem mais apreensivos com o setor, o que acabou por levar a uma escassez do crédito, tanto para as empresas se reestruturarem, como para financiar seus clientes.