Bitcoin sobe 5,6% e ether dispara quase 23% com ETFs cada vez mais próximos da aprovação
Analistas consideram que é muito provável que a aprovação aconteça agora e a disparada ocorre principalmente porque é algo que o mercado não estava esperando
O bitcoin (BTC) continua em forte alta e o ether (ETH), segunda maior criptomoeda do mundo em valor de mercado, segue em disparada nesta terça-feira (21) com a expectativa pela aprovação de fundos negociados em bolsa (ETFs) de ETH pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).
Com a valorização de hoje, o ether está em seu maior patamar desde 15 de março, quando chegou a bater US$ 3.931 por unidade. A máxima histórica da moeda digital, contudo, continua sendo os US$ 4.878 de 10 de novembro de 2021.
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Na véspera, a SEC pediu para que as bolsas de valores atualizassem os registros dos seus formulários 19b-4, que propõem mudanças nas regras, antes do prazo final para que o regulador tome uma decisão sobre os ETFs de ether.
Ayron Ferreira, analista da Honey Island Capital, explica que os formulários 19b-4 são documentos que as bolsas enviam à SEC, que os utiliza para avaliar mudanças de acordo com a Lei de Intercâmbio de Valores Mobiliários de 1934, protegendo os investidores. “Atualizar esses arquivos indica que os solicitantes estão se ajustando às regras para cumprir os requisitos regulatórios”, afirma.
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Ferreira ressalva que o pedido de atualização dos documentos não garante que haverá aprovação dos ETFs. “A SEC ainda pode rejeitar ou postergar o prazo de análise dos pedidos de ETF da VanEck e da Ark Invest, programados para ocorrer em 23 de maio e em 24 de maio, respectivamente, quinta e sexta-feira desta semana. Vale lembrar que a SEC ainda está investigando se o ether é um valor mobiliário”, lembra.
Entretanto, um dos principais motivos por que o mercado já havia precificado a rejeição dos ETFs era justamente a falta de comunicação da SEC com os aplicantes e demais entes do sistema financeiro sobre o tema, de modo que as atualizações recentes apontam para uma mudança radical na postura do regulador.
Para André Franco, analista do MB, é muito provável que a aprovação aconteça agora e a disparada ocorre principalmente porque é algo que o mercado não estava esperando. “Isso não estava no preço”, declara.
Perto das 10h32 (horário de Brasília) o bitcoin sobe 5,6% em 24 horas, cotado a US$ 70.868 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, dispara 22,8% a US$ 3.779, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,76 trilhões.
Em reais, o bitcoin apresenta valorização de 4,85% a R$ 361.209, enquanto o ether registra ganhos de 21,52% a R$ 19.275, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), a solana (SOL) sobe 2,1% a US$ 180,08, o BNB (token da Binance Smart Chain) tem forte alta de 7,5% a US$ 613,11 e a avalanche (AVAX) dispara 14,9% a US$ 41,03.
Um formulário S-1 enviado à SEC hoje mostra que a Fidelity desistiu de seus planos de fazer staking dos ethers que terá no seu ETF. Staking é o processo no qual o dono de uma criptomoeda cuja validação é por Prova de Participação (Proof of Stake) bloqueia seus tokens em troca de uma remuneração percentual sobre o valor travado, como uma taxa de juros que rende sobre um investimento tradicional.
No final da tarde de ontem, os analistas da Bloomberg, James Seyffart e Eric Balchunas, referências internacionais em informações sobre ETFs, disseram nas redes sociais que a probabilidade de aprovação dos ETFs de ether pela SEC havia crescido de 25% para 75% com as novidades.
“O James Seyffart e eu estamos aumentando nossas chances de aprovação do ETF de ether à vista para 75% (subindo de 25%), ouvindo conversas esta tarde de que a SEC poderia estar fazendo um giro de 180º nesta questão cada vez mais política”, escreveu Balchunas.
Entre os ETFs de bitcoin à vista, ontem houve um saldo líquido positivo de US$ 237,2 milhões. Os destaques no fluxo de entradas foram o ARKB, da Ark Invest, com US$ 68,3 milhões, o IBIT, da BlackRock, com US$ 66,4 milhões, e o FBTC, da Fidelity, com US$ 64 milhões.
Usando análise técnica, Fernando Pereira, analista da Bitget, afirma que o bitcoin confirmou o rompimento de sua cunha e agora tem dois alvos de preço importantes: os US$ 70.800, que devem ser a resistência de curto prazo, e os US$ 74 mil, sua máxima histórica atingida em março.
Com informações do Valor Pro, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico