Bitcoin acentua perdas e volta a ser negociado abaixo de US$ 20 mil

Retomada mais firme dos preços depende da melhora no cenário macroeconômico

Foto: Unsplash
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O bitcoin acelerou o ritmo de baixa e voltou a ser negociado abaixo de US$ 20 mil nesta terça com a piora nos mercados de risco e antes da divulgação de resultados corporativos em Wall Street.

Maior das criptomoedas, o bitcoin era negociado a US$ 19.810,98, com baixa de 3,2% nas últimas 24 horas, perto das 9h10 (horário de Brasília), segundo o CoinGecko. O ether, moeda digital da rede ethereum, registrava perdas de 6,6%, a US$ 1.068,10. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas tinha recuado para US$ 920 bilhões. Em reais, o bitcoin subia 1,17% a R$ 110.141 e o ethereum tinha alta de 0,27% a R$ 6.121.

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Nas bolsas dos EUA, por sua vez, o índice Dow Jones teve baixa de 0,52% a 31.173 pontos, o S&P 500 registrou desvalorização de 1,15% a 3.854 pontos e o Nasdaq, focado em empresas de tecnologia, recuou 2,26% a 11.372 pontos.

Segundo João Marco Cunha, gestor de portfolio da Hashdex, o mercado está procurando uma referência, e desde a metade do mês passado o bitcoin não consegue sair da banda de preços entre US$ 18 mil e US$ 22 mil. Para destravar valor ou despencar de vez, diz ele, precisaria haver uma grande notícia específica sobre criptomoedas ou uma mudança no cenário macroeconômico.

“Precisamos de algum evento para tirar desse patamar, dessa banda que está bem acomodada. Precisa ter notícia”, afirma o gestor.

Um fator que tem sido bastante observado pelo mercado é a situação de insolvência de grandes empresas do setor de criptoativos, como a companhia de empréstimos de criptomoedas Celsius. Recentemente, o fundo Three Arrows Capital, que também operava alavancado no setor, pediu falência, algo que deixou os investidores ansiosos para saber qual vai ser o próximo a cair.

Cunha lembra que o que iniciou a derrocada dos preços das criptomoedas foram as preocupações com fatores macroeconômicos como o aumento da inflação nos EUA, então é bem provável que uma retomada mais firme das cotações das moedas digitais venha apenas quando houver uma sinalização clara de que a inflação na maior economia do mundo atingiu um topo e deve ser controlada.

“Com o mercado melhorando, o risco dos eventos internos do setor de criptomoedas fica menor. Estes problemas [de insolvência de grandes empresas] apareceram justamente por causa do cenário macro, que levou a uma queda muito grande dos preços de moedas digitais e fez com que os alavancados entrassem em dificuldades financeiras”, ressalta.

Ainda no radar, hoje o Banco Central Europeu (BCE) disse que as stablecoins (criptomoedas atreladas ao valor de alguma divisa tradicional como o dólar) devem ser reguladas “urgentemente”. “Os riscos de estabilidade financeira das stablecoins ainda são limitados na área do euro, mas se as tendências de crescimento continuarem no ritmo atual, isso pode mudar no futuro”, defendeu a instituição em boletim.

Desde o colapso do protocolo Terra/Luna em abril as autoridades regulatórias de países desenvolvidos estão de olho nas stablecoins, devido ao tamanho do prejuízo que milhares de investidores tiveram que absorver globalmente por conta do fracasso da stablecoin algorítmica e de sua contraparte.

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