Altcoins: criptos alternativas ganham espaço, diz CEO da Coinext
Mesmo após superar US$ 100 mil, bitcoin (BTC) pode perder espaço no mercado para nova safra de altcoins, como ripple e link, diz CEO da Coinext
Tamanha foi a euforia sobre o bitcoin em 2024 que outras criptomoedas, as chamadas altcoins, ficaram em segundo plano para o mercado financeiro. Ofuscadas pela marca recente de US$ 100 mil atingida pelo BTC, algumas altcoins agora chamam a atenção dos gestores porque se tornaram protagonistas. É o caso do CEO da exchange brasileira Coinext, José Artur Ribeiro.
Na visão de Ribeiro, o mercado de criptoativos se aproxima do que é conhecido como altcoin season, ou seja, a temporada em que a maioria das 50 principais moedas digitais, entre memecoins e ativos como ripple (XPR) e cardano (ADA), performam melhor que o bitcoin.
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O que é temporada de altcoins e porque ela está próxima?
Dividir o mercado entre bitcoin season e altcoin season é uma prática comum no mercado de criptoativos.
E tudo tem a ver com o que Ribeiro classifica como dominância do bitcoin nas carteiras e ordens de compra e venda das exchanges. A dominância também é acompanhada pelo rendimento: se o bitcoin tem um retorno maior do que 75% das 50 maiores moedas digitais do mundo – excluindo stablecoins e com lastro em itens como obras de arte – a temporada é de bitcoin.
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Mas se o contrário ocorre, o mercado financeiro passa a olhar para as alternativas com maior carinho. Entra-se na altcoin season.
Ribeiro explica que, apesar de o bitcoin ter ultrapassado pela primeira vez em sua história a cotação de US$ 100 mil por unidade, entramos há pouco em uma temporada onde moedas secundárias ganham maior tração.
Ele fala que ripple, cardano, chainlink (LINK) e até memecoins como dogecoin (DOGE) são exemplos.
“O bitcoin perdeu enorme dominância”, comenta o CEO da Coinext à Inteligência Financeira. “Em novembro representou 32% do volume de mercado da exchange somente. E onde o boom de transações se concentrou? Em ripple, link, solana (SOL)”, completa.
Em novembro, 57% das negociações envolveram altcoins.
Na janela de 90 dias, segundo a plataforma Coin Market Cap, ripple obteve valorização de 337% contra 57,26% do bitcoin. Enquanto isso, chainlink acumulou alta de de 106%. Solana, no entanto, se encontra abaixo deste patamar, com avanço de 45,70%.
Mesmo assim, a altcoin season perdeu fôlego: o índice que mede as temporadas, que vai de 0 a 100 (quanto maior, mais pendente para altcoin) caiu de 86 para 57 entre dezembro e janeiro.
O CEO da Coinext, assim, não descarta nova alta do bitcoin em 2025.
“Não venderia bitcoin agora”, diz executivo da Coinext
As corretoras e custodiantes de criptomoedas viveram um céu de brigadeiro em 2024, impulsionadas pelo retorno de 186% da principal criptomoeda do mundo. “Quase um quarto do faturamento anual da empresa veio em novembro”, diz Ribeiro.
A exchange comemorou 2024, um ano especialmente eufórico para criptomoedas após um 2023 de inverno.
A receita da Coinext em novembro superou em 1100% o faturamento do mesmo mês de 2023, afirma o executivo.
Apesar da temporada de altcoins, Ribeiro diz que “não venderia bitcoins” após a alta histórica.
“O bitcoin se move em ciclos. Tínhamos como preço-alvo US$ 107,7 mil no início do ano”, diz Ribeiro. “Estamos no alvo.”
“Desde a eleição de (Donald) Trump para a presidência dos Estados Unidos, entre a primeira e segunda semanas de novembro, o bitcoin atinge gatilhos lunares. Posso dizer que o otimismo do mercado está exagerado.”
Assim, ele prevê que o ativo deve continuar em alta ao menos pelos próximos seis meses.
“Porque entendemos que a pressão de demanda nos próximos seis meses deve continuar. Sob Trump, prevemos uma flexibilidade regulatória”, afirma o executivo.
Altcoins também podem andar com o desenvolvimento de regulação.
Ao mesmo tempo, Ribeiro lembra que o excesso de otimismo costuma vir acompanhado de um exagero de alavancagem financeira. Mais pessoas usam capital de terceiros para comprar bitcoin.
“O pessoal está com excesso de otimismo, excesso de alavancagem. Para nós (Coinext), felizmente, acabamos saindo das liquidações. Esse excesso de alavancagem gera um efeito de ‘limpa do mercado’.”
O que significa que o bitcoin pode cair num prazo maior.