Descubra quanto é preciso para viver com uma renda mensal de R$ 10 mil

Segundo cálculos de especialistas, o poupador deveria acumular o equivalente a 200 vezes o que pretende resgatar de renda mensal

É possível ter uma renda perpétua apenas sacando os juros da aplicação? - Foto: Getty Images
É possível ter uma renda perpétua apenas sacando os juros da aplicação? - Foto: Getty Images

De qual patrimônio financeiro eu preciso para poder viver de renda? Admita, você já se fez uma questão como essa.

Montar um patrimônio para ter renda passiva sem recorrer a um veículo mais tradicional, como PGBL, é uma questão crescente entre investidores pessoa física.

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Para ajudar a responder a essa pergunta tomamos como referência uma renda mensal de R$ 10 mil.

O patrimônio pode variar, dependendo se o poupador pretende ter renda por um determinado período, considerando sua expectativa de vida. Ou prevê que os resgates equivalem apenas ao ganho real das aplicações e o patrimônio principal é preservado e transferido como herança. É o que usamos nesta reportagem.

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Nesse cenário, segundo especialistas, o valor investido deve ter rentabilidade equivalente a, pelo menos, a inflação + 6% ao ano.

“Esse é um número que faz sentido se o poupador tiver uma boa carteira de ativos”, diz Vicente Guimarães, CEO da gestora de recursos VG Research.

Com base nesses parâmetros, o patrimônio necessário seria de 200 vezes o que o poupador pretende resgatar mensalmente.

Ou seja: para ter uma renda de R$ 10 mil por mês, o montante a ser acumulado deve ser de pelo menos R$ 2 milhões.

Nas contas da planejadora financeira do C6, Larissa Frias, chega-se lá investindo por volta de R$ 2 mil mensais (corrigidos pela inflação) em títulos públicos, como NTN-B, ao longo de 30 anos.

Mas esse é um ponto de partida. Especialistas consideram que, por segurança, o poupador deve procurar algo superior.

Isso porque o IPCA não necessariamente reflete a inflação do custo de vida.

Ângelo Belitardo Neto, gestor da Hike Capital, usa como ponto de partida CDI+3%, o que hoje equivaleria a 13,5% anuais.

Já Guimarães, da VG, defende a busca de rendimentos anuais ao redor de 12% ao ano.

Com renda fixa ou variável?

Segundo especialistas, isso pode acontecer tanto com investimentos em renda fixa quanto com ações.

Atualmente, por exemplo, as NTN-B, títulos públicos atrelados à inflação, oferecem justamente a faixa de IPCA+6%.

Ao longo do tempo, contudo, para atingir rentabilidade maior, o poupador deve diversificar, buscando tanto títulos de renda fixa privada (debêntures, FDICs) quanto ações.

Em ambos os casos, os especialistas recomendam bastante critério na escolha dos emissores, com ênfase em grandes empresas, com classificações de crédito superiores.

Em relação à dívida privada, admitindo que o investidor médio de varejo não tem nem os instrumentos nem a expertise para montar sozinho uma carteira sólida e rentável no longo prazo, os gestores sugerem que o poupador busque fundos de crédito.

“Esse veículos são pulverizados, têm grande diversificação setorial e as cotas dos fundos têm baixa volatilidade”, diz Belitardo Neto.

Mas para conseguirem desenvolver essa estratégia com sucesso, os gestores desses portfólios precisam de tempo.

Logo, há um prazo de carência para resgates que pode durar de 30 a 90 dias.

Carteira de dividendos

Sim, sabemos que a rentabilidade do Ibovespa, principal índice da B3, perde do CDI em praticamente qualquer comparação.

Mas para especialistas, o poupador que pretende compor um patrimônio para renda passiva não deve abrir mão de uma carteira de dividendos.

Segundo Guimarães, há mais de 100 ações listadas na B3 que oferecem dividendo acima de 6% ao ano, comparando o rendimento com o preço do papel (dividend yield).

Mesmo com uma régua mais alta, de 10% de dividend yield, há um grupo seleto de empresas sólidas e rentáveis, diz ele.

Para Belitardo, setores que mais apresentam papéis com essas características incluem energia elétrica, bancos, seguradoras e saneamento básico.

Viver de renda: leia antes de começar

Para ajudar nesse processo, aqui alguns esclarecimentos: Exceto se você já tiver um patrimônio significativo, assuma que este é um horizonte de longuíssimo prazo, não menos do que 20 anos.

Então, se o seu objetivo é começar a viver de renda agora, mas não tem uma reserva, estas recomendações não valem para você.

Além disso, os cálculos são estimativas, com base em indicadores históricos do mercado, que podem não se repetir no futuro.

Adicionalmente, os resultados podem ser significativamente distintos, dependendo do tipo de investimento, refletindo fatores como tributação.

Ainda, o objetivo aqui é fornecer uma referência de composição de patrimônio que leve em conta uma regularidade de aportes ou a manutenção de um montante por um período suficientemente longo.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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