Como se aposentar aos 50 anos com uma renda de R$ 5 mil por mês até os 85?

Veja quanto poupar e onde investir, começando aos 20, 30 ou 40 anos

Aposentar aos 50 anos com uma renda R$ 5 mil por mês: saiba onde investir - Foto:  Freepik/Lookstudio
Aposentar aos 50 anos com uma renda R$ 5 mil por mês: saiba onde investir - Foto: Freepik/Lookstudio

Depender do INSS para se aposentar aos 50 anos é tarefa que ficou praticamente impossível após a Reforma da Previdência de 2019. Afinal, a reforma aumentou a idade mínima das mulheres de 60 anos para 62 anos e manteve a dos homens, aos 65 anos.

Além disso, o cálculo do benefício passou a levar em consideração 100% das contribuições feitas pelo trabalhador, o que dificulta muito com que o trabalhador consiga se aposentar pelo teto da previdência, atualmente em R$ 7.786,02. Aliás, mais de 70% dos beneficiários da Previdência Social recebem um salário mínimo, atualmente em R$ 1.412.

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A boa notícia é que é possível se programar para se aposentar aos 50 anos com R$ 5 mil por mês por conta própria, afirma o professor de Finanças Marcos Piellusch, da FIA Business School.

Possível, mas não é fácil.

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Conseguir esse objetivo a partir de seu próprio esforço, explica o professor, vai depender de diversos fatores. Além de definir quanto você quer receber mensalmente após a aposentadoria, como os R$ 5 mil, também é preciso definir o retorno esperado dos investimentos e quanto tempo você terá para acumular o patrimônio esperado.

Confira, a seguir, os cálculos do professor para saber como se aposentar aos 50 anos com R$ 5 mil por mês.

Quanto é preciso acumular para se aposentar aos 50 anos com R$ 5 mil por mês?

Para fazer esse cálculo, o professor considerou uma expectativa de vida até os 85 anos de idade. Ou seja, a pessoa conseguiria viver 35 anos recebendo, por mês, os R$ 5 mil de aposentadoria.

Além disso, considerou uma taxa de retorno real média (já descontada a inflação) de 4% ao ano dos investimentos.

Dessa forma, segundo os cálculos do professor, para garantir uma renda de R$ 5 mil por mês por 35 anos, vai ser necessário acumular um montante de quase R$ 1,2 milhão. Ou, mais especificamente, R$ 1.140.000.

Quanto poupar por mês para ter uma renda mensal de R$ 5 mil aos 50 anos

Para saber qual o valor necessário que uma pessoa terá de investir por mês para conseguir se aposentar aos 50 anos, o professor considerou o investimento em carteira moderada, com retorno médio do investimento de 5% ano ano.

O resultado é este:

Início da poupançaQuanto poupar por mês
20 anos de idadeR$ 1.398
30 anos de idadeR$ 2.810
40 anos de idadeR$ 7.387
Fonte: Marcos Piellusch

Como se vê, se alguém deseja se aposentar aos 50 anos e começa a pensar nisso apenas aos 40 anos, vai precisar de uma quantidade muito maior de dinheiro ou esforço de poupança para garantir a quantia necessária.

Aliás, pelos cálculos do professor, nesse caso terá de investir cinco vezes mais do que quem inicia aos 20 anos de idade.

O ideal, portanto, é começar a poupar o quanto antes.

Onde investir para conquistar este objetivo

Os investimentos mais adequados para cada faixa etária — 20, 30 e 40 anos — variam conforme o horizonte de tempo até a aposentadoria, o perfil de risco e os objetivos financeiros, explica o professor Piellusch.

A seguir, ele detalha as melhores estratégias para cada faixa etária atingir o objetivo de se aposentar aos 50 anos com renda mensal de R$ 5 mil.

“Essa estratégia leva em conta o equilíbrio entre risco e retorno e a necessidade de ajuste na alocação de ativos ao longo do tempo”, diz.

Onde investir aos 20 anos

Aos 20 anos, o horizonte de investimento é longo, permitindo maior exposição ao risco. Isso possibilita uma alocação mais agressiva, focada em crescimento de capital. “O objetivo dessa carteira é de crescimento de capital a longo prazo, com tolerância a períodos de alta volatilidade”, diz o professor

Carteira indicada

  • Ações e ETFs (60-80%): Investir em ações de empresas de crescimento e em ETFs que replicam índices como o S&P 500 ou o Nasdaq, oferece uma boa diversificação e potencial de valorização a longo prazo. Empresas de tecnologia, saúde e energia renovável são setores promissores.
  • Fundos Imobiliários (FIIs) (10-20%): FIIs proporcionam renda passiva por meio de aluguéis e têm potencial de valorização ao longo do tempo. São uma forma de diversificar a carteira com menor volatilidade em relação às ações.
  • Criptomoedas e Ativos Alternativos (5-10%): Com o tempo a favor, pode-se alocar uma pequena parte em ativos alternativos como criptomoedas, que, embora voláteis, podem proporcionar retornos expressivos.

Onde investir aos 30 anos

Com 30 anos, o investidor ainda possui um horizonte de tempo significativo, mas já deve começar a equilibrar crescimento e preservação de capital. “Aqui, o objetivo é crescer com um foco maior em estabilidade e preservação de capital, ajustando gradualmente a exposição ao risco”, diz o professor.

Carteira indicada

  • Ações e ETFs (40-60%): A alocação em ações ainda é significativa, mas com maior foco em empresas de crescimento sustentável e pagamento de dividendos. ETFs diversificados continuam sendo uma excelente escolha.
  • Fundos Multimercado e Fundos de Ações (20-30%): Fundos que combinam diferentes classes de ativos, como renda fixa e variável, ajudam a suavizar a volatilidade, mantendo o potencial de retorno.
  • Tesouro IPCA+ e CDBs (20-30%): Para proteção contra a inflação e segurança do capital. Títulos públicos e CDBs de bancos sólidos podem oferecer um equilíbrio entre risco e retorno.

Onde investir aos 40 anos

Como o horizonte até a aposentadoria é muito menor, a estratégia deve focar na preservação de capital e geração de renda. “O objetivo dessa carteira é preservar o capital, protegê-lo contra a inflação e focar em oportunidades de renda passiva para complementação da aposentadoria”, diz.

Carteira indicada

  • Tesouro IPCA+, Tesouro Renda+ e CDBs (40-50%): A maior parte da carteira deve estar em ativos de renda fixa, que protegem contra a inflação e garantem um retorno estável e seguro.
  • Fundos Imobiliários (FIIs) (20-30%): FIIs de alta qualidade com histórico de pagamento de dividendos regulares são uma boa forma de gerar renda passiva. Além disso, oferecem potencial de valorização do capital.
  • Ações de Empresas Consolidadas e Dividendos (10-20%): Foco em empresas grandes e consolidadas que pagam dividendos consistentes. Isso ajuda a complementar a renda com menor volatilidade.
  • Previdência Privada com PGBL/VGBL (10-20%): Boa opção para otimizar a tributação e acumular patrimônio com foco na aposentadoria. Ideal para quem utiliza a declaração completa do Imposto de Renda.
A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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