XP fecha quarto trimestre com lucro de R$ 1,1 bi, alta de 51%
Na conta do ano, o resultado cresceu 76%, para a marca de R$ 4,003 bilhões
A XP Inc. – que reúne as marcas XP, Clear e Rico – fechou o quarto trimestre de 2021 com lucro líquido ajustado de R$ 1,086 bilhão, uma alta de 51% em relação ao resultado do mesmo intervalo de 2020, e incremento de 4,5% ante o trimestre anterior. Na conta do ano, o resultado cresceu 76%, para a marca de R$ 4,003 bilhões. A margem ajustada nesse intervalo passou de 27,8% para 33,1%.
Conforme já apresentado nas prévias operacionais, o grupo financeiro encerrou o exercício passado com R$ 815 bilhões em custódia de investimentos e 3,4 milhões de clientes ativos, com aumento de 23% nas duas linhas.
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A captação líquida cresceu R$ 230 bilhões no ano, com a depreciação dos ativos na carteiras dos clientes trazendo um decréscimo de R$ 75 bilhões para o bolo. Expurgando-se a custódia concentrada em grandes clientes, que têm mais volatilidade em períodos curtos, o ingresso líquido ajustado foi de R$ 48 bilhões no quarto trimestre, com queda de 12,8% em relação ao terceiro trimestre. No ano, a captação por essa métrica chegou a R$ 176 bilhões, ante R$ 141 bilhões em 2020.
As receitas brutas do varejo cresceram 5% no trimestre, a R$ 2,725 bilhões, e no ano alcançaram R$ 9,864 bilhões, com alta de 57%. No institucional aumentaram 6%, para R$ 326 milhões, com os mesmos 6% no ano completo e R$ 1,277 bilhão. As rendas com serviços de emissões encolheram 16% entre outubro e dezembro, trazendo R$ 323 milhões para a operação.
No consolidado anual, o incrementou foi de 52%, a R$ 1,043 bilhão. No conjunto, as receitas totais somaram R$ 3,447 bilhões no quarto trimestre (alta de 34% em 12 meses) e R$ 12,799 bilhões em 2021 (+47%).
O EBITDA ajustado cresceu 56% na comparação com o terceiro trimestre de 2020, a R$ 1,390 bilhão, período em que a margem EBITDA ajustada aumentou 545 pontos básicos para 42,7%.
Novos negócios
As receitas em novos negócios, de produtos selecionados como previdência, cartões de crédito, crédito e seguros representavam 6,5% da receita bruta total ao fim de 2021, ante 1,8% no fechamento de 2020, considerando dados não auditados.
Mesmo com o aumento de juros no Brasil e um cenário de PIB mais fraco, a expectativa dentro da XP é ter um 2022 de mais crescimento na sua operação. Segundo Bruno Constantino, diretor financeiro do grupo, a trajetória de expansão da companhia segue pautada em ganhos de participação de mercado em segmentos em que os bancos tradicionais ainda são dominantes. Formalmente, a empresa não fornece projeções para o desempenho anual.
“A história da XP é de ‘market share’, não de ‘beta’ com o Brasil ou qualquer coisa parecida”, disse o executivo, ao comentar o desempenho do grupo no quarto trimestre e no ano fechado de 2021. O quadro macroeconômico pode impactar o tamanho do bolo, , que pode crescer ou diminuir, mas não muda o fato de a maior parte dos recursos dos brasileiros estar em grandes nomes do varejo bancário, afirmou Constantino.
Constantino destacou que após dois anos listada na Nasdaq, a XP multiplicou por quatro seu resultado líquido anual, entregando crescimento nas diversas frentes e aumentando a equipe. Só no ano passado, o acréscimo foi de 2,5 mil pessoas para fortalecer a grade de produtos e serviços e a tecnologia embarcada no negócio.
O que impacta mais do que lado macro, comentou Constantino, é o desempenho negativo das carteiras dos investidores. Assessores acabam gastando mais tempo para explicar a performance em vez da prospecção de novos clientes.
À medida que a XP incorpore novos produtos e serviços, a expectativa é que o cliente concentre uma parcela maior do seu patrimônio na custódia da plataforma, disse Constantino. Ele calcula que o cliente típico da XP tenha metade dos seus recursos na companhia.
Ao agregar conta digital e outros serviços, a expectativa é que essa parcela chegue aos 100%. “Tem investidor que mantém o investimento no bancão porque se não tiver vai pagar alguma tarifa, anuidade no cartão, precisa criar relacionamento para ficar isento de taxinhas.”
O executivo enfatizou que a companhia tem trabalhado em novas formas de entregar produtos tradicionais, a exemplo do cartão de crédito, sem anuidade, com bonificação em investimentos e agora aceito em áreas VIPs de diversos aeroportos. O volume transacionado com cartões atingiu R$ 4,4 bilhões no quarto trimestre de 2021, uma expansão de 35% no trimestre num nicho relativamente novo.
Em fundos previdência, a XP tinha R$ 48 bilhões ao fim de dezembro, uma alta de 32% em relação a 2021. A carteira de crédito somava R$ 10,2 bilhões, ante R$ 3,9 bilhões do estoque de 2021.
As receitas em novos negócios, de produtos selecionados como previdência, cartões de crédito, crédito e seguros representavam 6,5% da receita bruta total ao fim de 2021, ante 1,8% no fechamento de 2020, considerando dados não auditados.