Varejistas têm fim de ano desafiador: no acumulado de 2021, as ações de Americanas caem 58%, Magazine, 75% e Via, 69%

Investidores têm revisado suas carteiras de olho nas informações sobre desaceleração na taxa de crescimento de lojas e do digital no quarto trimestre

Fundos quantitativos, como o Medallion de Jim Simons, se destacam por sua capacidade de minimizar os vieses comportamentais que frequentemente afetam os gestores tradicionais
Fundos quantitativos, como o Medallion de Jim Simons, se destacam por sua capacidade de minimizar os vieses comportamentais que frequentemente afetam os gestores tradicionais

O desempenho das ações dos principais varejistas do país revela que 2021 tem sido um ano desafiados. No acumulado do ano, as ações de Americanas caem 58%, Magazine, 75% e Via, 69%. Em função disso, as reuniões públicas com analistas e investidores das principais varejistas de eletrônicos não acontecerão neste mês.

O tradicional encontro anual teria importância a mais neste ano considerando o contexto de maior pressão sobre essas companhias — num cenário de juros e inflação em crescimento — que tem levado o mercado a buscar mais informações sobre o desempenho das redes nos últimos meses.

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A Americanas, que no ano passado fez o seu encontro no dia 31 de dezembro, informa que ele ocorrerá apenas em 2022, mas ainda sem data definida, disse a empresa ao ser perguntada hoje sobre o assunto.

No Magazine Luiza, que historicamente faz a sua reunião pública entre a primeira e a segunda semana de dezembro — e do qual há anos participam a alta cúpula do grupo e membros do conselho de administração — informou que o encontro não será neste mês e acontecerá provavelmente em janeiro, também ainda sem data. Em janeiro, acontece a liquidação anual da companhia, uma das datas comerciais mais fortes da empresa, quando ela desova estoques e pode apresentar dados de vendas do período.

Na Via (Casas Bahia e Ponto), a nova gestão, no grupo desde 2019, não tem feito reuniões anuais no fim do ano — o encontro de 2021 foi em maio. Por isso, já não havia programação para novo contato neste fim de ano. Quando a empresa era controlada pelo GPA, os encontros ocorriam em dezembro.

Informações no mercado sobre desaceleração na taxa de crescimento de lojas e do digital, no quarto trimestre, em relação ao mesmo intervalo em anos anteriores — além do cenário de alta de juros e da inflação — têm levado investidores a ajustar suas posições, se desfazendo de certos papéis por conta do aumento na aversão a risco no curto prazo. Além disso a saída de fundos de papéis com maior liquidez, entre eles, de varejistas on-line, também pesa nesse contexto.

Questionamentos do mercado acabam sendo levados nesses encontros, especialmente sobre projetos e estratégia geral, mas executivos acabam comentando percepções do cenário atual. Nesta semana, a Americanas informou fez uma teleconferência para tratar dos próximos passos na reestruturação envolvendo Lojas Americanas e Americanas, e analistas buscaram saber sobre o desempenho das vendas em novembro. A empresa não fez comentários a respeito — disse que só falará na teleconferência do quarto trimestre, em fevereiro.

Com reportagem do Valor Econômico.

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