Os planos da Suzano (SUZB3) para dominar o mercado de papéis tissue

A aposta da Suzano nesse setor é crescer conforme o PIB per capita e o saneamento básico avançarem

Planta da Suzano, gigante do setor de papel e celulose - Foto: divulgação
Planta da Suzano, gigante do setor de papel e celulose - Foto: divulgação

Ao assumir a operação no Brasil da americana Kimberly-Clark, a Suzano se tornou, na quinta-feira (1), líder do mercado brasileiro de papéis tissue. Este segmento inclui papel higiênico, lenços e papel toalha. A aquisição de US$ 175 milhões (cerca de R$ 880 milhões) inclui uma fábrica em Mogi das Cruzes (SP), as marcas Neve e Grand Hotel e a licença para uso por tempo determinado das marcas Kleenex e Duramax.

Com a compra, a Suzano, que entrou no segmento de papel tissue em 2017, passa a deter 24,3% do mercado brasileiro. “O negócio de bens de consumo na Suzano começou como uma startup. A gente começou de um Powerpoint em 2017. Não tínhamos marca nem canal de distribuição. (Agora) assumiremos a liderança do mercado. Ainda é um negócio menor comparado aos demais, mas o que a gente construiu é um feito bastante celebrado”, diz o diretor de bens de consumo da empresa, Luís Bueno.

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Crescendo com o PIB

A aposta da Suzano nesse setor é crescer conforme o PIB per capita e o saneamento básico avançarem. De acordo com o executivo, o Brasil tem um consumo per capita desse produto de 6 quilos por habitante/ano. No Chile, esse número é de 14,5 kg e, nos Estados Unidos, chega a 26 kg.

Outra possibilidade para a expansão da empresa é o mercado premium. Bueno afirma que esse segmento vem crescendo ininterruptamente nos últimos 15 anos, mesmo nos períodos de recessão – enquanto o setor em geral avançou 5% nos últimos cinco anos, segundo a Euromonitor. “Estamos vendo uma migração de papéis de folha simples para papéis de folha dupla e, nos últimos cinco anos, para folha tripla. A gente acredita que esse movimento continuará nos próximos anos.”

A Suzano tinha, até então, uma capacidade instalada de 150 mil toneladas por ano dividida por cinco plantas – em Belém (PA), Maracanaú (CE), Imperatriz (MA), Mucuri (BA) e Cachoeiro de Itapemirim (ES). A nova fábrica ampliará essa capacidade para 280 mil toneladas, um aumento de 87%.

O grupo também já anunciou que pretende construir uma nova unidade em Aracruz (ES), que demandará R$ 600 milhões em investimentos e deve incrementar a capacidade de produção em mais 60 mil toneladas por ano. A obra, porém, ainda depende de aprovação do conselho de administração da companhia.

Por enquanto, a planta de Mogi das Cruzes já deverá permitir uma melhor logística nas regiões Sul e Sudeste. “Poderemos atender os nossos clientes de uma maneira mais ágil e rápida. A gente sempre vai ter uma planta perto do cliente. Com isso, vamos melhorar o nível de serviço e reduzir o custo de frete”, afirma Bueno.

Ainda segundo o executivo, não deverá haver uma sobreposição de marcas, e a chegada da Neve ao portfólio da companhia garante uma complementaridade. A Suzano já atuava com as marcas de papel higiênico Mimmo, para o varejo, e Max, para o “cash & carry” (segmento voltado principalmente para empresas). A Neve, porém, se posiciona em uma faixa de preço superior às atuais marcas da Suzano. “A gente pretende manter a estratégia de preço da Neve e, com isso, oferecer aos nossos clientes no Brasil soluções para todos os bolsos e desejos.”

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