Stuhlberger, Xavier e Jakurski: crise da China pode ser um empurrão para EUA e Brasil

Para gestores, crise asiática faz país exportar deflação para Ocidente, ajudando no processo de normalização de juros pelo mundo

Economia da China exerce grande influência no Brasil. (Foto: Freepik)
Economia da China exerce grande influência no Brasil. (Foto: Freepik)

A crise da China pode recrudescer e, em 2024, alcançar o sistema bancário do país. Se isso é um problema e tanto para as perspectivas de Xi Jinping, mandatário chinês, pode ser o empurrão que faltava para o processo de desinflação em curso no mundo ocidental. Com impactos acelerados para os Estados Unidos. E, dessa forma, positiva para o Brasil.

Esse é o cenário traçado por três dos principais gestores brasileiros, Rogério Xavier, da SPX, Luis Stuhlberger, da Verde, e André Jarkurski, da JGP. No ano ano passado, eles participaram do mesmo evento, organizado pelo BTG, em São Paulo. Na ocasião, se mostravam preocupados com o Brasil. Agora, o foco parece quase todo descolado para o exterior.

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Sobretudo na China. Eles enxergam o gigante asiático com um modelo econômico desgastado. E isso, dizem, deve abrir brechas para outras economias.

‘Crise na China é profunda’

“Eu acho que os problemas na China estão profundos. Tem um esgotamento de modelo. A China vai ter um colapso econômico por conta de uma crise bancária profunda, que vai fazer com que a China retroceda e não avance, afirma Rogério Xavier, da SPX.

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Para ele, a China, em vez de privilegiar o consumo, insiste em apostar na oferta, em uma indústria forte. “E o que acontece é que eles estão produzindo um excedente exportável gigantesco”, diz o líder da SPX. “Para o mundo é bom, porque a China está gastando dinheiro, está sustentando crescimento. Mas para a China, eles estão se endividando cada vez mais num modelo que não gera retorno”, observa.

Luis Stuhlberger, da Verde, e André Jarkurski, da JGP, lembram que a deflação chinesa chega em um momento de “last mile” para deflação. Ou seja, no momento em que os bancos centrais estão próximos à conversão das taxas de inflação para as médias perseguidas nos países do Ocidente.

“Nesse caso, eu acho que a deflaçao está longe de estar no fim (na China). Isso vai, de novo, ser positivo, porque ela vai beneficiar uma inflação mais baixa, juros mais baixos no mundo. Então, um crescimento maior, como é o caso nos Estados Unidos”, diz Luis Stuhlberger.

Para os gestores, as perspectivas para o Brasil são bastante correlacionadas a esse cenário. “Eu acho que no momento que você tiver juros mais comportados (no mundo) e você tiver uma mudança de fluxo de investimento (para os países emergentes), eu acho que tem muito ativo muito barato no Brasil”, afirma Jakurski.

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