Quando a Selic vai cair? A pergunta que todos tentam responder; veja o que sabemos até agora

Copom se reúne na próxima semana para decidir o que fazer com a taxa, atualmente em 13,75%

Roberto Campos Neto. Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Roberto Campos Neto. Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para determinar os rumos da taxa básica de juros, a Selic. Hoje, ela marca 13,75% e há uma expectativa enorme em termos de uma queda – tanto pela pressão política quanto pela melhora de indicadores como o Produto Interno Bruto (PIB) e a taxa de inflação medida no IPCA.

A pergunta que fica para o investidor, portanto, é uma: quando a taxa Selic vai cair? E não há quem se furte do exercício de tentar determinar essa queda.

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Corte da Selic em setembro

Relatório divulgado na última terça-feira (13) pelo Itaú Unibanco apresenta uma pista. Assinado por Mario Mesquita, economista-chefe do banco, o documento afirma que essa queda deve ocorrer em setembro.

“Esperamos que a redução das pressões inflacionárias e uma decisão prudente sobre o regime de metas para a inflação permitirão que o Copom antecipe o ciclo de flexibilização, com corte de 0,25 ponto percentual, em setembro, dois cortes de 0,50 p.p. nas reuniões de novembro e dezembro, o que levaria a Selic a 12,50% ao final de 2023”, destaca o banco.

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Outro relatório, desta vez do Santander, seguiu caminho parecido: antecipou a expectativa de corte da taxa Selic de novembro para setembro e estimou que a taxa terminará o ano em 12,50% ao ano.

“Considerando os riscos remanescentes de uma economia ainda bastante aquecida e de uma difícil execução do novo arcabouço fiscal, vislumbramos um BCB (Banco Central Brasileiro) cauteloso quanto à velocidade de queda de juros: mantemos nossa projeção de taxa Selic em 11% para o fim de 2024”, escreve o banco no relatório sobre o assunto.

Cobrança por corte da Selic agora?

Por sua vez, a empresária Luiza Trajano cobrou – na segunda-feira (12) – explicitamente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre uma redução. O tom dá a entender que ela gostaria de uma queda imediata, já na próxima semana.

“Eu queria te pedir, por favor: dá um sinal de abaixar esses juros, porque o varejo não está aguentando”. Campos Neto respondeu, diplomaticamente, ao questionamento, feito em evento do varejo, pedindo paciência.

Previsão mais cautelosa

Em matéria publicada na semana passada, na esteira do IPCA – que marcou inflação em maio de apenas 0,23%, ante uma expectativa de 0,33% -, a asset ASA Investments esperava um corte apenas em 2024.

Mas a mesma análise colocava em perspectiva que a “inflação corrente mais baixa com algum sinal de desaceleração dos núcleos traz risco para essa projeção, com a possibilidade do BC antecipar o corte para o final de 2023”, afirmava o economista da ASA, Leonardo Costa.

Em nota publicada pela Broadcast ontem, a agência informava que o BTG Pactual mantinha a perspectiva da Selic encerrar o ano em 12,50%, mas com quedas também a partir de setembro, como o Itaú.

A opinião política

Não é novidade para ninguém que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva gostaria de um corte imediato da taxa de juros, mas nos últimos dias, outros políticos integrantes do governo passaram a opinar sobre o assunto.

Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, disse que ações do governo – notadamente as realizadas no quesito fiscal – dão ao Copom elementos para o corte de juros. “O governo está dando elementos para o Banco Central, o Copom, mostre uma tendência de redução da taxa de juros a partir de agosto”, disse a ministra na última segunda-feira.

O atual presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, não se manifestou com relação a uma data; ao contrário: ele saiu pela tangente e pediu uma salva de palmas seja lá qual for a decisão anunciada na próxima semana.

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