Para o Santander, projeção da Selic no fim do ano segue em 10%, mas viés é de alta
Economistas do banco espanhol acreditam que o Copom não está buscando apenas estabelecer um sarrafo elevado para aumentar a taxa de juros, mas também para reduzi-la ainda mais
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central buscou reforçar, na ata da decisão da semana passada, a mensagem de que irá manter a Selic parada em 10,5% por um período prolongado, apontam os economistas do Santander.
O banco continua a projetar a taxa de juros em 10% no fim deste ano, com reduções de 0,25 ponto percentual nas duas últimas reuniões do Copom deste ano, “mas sublinhamos um viés de alta significativo na nossa projeção, dadas as últimas comunicações do comitê”.
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“Na nossa opinião, o Copom não está buscando apenas estabelecer um sarrafo elevado para aumentar a taxa de juros, mas também para reduzi-la ainda mais. Assim, vemos uma chance crescente de manutenção da taxa por mais tempo que o esperado”, diz a equipe de economistas do Santander, liderada pela ex-secretária do Tesouro Ana Paula Vescovi.
“Apesar de optar por manter inalterado o balanço de riscos e reconhecer que o atual processo de desinflação está em linha com suas projeções, o Copom citou algumas fontes de preocupação”, observam os economistas do Santander em nota enviada a clientes.
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Eles notam as surpresas na atividade econômica; a resiliência do mercado de trabalho; e as implicações das enchentes no Rio Grande do Sul, além de alterações no cenário do Copom para o hiato do produto, que está próximo da neutralidade, e para a taxa de juros neutra, que passou de 4,5% para 4,75% em termos reais, em linha com as projeções do banco.
Com informações do Valor Econômico