Ministro do Trabalho: aumentar juros seria perder o juízo de vez

Luiz Marinho também criticou o Banco Central e declarou que a instituição não está cumprindo a função de monitorar os dados de emprego

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou hoje que não faz sentido aumentar os juros no Brasil. Para ele, falar em aumento da Selic neste momento seria “perder o juízo de vez”. Marinho também criticou o Banco Central e declarou que a instituição não está cumprindo a função de monitorar os dados de emprego.

“Nós perdemos o juízo de vez. Não faz sentido falar em aumento de juros no Brasil, sendo o segundo juro mais alto do mundo. Não faz sentido dizer que a inflação preocupa porque ela não está fora de controle”, afirmou a jornalistas após participar da assinatura do projeto Coalizão Aprendiz Legal, no auditório da Editora Globo, no centro do Rio.

Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Em 31 de julho, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu manter a Selic inalterada em 10,5% ao ano. Na ata da reunião, o comitê diz que não hesitará em aumentar o patamar da taxa básica de juros se julgar necessário e sinalizou que o BC deve estar atento aos indícios de alta na inflação.

Segundo Marinho, não faz sentido trabalhar com o controle da inflação apenas pela lógica da restrição do consumo, seja pela ausência de crédito ou aumento dos juros. “Até porque aumentar os juros sangra ferozmente o orçamento público”, argumentou.

Últimas em Selic

Mais cedo, na abertura do Mutirão de Emprego, em São Paulo, o ministro defendeu que a maior capacidade de consumo da população influencia novas contratações de funcionários por parte dos empresários.

À tarde, no Rio, ele disse que é preciso dialogar com o setor privado formas de controlar a inflação pela ótica da oferta. “Se têm empregos crescentes, se tem massa salarial crescente, é preciso dizer ao privado ‘invista mais, produza mais, oferte mais’ para controlar a inflação a partir da oferta e não a partir da restrição. A restrição potencialmente gera desemprego.”

Marinho disse ainda ser “plenamente possível” gerar pleno emprego e controlar a inflação e cobrou que o Banco Central “cumpra a obrigação” de monitorar os dados de emprego.

“O Banco Central não está cumprindo rigorosamente as suas funções. Espero que não perca o juízo de vez. Falar de aumentar os juros agora seria perder o juiz de vez”, disse.

O ministro disse ainda acreditar que a regulamentação do trabalho por aplicativo seja levada a plenário ainda este ano. Segundo Marinho, o deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos) está com relatório pronto para ser apreciado na Comissão de Indústria e Comércio no retorno dos trabalhos legislativos.

“Depende dos compromissos das presidências [da Câmara e do Senado]. Eu creio que esse compromisso está estabelecido e eu espero que ele seja cumprido”, disse.

Com informações do Valor Econômico

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

Mais em Governo federal


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS