‘Faria mais rápido’, diz economista-chefe do Itaú sobre iniciar aperto monetário com alta maior da Selic

Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, que já foi diretor de política econômica do BC, afirmou que a intenção da autoridade monetária deve ser frear inflação

Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú-Unibanco. Foto: divulgação/Itaú-Unibanco
Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú-Unibanco. Foto: divulgação/Itaú-Unibanco

Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, disse que “faria mais rápido” se tivesse de optar por reiniciar um ciclo de alta da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

Mesquita, que já foi diretor de política econômica do BC, disse que a intenção da autoridade monetária não é colocar a economia em um processo recessivo, mas frear a inflação.

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No ano, a inflação acumulada é de 2,85% e, nos últimos 12 meses, de 4,24%. Enquanto a meta para inflação definida pelo BC é de 3%.

As projeções de inflação à frente estão “desancorando e decolando”, afirmou Mesquita. “Acho que isso deve estar preocupando o BC também”, disse.

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Quando se fala de inflação desancorada, significa que o mercado tem dúvidas se será possível cumprir a meta de inflação. Como efeito, aumenta o grau de incerteza, o que mexe com o preços dos ativos.

Mesquita observou que a desancoragem das expectativas de inflação acontece em um contexto de mercado de trabalho apertado e câmbio pressionado.

Se o câmbio estivesse em R$ 5,30, R$ 5,40 por dólar, ou até R$ 5,50, aponta, o BC até poderia não mexer na Selic.

“Mas, com o câmbio mais pressionado, a economia mais aquecida – e a surpresa com o PIB [do segundo trimestre], talvez, seja uma evidência disso -, a vida do BC fica mais difícil e ele perde graus de liberdade”, afirma.

A próxima reunião do Copom acontece nos dias 17 e 18 de setembro, quando será anunciada pelo comitê a decisão de juros.

Com informações do Valor Econômico.

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