Copom mantém taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu, nesta quarta-feira (7), manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 13,75% ao ano. A expectativa do mercado financeiro era de que o comitê de fato não mexesse na Selic, que está no nível atual desde agosto.

O comitê disse, em comunicado divulgado ao fim da sua reunião de dois dias, que tal medida é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e de 2024”. Acrescentou que, “sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.

A meta de inflação para 2023 é de 3,25%, e, para 2024, é de 3% – com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais e para menos. Neste momento, os índices de preços continuam elevados, na visão do Copom. Porém, os indicadores de atividade econômica, como o PIB (Produto Interno Bruto), vêm apresentando um crescimento moderado, corroborando o cenário de desaceleração esperado pelo comitê.

Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, estão a persistência das pressões inflacionárias globais e a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que levem a mais aumentos de preços. No entanto, a inflação pode cair mais do que o esperado se os preços das commodities internacionais recuarem, a atividade econômica global desacelerar, e os cortes de impostos feitos pelo governo federal nos último meses, projetados para serem revertidos em 2023, continuem em vigor.

“O comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”, disse o BC no comunicado. “O Copom irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. Os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados, e o comitê não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.”