Campos Neto reforça que ciclo de alta de juros deve terminar com Selic em 12,75% ao ano
Presidente do Banco Central indica que último aumento dos juros será na reunião de maio do Copom
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reafirmou nesta sexta-feira que a intenção da autoridade monetária é encerrar o ciclo de alta de juros em 12,75% ao ano em maio. “Achamos que é mais provável terminar [o ciclo de alta de juros] em 12,75% [ao ano]”, disse em em conferência do Banco Central do Peru com o Banco de Compensações Internacionais (BIS). Atualmente, a taxa está em 11,75%.
Campos destacou que o Brasil começou a subir juros há muito tempo e há defasagem da política monetária. “Até agora entendemos que fizemos muito do trabalho; temos que esperar para ver os efeitos defasados do que fizemos”, ressaltou. Campos reforçou que o pico da inflação em 12 meses será em abril, em torno 11%.
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Em termos globais, o presidente do BC afirmou que houve deslocamento de demanda na pandemia para bens, o que gerou inflação mais persistente. Essa mudança de dinâmica pressionou o setor de energia, segundo ele. “Ao mesmo tempo que se teve aumento de demanda para energia, tivemos pouco investimento [no setor]”, disse.
Sobre o choque recente de commodities, Campos destacou que em metais e alimentos são positivos para o Brasil, que é exportador dos insumos. Já a alta do preço do petróleo seria negativa porque impacta a inflação.