Banco Central fecha porta para aceleração do ritmo de cortes da Selic

Comitê de Política Monetária indicou que manterá o ritmo de cortes de 0,5 ponto na taxa básica nas próximas reuniões

Segundo o Banco Central, transações via DOC no primeiro semestre de 2023 somaram 18,3 milhões de operações, ou 0,05% do total 
 - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Segundo o Banco Central, transações via DOC no primeiro semestre de 2023 somaram 18,3 milhões de operações, ou 0,05% do total - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) sinalizou nesta quarta-feira (13) que manterá o ritmo de cortes da taxa básica de juros nas próximas reuniões.

Ao anunciar o corte de 0,5 ponto na Selic, para 11,75% ao ano, o Copom repetiu a mensagem dos últimos encontros.

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“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões”, diz trecho do comunicado.

Água fria nas apostas de aceleração

Essa indicação contraria apostas de parte do mercado, de que o órgão poderia acelerar o ritmo de cortes da taxa, já que a inflação no Brasil tem desacelerado.

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O IPCA, que serve de referência para o regime de metas de inflação do BC, teve alta de 0,28% em novembro, número mais recente, acumulando variação de 4,68% em 12 meses.

O dado ainda está acima do centro da meta perseguida pela autoridade monetária, de 3,25%.

Mas a tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais (4,75%) ou para menos (1,75%).

Outro argumento dos que defendiam uma flexibilização maior é a desaceleração da economia dos Estados Unidos.

Em tese, isso permite que o Federal Reserve comece a cortar o juro norte-americano já no primeiro semestre de 2024.

Nesta tarde, o Fed manteve o juro dos EUA na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano.

No comunicado, o Copom reconheceu que o cenário inflacionário melhorou no país.

Porém, citou “uma maior persistência das pressões inflacionárias globais” e “uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada”.

Para o colegiado, entre os elementos que podem fazer a inflação cair ainda mais, está uma desaceleração mais forte da atividade econômica global.

O órgão, formado por nove diretores do BC, destacou ainda a importância do cumprimento das metas fiscais do governo para que isso não contamine as expectativas de mercado para a inflação.

Na visão do BC, o ritmo de cortes de 0,5 ponto por reunião é coerente com a convergência da inflação para as metas de 2024 e de 2025.

Próximas reuniões

Se mantiver o que foi indicado nesta quarta-feira, o Copom só considerará rever o passo atual da política monetária em maio de 2024.

Até lá, a Selic deverá ter caído a 10,75% ao ano.

As próximas reuniões do colegiado ocorrerão em 30 e 31 de janeiro, 19 e 20 de março e 7 e 8 de maio do ano que vem.

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