Ata do Copom indica taxa de juros Selic em 13,75% ao ano por período mais longo

Autoridade monetária se diz comprometida em levar inflação para a meta e administrar as expectativas do mercado

Fachada da sede do Banco Central, em Brasília (DF). Foto: Adriano Machado/Reuters
Fachada da sede do Banco Central, em Brasília (DF). Foto: Adriano Machado/Reuters

Na ata de sua última reunião, realizada na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) está indicando que a trajetória de elevação da taxa Selic chegou ao fim e que a taxa básica de juros da economia brasileira deve continuar no atual nível por algum tempo. O documento foi divulgado na manhã nesta terça-feira (9).

Na última quarta (3), o comitê anunciou um aumento de 0,5 ponto percentual na Selic, para 13,75% ao ano.

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Justificando a decisão, o Copom disse na ata: “O comitê avaliou, com base nas projeções utilizadas e seu balanço de riscos, que a estratégia exigida para trazer a inflação projetada para o redor da meta no horizonte relevante requeria que o ciclo de aperto monetário continuasse avançando significativamente em território ainda mais contracionista, com um ajuste adicional nesta reunião e a manutenção da taxa de juros em território significativamente contracionista por um período suficientemente prolongado”.

A autoridade monetária reforçou que seguirá vigilante e comprometida em levar a inflação para a meta e em administrar as expectativas do mercado. Por isso, pode eventualmente considerar um novo aumento de 0,25 ponto percentual, em sua reunião de setembro, como ajuste fino.

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A meta para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é de 3,5% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Riscos dos dois lados

O Copom aponta, na ata, os fatores que, em sua visão, podem afetar a inflação nos próximos meses.

Entre os que podem impulsionar os preços estão uma maior persistência das pressões inflacionárias globais – a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia fizeram subir os preços das matérias-primas – e as incertezas sobre o efeito dos estímulos econômicos na saúde fiscal do país. Nas últimas semanas, com vistas à sua reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) aumentou os benefícios sociais concedidos aos cidadãos e reduziu impostos, como o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis e a energia elétrica. O aumento do consumo alimentado por essas medidas pode fazer a inflação reverter a tendência de queda.

“A possibilidade de que medidas fiscais de estímulo à demanda se tornem permanentes acentua os riscos de alta para o cenário inflacionário”, disse o Copom na ata.

Por outro lado, uma possível reversão do recente aumento nos preços das commodities internacionais em moeda local e uma desaceleração da atividade econômica mais acentuada do que a projetada – em resposta à elevação dos juros que começou em março do ano passado – podem levar a uma baixa mais rápida da inflação.

(Matéria em desenvolvimento. Aguarde mais informações.)

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