Rússia deixa tratado de armas nucleares e acende novo alerta no Ocidente

A decisão foi anunciada por Putin durante discurso sobre o estado da nação a parlamentares

O presidente da Rússia, Vladimir Putin. Foto: Marcos Corrêa/Presidência
O presidente da Rússia, Vladimir Putin. Foto: Marcos Corrêa/Presidência

Em um anúncio que provocou reações imediatas em diversos países, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou na terça-feira a decisão de suspender a participação russa no último tratado de controle de armas nucleares que ainda está em vigor com os EUA, o New START.

Putin também afirmou ter ordenado que novos sistemas estratégicos entrassem em modo de combate, sem ter deixado claro a que sistemas se referia.

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E disse que a Rússia retomará testes com armamentos nucleares caso o governo americano decida realizar testes desse tipo.

A decisão de suspender a participação de Moscou do tratado nuclear foi anunciada por Putin durante discurso sobre o estado da nação a parlamentares.

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Às vésperas da invasão russa à Ucrânia completar um ano, Putin procurou justificar a sua decisão em relação ao tratado acusando os Estados Unidos e os aliados americanos na Otan de terem claramente o objetivo de derrotar a Rússia no conflito.

“Eles querem infligir uma ‘derrota estratégica’ a nós ao mesmo tempo que tentam tomar as nossas instalações nucleares”, disse Putin.

“Nesse contexto eu declaro hoje que a Rússia está suspendendo sua participação no Tratado de Armamentos Ofensivos Estratégicos.”

As reações vieram logo depois do pronunciamento.

O secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, criticou a decisão de Moscou definindo-a como “profundamente infeliz e irresponsável”.

Reino Unido, França, Alemanha também reagiram cobrando de Putin a volta da Rússia ao acordo nuclear.

O New START foi assinado durante os governos Barack Obama e Dmitry Medvev, em 2010, e prevê um limite de armas nucleares que cada um dos países pode implantar.

Pelo acordo, cuja duração vai até 2026, cada um dos países pode enviar especialistas para conferir o arsenal nuclear do outro. A guerra da Rússia contra a Ucrânia, no entanto e as tensões crescentes com os EUA em função do conflito, já tinham levado a uma interrupção dessas inspeções mútuas.

A decisão da Rússia de suspender sua participação no tratado, disseram analistas de segurança, acaba complicando ainda mais esse cálculo delicado previsto pelo acordo por meio do qual Rússia e Estados Unidos regulam seu alcance nuclear.

Analistas também afirmam que a decisão russa pode abrir caminho para que outros países, como China Índia e Paquistão decidam ampliar seus arsenais nucleares.

Apesar da decisão de suspender sua participação no acordo, a Rússia afirmou que vai continuar observando os limites impostos pelo tratado, no que diz respeito ao número de armamentos nucleares que pode implementar.

Moscou e Washington se comprometeram a não implementarem mais do que 1550 ogivas nucleares estratégicas e, no máximo, 700 mísseis de longo alcance.

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